sábado, junho 30, 2007

Pedro e Paulo



Ontem a Igreja celebrou a solenidade de São Pedro e São Paulo. Não deixa de ser impressionante que Deus, no seu misterioso designio, tenha concedido a graça do martírio a Pedro e Paulo no mesmo dia.

Hoje, tal como sempre suponho, o facto de celebrarmos estes dois santos no mesmo dia faz todo o sentido. Por um lado São Pedro representa os apóstolos, os díscipulos que tinham visto Jesus na Sua vida pública. Aqueles que eram institucionalmente a Igreja.

Por outro lado Paulo é um outsider. Tinha ajudado no martírio de Estevão e tinha seguido para Damasco para lá prender os cristãos. Mas a meio caminho encontrou Cristo e converteu-se. Então começou a pregar cheio de força, escapando dos esquemas que até então era os habituais na Igreja. Mas fê-lo sempre em unidade com os apóstolos.

Pedro e Paulo são representantes da realidade de sempre da Igreja: ao lado da hierárquia o Espírito Santo foi fazendo surgir na Igreja carismas que a reanimam. Mas a dimensão institucional e carismática da Igreja nao são realidades opostas, pois como referiu o Papa quando nos falou em Roma: "na Igreja, não há contraste ou contraposição entre a dimensão institucional e a dimensão carismática, das quais os Movimentos são uma expressão significativa, porque ambas são co-essenciais para a constituição divina do Povo de Deus. Na Igreja também as instituições essenciais são carismáticas e por outro lado os carismas devem de uma forma ou de outra institucionalizar-se para ter coerência e continuidade. Assim as duas dimensões, originadas pelo Espírito Santo para o mesmo Corpo de Cristo, concorrem juntas para tornar presente o mistério e a obra salvífica de Cristo no mundo."

Por isso, ao festejar a festa dos Apóstolos Pedro e Paulo, festejamos esta unidade da Igreja, entre a dimensão institucional e carismática, que a tornam presença de Cristo na terra.

Rogai por nós bem aventurados Pedro e Paulo,
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

sexta-feira, junho 29, 2007

Férias: o tempo da liberdade

Tomei a liberdade de traduzir o texto de Giussani que o ZMD propôs para as férias, para que seja mais útil para todos.
Catas


Não é uma questão de dever fazer, mas de dever ser. As férias são o tempo da liberdade: não como libertação do estudo, mas porque obriga ao cansaço e à responsabilidade da liberdade e da sinceridade. É o tempo em que vem à tona o que tu queres verdadeiramente.

Está presente em mim qualquer coisa real, como o mar e as montanhas. Eu sou sempre eu.

O tempo das férias é um tempo de personalidade. Salvar a permanência de um critério (momento de fidelidade e de continuidade).
Depois de algum tempo a novidade também acaba e começa o aborrecimento. A novidade é a verdadeira procura do nosso destino. Tomar atenção aos outros.
Adaptar-se a um ambiente não quer dizer comprometer-se com ele:
Males:

- considerar o repouso como um esquecimento do que aconteceu antes:
- ausência de um programa
- aceitar ceder numa parte para me tornar mais simpático para os que me circundam
- medo de estar sozinhos, que esconde muitas vezes o medo da responsabilidade do tempo

Fixar pontos no dia (saber ao que é de se vai) de coisas sérias, de oração.

Saber retomar sempre. Escrever. Raggio* de Verão. Dispor-se a viver com bondade.

Discrição com o ambiente.

Evitar certas experiências.

Apontamentos de um Raggio*, 9 de Junho 1962

* nt: raggio mantém-se no original italiano, querendo dizer raio, indica os encontros que D. Giussani fazia com os seus estudantes sobre vários temas

quinta-feira, junho 28, 2007

Ave Maria - Schubert




Ave Maria, gratia plena,
Dominus tecum,
benedicta tu in mulieribus
et benedictus fructus ventris tui, Jesus.
Sancta Maria, mater Dei,
ora pro nobis peccatoribus
nunc et in hora mortis nostrae. Amen.

Avé Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Ámen.

Ave Verum - Mozart



Ave Vérum Córpus nátum de Mária Vírgine.
Vere pássum, immolátum in crúce pro hómine;
cújus látus perforátum flúxit áqua et sánguine.
Esto nóbis praegustátum mórtis in exámine.
O Jésu dúlcis! O Jésu píe! O Jésu fíli Maríae!

Avé, verdadeiro corpo, da Virgem Maria nascido, que pelo homem padeceu e foi imolado na cruz. De seu lado trespassado manou água e sangue. Oxalá nós o bebamos na hora da nossa morte. Ó doce Jesus! Ó piedoso Jesus! Ó Jesus, Filho de Maria!

Foi Deus - Amália Rodrigues



Não sei, não sabe ninguém
Por que canto o Fado
Neste tom magoado
De dor e de pranto
E neste tormento
Todo o sofrimento
Eu sinto que a alma
Cá dentro se acalma
Nos versos que canto

Foi Deus
Que deu luz aos olhos
Perfumou as rosas
Deu oiro ao sol
E prata ao luar
Foi Deus que me pôs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
E pôs as estrelas no céu
E fez o espaço sem fim
Deu o luto às andorinhas
Ai, e deu-me esta voz a mim

Se canto
Não sei o que canto
Misto de ventura
Saudade ternura
E talvez amor
Mas sei que cantando
Sinto o mesmo quando
Se tem um desgosto
E o pranto no rosto
Nos deixa melhor

Foi Deus
Que deu voz ao vento
Luz ao firmamento
E deu o azul às ondas do mar
Foi Deus
Que me pôs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
Fez poeta o rouxinol
Pôs no campo o alecrim
Deu as flores à primavera
Ai, e deu-me esta voz a mim.

Alberto Janes

quarta-feira, junho 27, 2007

Il tempo della libertà




Este é um texto de don Giussani que o site do movimento propõe sobre as férias:

Non è un dover fare, ma un dover essere. La vacanza è il tempo della libertà, non come liberazione dallo studio, ma perché obbliga alla fatica e alla responsabilità della libertà e della sincerità. È il tempo in cui viene a galla quello che vuoi veramente.

C'è in me la presenza di qualche cosa di reale come il mare e le montagne. Io sono sempre io.

Il tempo della vacanza è quello della personalità. Salvare la permanenza di un criterio (momento di fedeltà e di continuità).
Dopo un po' di tempo anche la novità cessa e provoca la noia. La novità è la vera ricerca del nostro destino. Fare attenzione agli altri.
Adattarsi a un ambiente non vuol dire compromettersi con esso.
Mali:

- considerare il riposo come un dimenticare quello che è accaduto prima
- assenza di un programma
- accettare di recitare una parte che mi renda più simpatico a quelli che mi circondano
- paura di rimanere soli, che nasconde spesso la paura della responsabilità del tempo

Fissare dei punti nella giornata (sapere ciò a cui si va incontro) di cose serie, di preghiera.

Saper riprendere sempre. Scrivere. Raggio estivo. Disporsi a vivere con bontà.

Discrezione con l'ambiente.

Evitare certe esperienze.

Appunti da un Raggio, 9 giugno 1962

"Vós sois o sal da terra..."

Vai ser erigida no México uma estátua de João Paulo II. Isto não seria espantoso, se não fosse mandada construir pelas autoridades civis.
No principio do século passado foi movida aos cristão uma perseguição cerrada no México. Muitos foram os que morreram mártires. Da primeira vez que o Papa João Paulo II foi ao México o presidente do México teve que pagar uma multa, porque o Papa ia de batina.

Mas do sangue dos mártires brotou um povo cristão e hoje o México é um país profudamente cristão. Mais uma vez, tal como na cruz, a morte trouxe a vida.

terça-feira, junho 26, 2007

São Josemaria Escrivá




Hoje é o dia de São Josemaria Escrivá, fundador da Opus Dei.

Num mundo onde cada vez mais os cristão se escondem, fazendo da sua algo de privado, o seu desafio ao testemunho quotidiano da fé é cada vez mais actual.

Alvo de cada vez mais ataques, a Opus Dei continua hoje o trabalho de apostolado do seu fundador e é sem dúvida um sinal de testemunho da adesão a Cristo no mundo: na política, na economia, na educação, na acção social...

Numa altura em que cada vez é mais necessário testemunhos de santidade, invocamos São Josemaria, para que nos ajude a ser sempre "sal da terra e luz do mundo".

São Josemaria
Rogai por nós.

Parabéns no dia de São Josemaria.

Hoje estão de Parabéns, pelo seu aniversário natalício, a Catas e o Marcos. Os dois juntos fazem 50% daqueles que escrevem neste blog. Pelo que os restantes 50% (o Zé Maria e eu) não querem deixar de passar a data sem um agradecimento aos dois pela sua amizade e pelas suas brilhantes intervenções neste espaço.

Hoje celebra-se a festa de São Josemaria Escrivá, fundador da Opus Dei e grande Santo do século XX. Por esse motivo também o nosso amigo, e administrador do blog, Zé Maria está de Parabéns.

Não nos esqueçamos, ao menos hoje, de lhes dar os parabéns e de rezar por eles.

São Josemaria,
Rogai por nós.

segunda-feira, junho 25, 2007

São Tomás Moro



A Igreja celebrou no dia 22 a festa de São Tomás Moro, padroeiro dos estadistas.

São Tomás foi um homem profudamente culto, cujo o pensamento marcou o Renascimento. Para além disso foi Juiz e Chanceler, no tempo de Henrique VIII.

Quando o rei decidiu, para poder-se divorciar-se de Catarina de Aragão e casar-se com Ana Bolena, declarar-se como Chefe da Igreja de Inglaterra, São Tomás demitiu-se do cargo. Mais tarde foi morto por se recusar a fazer um juramento onde reconhecia a desdência do Rei com Ana Bolena como legítima.

Tendo-se sempre mantido fiel ao Papa, São Tomás morreu para não negar a Verdade. Como ele disse: "morro fiel subdito do Rei, mas primeiro Deus"

Rogai por nós bem-aventurado Tomás
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo

"A man's got to do what a man 's got to do!"


Coward of the country

Everyone considered him the coward of the county
He'd never stood one single time to prove the county wrong
His mama named him Tommy, but folks just called him yellow
Something always told me they were reading Tommy wrong

He was only ten years old when his daddy died in prison
I looked after Tommy, 'cause he was my brother's son
I still recall the final words my brother said to Tommy
Son my life is over, but yours has just begun

Promise me, son, not to do the things I've done
Walk away from trouble if you can
It won't mean you're weak if you turn the other cheek
I hope you're old enough to understand
Son, you don't have to fight to be a man

There's someone for everyone, and Tommy's love was Becky
In her arms he didn't have to prove he was a man
One day while he was working, the Gatlin boys came calling
They took turns at Becky, n'there was three of them

Tommy opened up the door, and saw his Becky crying
The torn dress, the shattered look was more than he could stand
He reached above the fireplace, and took down his daddy's picture
As his tears fell on his daddy's face, he heard these words again

Promise me, son, not to do the things I've done
Walk away from trouble if you can
Now it won't mean you're weak if you turn the other cheek
I hope you're old enough to understand
Son, you don't have to fight to be a man

The Gatlin boys just laughed at him when he walked into the bar room
One of them got up and met him half way cross the floor
When Tommy turned around they said,
Hey look! old yeller's leaving

But you could've heard a pin drop when Tommy stopped and locked the door
Twenty years of crawling were bottled up inside him
He wasn't holding nothing back, he let 'em have it all
When Tommy left the bar room, not a Gatlin boy was standing
He said, This one's for Becky, as he watched the last one fall
(n’ I heard him say)

I promised you, Dad, not to do the things you've done
I walk away from trouble when I can
Now please don't think I'm weak, I didn't turn the other cheek
And papa, I should hope you understand
Sometimes you gotta fight when you're a man
Everyone considered him the coward of the county

Kenny Rodgers



Via Hay Monas...

domingo, junho 24, 2007

São João Baptista


Quando São João Baptista nasceu, há coisa de 2013 anos (mais erro, menos erro do calendário), seu pai, que estava mudo desde que lhe aparecera o anjo, disse:

"Bendito o Senhor Deus de Israel, que visitou e redimiu o seu povo, e nos deu um Salvador poderoso, da casa de David, seu servo; conforme prometeu pela boca dos seus santos, os profetas dos tempos antigos; para nos libertar dos nossos inimigos e das mãos daqueles que nos odeiam; para usar de misericórdia a favor dos nossos pais, recordando a Sua Sagrada Aliança e o juramento que fizera a Abrão, nosso pai, que nos havia de conceder esta graça, de O servirmos um dia sem temor, livres das mão dos nossos inimigos; em santidade e justiça na Sua Presença, todos os dias da nossa vida.

E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás à sua frente a preparar os seus caminhos; para dar a conhecer ao seu povo a salvação, pela remissão dos seus pecados; graças ao coração misericordioso do nosso Deus, que das alturas nos vista como sol nascente para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos passos no caminho da paz."
Lc; 1, 69:79

Parada dos alegres!

Ao passar pelo hoje pelo Príncipe Real vi umas quantas pessoas aglomeradas à volta de umas bandeiras coloridas. Deduzi (quer pelas bandeiras, quer pelo artigo que tinha lido no dia antes no Metro) que se tratava da Gay Parade deste ano.

Confesso que estava a espera de uma coisa maior e mais alegre. Mas talvez porque a malta ande pouco gay ou porque o malta gay se sinta pouco orgulhosa, não passavam dos quinhentos e um pouco surumbáticos.

Uma coisa que eu nunca percebi é porque é que se organiza uma "parada" para não se ser discriminada e depois se chama do "orgulho". Lembra um pouco as marchas facistas e nazis pelas pureza da raça e pelo orgulho nacional.

Por outro lado, se alguém se lembrasse de organizar uma "parada do orgulho macho", tinhamos logo a I.L.G.A, a Green Peace, a Amnistia Internacional e a Fernanda Câncio a gritar "aqui del- Presidente (que isto é tudo malta républica e laica) que tão aqui uns fascistas homófobicos". Mas como a marcha é dos pobrezinhos-dos-gays-que-não-podem-ser-descriminados veremos vários artigos nos próximos dias a explicar como Portugal é um país fechado poque a parada dos alegres (tradução literal) foi um fiasco.

Esta questão faz-me lembrar uma frase que ouvi do meu avô, embora não me lembre de quem era: "quando era pequenino era um coisa que se escondia, agora é moda, não quero cá estar quando for obrigatório ser maricas..."



P.S.: Depois de escrever um post vi a noticia no DN sobre a parada. Para além do abuso escandoloso dos noivos que se casaram na Encarnação, cujo o prior tem uma opinião bastante forte sobre este assunto, "esquecem-se" de referir que eram apenas quinhento participantes. Viva o jornalismo de referência.

A morte vende-se barata...

O jornal SOL é uma mina de informações. Para além do assunto que já referi no post abaixo, fiquei também a saber que na Maternidade Alfredo da Costa já se fazem abortos há dois meses. Para começar sugeria uma mudança de nome: o lugar que é o primeiro a praticar o aborto livrem em Portugal não se pode chamar Maternidade. Quanto muito Infaticidario... (resta a consolação de saber que 90% dos médicos da M.A.C. são objectores de consciência).

Fiquei também a saber, por esse mesmo artigo, que cada aborto custa 830€ e 1070€ ao Estado, ainda por cima, livres de Taxa Moderadora, que Deus livre o PS de pôr entraves ao direito ao aborto...

Na mesma semana que ficamos a saber que o Ministro Correia de Campos considerada que existe muitas pessoas isentas de taxas moderadoras, porque põem em risco a sustentabilidade da Sistema Nacional de Saúde, ficamos também a saber que o senhor ministro está disposto a gastar entre 166 e 240 contos para que uma mulher possa livremente matar um filho...

A.R.L.

Hoje vi uma notícia no jornal SOL sobre a Associação Républica e Laicidade. Nesta reportagem os senhores da A.R.L. apereciam como campeões da liberdade e do Estado de Direito. Bradam contra as cruzes nas Câmara Municipais e nas Escolas Pública e promovem abaixos assinados contras as capelanias dos hospitais. Tudo porque para contestar a "posição priveligiada" que a Igreja Católica tem na sociedade portuguesa.

O que estes senhores queriam mesmo a séria, era uma lei da separacão, ao bom velho estilo da 1ª Républica (já vi um dos dirigentes desta associação dizer que a Igreja não foi perseguida na 1ª Républica) com a Igreja confinada a esfera privada e devidamente controlada pelo Estadõ.

O que estes senhores não percebem é que a história de Portugal confunde-se com história da Igreja. Sem Igreja não existia Portugal. Toda a nossa cultura é essencialmente cristã. Negar à Igreja uma presença na sociedade, ou mesmo querer que a presença da Igreja na sociedade seja igual a das outras confissões religiosas, é apagar mil anos de história.

Para além disso, não se pode esquecer o papel essencial que a caridade da Igreja desempenha hoje em Portugal. A esmagadora maioria das instituições e dos voluntários que apoiam as pessoas em risco são católicos (basta consultar o artigo que Álvaro Barreto publicou há duas semanas no jornal Público).

Por isso a Igreja não têm uma posição privilegiada em Portugal. Têm é uma presença real, de mil anos, que se traduz na nossa cultura e no serviço ao próximo que a Igreja presta.

Feira Erótica.

Em economia há uma paradoxo, de resto bastante aplicável ao resto da vida, chamado paradoxo do valor. Segundo esse pardoxo, um bem terá mais valor quando mais raro for.

Nos últimos dias tem aparecido em todos os jornais e telejornais peças sobre uma Feira Erótica que se realizou em Lisboa. Hoje a SIC dedicou alguns minutos do telejornal a explicar os detalhes da feira. A conclusão que habitualmente se tira desta coisas é de que o sexo hoje em dia é mais valorizado do quando a virgindade e a pureza eram consideradas virtudes. Contudo isso é claramente mentira. Hojem em dia o sexo é algo tão banal que não tem valor nenhum. É uma mera satisfação de um instinto, tal como comer ou ir a casa de banho.

Quando qualquer jovem católico afirma que prefere esperar pelo casamento, ouve habitualmente como resposta um "Tu não sabes é o que é bom". Mas é ao contrário, exactamente por sabermo o que é bom preferimos esperar, para que seja realmente uma coisa grande e importante e não mais um acto de rotina, como lavar os dentes ou tomar o pequeno almoço. Nós queremos que o sexo seja uma experiência fantástica, sinal de amor e de união e não uma mera satisfação hormonal.

Nós recusamo-nos a ser animais que agimos sem controle, só procurando uma satisfação imediata. Recusamo-nos a tratar o corpo como mero objecto (o nosso e o dos outros). Por isso os católicos tentam viver em virgindade e pureza, não por desprezo pelo corpo e pelo sexo, mas exactamente pela importância que o corpo e o sexo têm na nossa vida.

sábado, junho 23, 2007

Carta do Nicola

O Nicola é uma amigo nosso italiano a quem foi diagnosticado uma leucemia há dez dias. Deixo aqui a carta que ele escreveu ao CLU de Portugal:

"Queridos amigos portugueses,

Quero escrever-vos só algumas linhas, que são a síntese daquilo que estou a viver nestes dias. Sinto-me contente e sereno como uma criança, surpreende-me a atenção com a qual olho até ao fundo o que existe, «Tudo nele consiste», quem mo está a dar, e portanto ao reconhecimento da presença de Cristo aqui no hospital.

Ajudam-me imenso as laudes de manhã: cada dia marco a frase que me surpreende quando recito no meu quarto, é um instrumento que penso que nunca compreendi até ao fundo como nestes dias: tenho mesmo a necessidade de captar pelo menos uma mensagem, e são verdadeiramente um sustentamento no dia que, em si próprio, como circunstancias, é apagado e não há «factos excepcionais» que te relançam e te fazem retomar, é só surpreender-se na vida quotidiana dum hospital. E este era o ponto no qual estava ainda a resistir: surpreender-me no quotidiano era um desafio aberto, e Jesus, como verdadeiro amigo, relançou-me.

Aqui, mas não só aqui, em toda a parte, há duas grandes possibilidades: deixar-se levar pela rotina quotidiana e deixar que o dia se escape, ou então abrir os olhos e deixar-se surpreender: «Nada é impossível a Deus» na realidade. Na realidade! No quotidiano, porque ai está a urgência maior.

Estou a pedir isto, que Jesus se revele, que se faça reconhecer. Sei que isto é um dom, mas sei também que se deve mendigar, esperando, como diz a escola de comunidade, uma nova palavra e um novo gesto que são a expressão do modo como o homem vê, sente, afronta e se empenha com a realidade.

Ao ler «Um café em companhia» nestes dias, surpreendeu-me uma frase de don Gius que diz assim: «nós temos uma tarefa na vida que é ser cada um testemunhas de Cristo usando os utensílios da própria profissão. Até se for doentes de cama», e eu acrescento estar na Católica de Milão. Não muda nada!

Agora estou sozinho no meu quarto, desde hoje estou isolado no meu quarto, e será assim pelo menos durante 10 dias, pode só entrar com máscara e bata e por poucas horas por dia a minha mãe ou os meus irmãos. De vez em quando passa alguma enfermeira, mas é lindíssimo, estou a ouvir música lindíssima (também aquela portuguesa que me fez ouvir o Pe. Luis Miguel, os Madredeus) e estou a escrever o que a vida está a dar-me e eu não posso tirar-me para trás porque temos uma tarefa no mundo.

Que graça! Que lindo abrir os olhos de manhã e ter na mente Cristo, isto é um dom, ter na mente o meu pai. «A nossa vida não está feita para nos tornar alguém, mas de Alguém», como me dizia o Pe. Virgílio, um meu amigo padre missionário no Brasil que já morreu.

Agradeço-vos as vossas orações e lembro-vos sempre, consciente de que não estou sozinho a levar esta cruz, estamos juntos, da maneira mais simples e mais bela que existe, e portanto testemunhando Aquele que tomou a nossa vida e no-la faz gostar, «Cristo me atrai, tão belo».
Até breve. Um abraço a todos e obrigado por estar ao meu lado."


Agradeço a Deus a graça que é ter um testemunho assim na minha vida.

quinta-feira, junho 21, 2007

Festa brava


Ontem ao fazer zapping, passei por um debate na SIC Mulher sobre toiradas. De um lado estava um rapaz da A.N.I.M.A.L., com um ar bastante moderno e uma liguagem bastante polida. Doutro, um rapaz chamado Diogo Palha, com um ar de forcado (que realmente era) e que falava de um modo menos bruto do que eu esperava.

A certo ponto, o rapaz da A.N.I.M.A.L., de seu nome Miguel, começou a explicar como os animais eram discriminados só por serem de outra espécie. Explicou que as corridas de toiros era uma espécie de descriminação. Dizia ele que, assim como há o racismo que descrimina pela raça e a xenofobia que descrimina pelo povo, tambem os toiros eram descriminados por serem de outra espécie. Seria cómico, se não fosse realmente perigosa e insultuosa a comparação. Só faltou comparar a Monumental de Madrid a Aushwitz para o quadro ficar completo.

Depois desde pequeno delírio o intérpido defensor dos animais explicou que os toreiros (para ele cavaleiros, matadores, forcados, ganadeiros, aficcionados eram uma só espécie) não percebiam nada de toiros. Chegou a dizer que eram como os donos dos escravos (juro que não estou a inventar, estou a citar bastante literalmente).

Depois lançou-se numa digressão de como era vergonhoso para o toiro que os homens se divertissem a dominá-lo. Eu pessoalmente acho que é a ordem natural das coisas: os animais racionais, através da inteligência dominam os animais irracionais que só usam a força bruta. Confesso que foi exactamente isto que me impressionou quando este ano tive o privilégio de ver torear Henrique Ponce no Campo Pequeno: o modo calmo e frio como ele dominava um animal que tinha força suficiente para o matar.

Por fim, o amante dos animais ainda explicou que os forcados eram uns cobardes, porque eram oito contra um. Para começar é preciso explicar a este rapaz que o forcado que vai a cara avança sózinho para o toiro, facto que leva a que muitas vezes estes "medricas" levem sovas de animais que tem o quintúplo do seu peso. Para além disso, muitas vezes oito homens são insuficientes para deter um toiro.

Eu, que não sendo um entendido da matéria, gosto muito de ver corridas de toiros, tenho a declarar o seguinte aos senhores da A.N.I.M.A.L.:

- os animais são inferiores aos homens e não possuem direitos;

- não quer isto contudo dizer que devam ser mal tratados: o homem, por ser um animal racional, têm o dever de tratar bem os animais;

- as corridas de toiros são uma tradição portuguesa que demonstra a coragem e a inteligência do homem contra a força bruta do toiro;

- compreendo que não se goste de corridas de toiros, pois é um espetáculo violento. Eu pessoalmente também não gosto de ver boxe. Contudo é um espectaculo de grande beleza e arte que não poderá ser extinta pelos extremismo de uns ou pela sensibilidade de outros.

Cultura de morte

Já está regulamentada a lei que permite o aborto livre até as 10 semanas. A partir de hoje o aborto é um direito em Portugal. Um mulher que, até as 10 semanas de gravidez, entrar num Hospital e dizer "Eu quero fazer um aborto" terá direito ao seu aborto dê por onde der.

Caso os médicos tenham os desplante de ser objectores de consciência (para tal têm que assinar um papel que entregarão aos seus superiores) o Hospital é obrigado a arranjar um local para a mulher abortar.

Em Portugal, tal como na Europa, a cultura da morte começa a reinar. A esquerda brada feliz porque nos estamos finalmente a livrar da herança cristã. Infelizmente tem razão.

No dia em que a esquerda poder bradar a sua vitória completa na Europa (porque a Europa ao contrário da Igreja, não tem promessas de vida eterna) então restará um continente de velhos e homosexuais. Ai veremos o que Islão têm a dizer sobre o aborto e a homosexualidade...

terça-feira, junho 19, 2007

Mi sei scoppiato dentro il cuore - Mina





Era
solamente ieri sera
io parlavo con gli amici
scherzavamo tra di noi
e tu e tu e tu
tu sei arrivato
m'hai guardato e allora
tutto e' cambiato per me
Mi sei scoppiato
dentro al cuore all'improvviso
all'improvviso non so perché
non lo so perché all'improvviso
all'improvviso
sarà perché mi hai guardato
come nessuno mi ha guardato mai
mi sento viva
all'improvviso per te
Ora
io non ho capito ancora
non so come può finire
quello che succederà
ma tu, ma tu, ma tu
tu l'hai capito
l'hai capito ho visto
eri cambiato anche tu
Mi sei scoppiato
dentro al cuore all'improvviso
all'improvviso non so perché
non lo so perché all'improvviso
all'improvviso
sarà perché mi hai guardato
come nessuno mi ha guardato mai
mi sento viva
all'improvviso per te
Mi sei scoppiato
dentro al cuore all'improvviso
all'improvviso non so perché
non lo so perché all'improvviso
all'improvviso
sarà perché mi hai guardato
come nessuno mi ha guardato mai
mi sento viva
all'improvviso per te


Dedicado a minha amiga Catas, que me "obrigou" a gostar desta música.

Homofobia!?

O ridiculo tem limites! O Parlamento Europeu aprovou uma resolução sobre a homofobia.

Primeiro começa por explicar que a homofobia é o "receio irracional e uma aversão relativamente à homossexualidade e as pessoas do grupo LGBT". Se por pessoas do grupo LGBT falamos daquela que gostam de exibir a sua homosexualidade, que querem provar ao mundo que são homosexuais, então confesso que sou homofobico. E, ao contrário do que o PE, a homofobia, tal como a vendem, não é comparável a xenofobia ou ao racismo. A xenofobia e o racismo são formas de discriminação por uma simples diferença de nacionalidade ou raça, a homofobia (sem bem que chamar-lhe fobia é patético) é uma simples aversão a inversão dos valores morais de uma sociedade.

Depois fala de incitamento ao ódio por líderes religiosos. Esta parte é uma referência clara as declarações que o presidente da Conferência Episcopal Italiana fez sobre as uniões de facto gays, onde se limitou a relembra a doutrina da Igreja. Pelos visto dizer que a homosexualidade é pecado é uma forma de incitamento ao ódio (todos sabemos que a Igreja incita a que se espanque os pecadores...).

Já no ponto E (como depois se verá no ponto 2 das recomendações) a coisa começa a aquecer. A referência é clara e inequívoca: é uma recomendação para que se reconheça aos casais de homosexuais o mesmo direito que aos casais heterosexuais: casamentos, adopção, fertilização in-vitro (em caso de lésbicas).

O ponto 11 das recomendações quer que os parceiros homosexuais gozem dos mesmo direitos de propriedade e sucessão que os casais.

Por fim, a cereja no topo do bolo, temos esta pérola: "Convida os Estados-Membros envolvidos a reconhecerem finalmente que os homossexuais foram alvo e vítimas do regime nazi". Mas é preciso um reconhecimento formal? Então já agora devia convidar a reconhecer o reconhecimento formal dos católicos, dos ciganos, dos deficientes e dos eslavos as mãos dos nazis. E já que vamos por esse caminho reconhecer que houve perseguições à Igreja nos países da União que estiveram do lado de lá da cortina de ferro.

Esta resolução é mais uma prova de que a Europa está a perder a sua identidade cristã. Mas no dia em que a Europa se tornar completamente laica veremos então o islão a entrar pelo nosso continente a dentro. Para se lhe opor restarão velhos pares homosexuais que o PE tanto protegeu...

Roma


Conta a lenda que, em 753 a.C. foi criada junto ao Tibre uma pequena cidade, de seu nome Roma. Segundo a mesma lenda, foi fundada pelos irmão Rómulo e Rémulo, que foram alimentados por uma loba.

A pequena cidade estado foi crescendo e, a pouco e pouco, foi derrotando todos os outros povos da penísula italiana, até se tornar senhora de toda a Itália. Pelo caminho ficaram os etruscos, os marsos, os samitas, os picentinos, entre outros.

Em 264 a.C., acedendo ao pedido de ajuda do rei de Siracusa, Roma começou a primeira Guerra Púnica, contra o general Cartiginês Amilcar Barca. Saiu desta guerra com as suas primeiras provincias: Sicilia, Corsega e Sardenha.

Em 218 a.C. Anibal Barca, filho de Amílcar desencadeia a segunda Guerra Púnica. Atravessa os Alpes durante o Inverno, impõe três derrotas aos Romanos, mas demonstra-se incapaz de tomar Roma. Entretanto Público Cornélio Cipião, o Africano, toma Cartago de assalto, obrigando Anibal a retirar para África. Ao fim de 16 anos em Itália, Aníbal é derrotado nas planícies de Zagma e Roma ganha mais duas provincias: Hipânia e Africa.

Entre 218 e 67 a.C. Roma conquista a Ilíria, a Grécia, a Macedónia, a Gália Narbosense (norte de Itália e sul de França) e herda o Pérgamo, Frígia e a Bítinia.

Em 67 a.C. dá-se um acontecimento que se virá a revelar essencial para a história: Pompeu Magno consegue o comando para "limpar" o Mediterrânio dos piratas. Cumpre esta missão em 6 meses. Depois, apoiando-se na sua vitória contra os piratas, consegue o comando da guerra contra o rei Mitriade e conquista a Síria, o Ponto, a Arménia e a Judeia.

Em 58 a.C. Júlio César começa a conquista da Gália.

Em 31 a.C., após a derrota de Marco António e Cleóptra em Actium, o Egipto passa a pertence ao Egipto e o Mediterrânio passa a ser definitivamente o Mare Nostrum.

Todos estes factos serão essenciais para a expansão do Cristianismo. Foram as estradas construidas pelos romanos, a paz e a segurança garantida pelas legiões e o dominio de Roma sobre o Mediterânio que permitiu que os díscipulos pudessem envegilizar toda a Europa. Deus usa a obra humana para os seus desígnios: o Império que o homem construiu foi a base para a Igreja do Senhor.

Imposturas anticristãs - Professor César das Neves - DN, 18/06/07

O combate contra o cristianismo é um dos mais vastos, sistemáticos e duradouros de sempre. Desde a crucificação segue múltiplos propósitos, formas, atitudes e um só objectivo. Hoje a campanha adquiriu tons específicos, especial agressividade e profundo embuste. Acaba de sair o livro de uma das maiores autoridades no tema, o sacerdote francês Joseph-Marie Verlinde: Imposturas Anticristãs. Dos Evangelhos Gnósticos ao Código da Vinci (Editorial Verbo, 2007). Cientista nuclear, foi expoente do esoterismo antes de, convertido, se tornar campeão da fé em pregação, livros e no site www.final-age.net.

O recente "anticristianismo (...) surge da controvérsia entre as duas correntes: de um lado o racionalismo das Luzes, que reinvindica a autonomia absoluta da razão; do outro o 'sentimentalismo' do romantismo que, rejeitando completamente o Deus transcendente, procura o divino nos bastidores dos mundos ocultos, percebidos 'intuitivamente'. Estas duas correntes, longe de se antagonizarem, vão desenvolver-se em simultâneo" (p. 75-76). No fim do século XIX juntaram-se nas relações do positivismo de Comte com o espiritismo, de Kardec. Agora florescem na New Age.

Por cá, a república, cujo centenário se aproxima, decretou uma sistemática perseguição religiosa na linha do ateísmo oitocentista. Hoje a hostilidade é surda e subtil, mas não menos activa. Olhando a cultura oficial, ninguém diria que vivemos num país cristão. Os autores católicos são menorizados por o serem. A expressão religiosa é possível, mas deve ser privada, e as manifestações da civilização cristã são silenciadas ou distorcidas. Entretanto, visões ateias, exóticas ou anticristãs são subsidiadas, divulgadas, celebradas. A cultura oficial é hedonista, relativista, libertária.

Desde que a Europa abandonou a Igreja, já falharam os sonhos totalitários nazi e marxista, o ateísmo puro não convenceu e o cientifismo triunfante azedou. Vivemos a apoteose da ideologia ocultista, panteísta e esotérica. Verlinde mostra com clareza a sua origem e contornos. "O renascer contemporâneo do pensamento gnóstico desenvolveu-se no Ocidente como consequência 'espontânea' do movimento da secularização, o qual, agora à distância, se percebe que apenas visava a religião 'dominante', a saber, o cristianismo" (p.18). Após séculos a atacar a Igreja, caiu-se no delírio.

O autor lembra que Mircea Eliade avisara: "A grande maioria dos 'sem religião' está atulhada numa miscelânea mágico-religiosa, mas degradada até ao ridículo, e por isso dificilmente reconhecível" (p. 179). A cultura actual explicitou-a num chorrilho de disparates que envergonharia os nossos antepassados iluministas, deístas e positivistas. Uma incrível série de generalizações boçais, paralelos abusivos e truques linguísticos dizem "demonstrar cientificamente" o que a ciência e a História negam peremptoriamente. Daí a popularidade da literatura e movimentos gnósticos, esotéricos e mágicos, o sucesso de Dan Brown, Harry Potter e seus clones, que o autor desmascara com rigor.

Naturalmente, num tempo obcecado com o erotismo, a magia sexualis está no centro. Também isso é um embuste, pois o antigo gnosticismo era misógino, machista e diabolizava o sexo, mas hoje usam-se essas teorias como pretexto para "novas formas de prazer sob a capa de 'demanda mística' " (p. 191).

Entretanto, a Igreja é vista "como organismo tentacular e parasitário" (p. 264), em linguagem paralela à dos nazis contra os judeus. Se as instituições hoje favorecem o sincretismo, porquê perseguir a fé cristã? Trata-se de uma forma de calar a consciência. Quem se afunda no deboche e sofre as suas dramáticas consequências sente a necessidade de descarregar os remorsos. Mas há uma razão mais profunda: "Por detrás da recusa em acolher a interpretação do crente da pessoa de Jesus Cristo (...) esconde-se a recusa de depender de Outro para aceder à verdade última e à vida eterna" (p. 32). Estas seitas repetem a suprema tentação soberba da serpente do Éden: "Sereis como deuses" (Gn 3, 5).

segunda-feira, junho 18, 2007

Rezar.

A oração é uma questão de simples humanidade. "Reza quem é mais realista, que considera mais seriemante a sua experiênca humana" ensina-nos don Giussani. Toda a quesao da oração se resume nisto: acreditamos ou não que somos plenamente dependentes de Deus? É que se acreditamos realmente nisto, então pedir e esperar que o nosso pedido se realisse, é uma mera questão de racionalidade.

Mas eu tenho muitas vezes a tendência de complicar, ou de ser céptico. Embora reze, rezo achando que o que peço é de tal maneira impossível que Deus não o realizará. Faça-o mais por descargo de consciência do que por fé.

Mas hoje, perante a simpicidade de uma amiga minha que propunha rezar a Saõ Ricardo de Pampuria pelo pai de uma amiga nossa, ganhei consciência daquilo que realmente é a oração: o simples pedido homem Aquele que Tudo Pode.

E história está cheia de testemunhos dos milagres que Deus realiza, simplesmente porque alguém teve a humildade de Lhe pedir.

Por isso peço a todos que rezem pelo pai da minha amiga Madalena e pelo meu amigo Júnior.

São Ricardo Pampuria,
Rogai por nós

sábado, junho 16, 2007

Dejectos de Consciência

As últimas notícias sobre a regulamentação da lei do aborto deixaram alguns intelectuais de cara à banda: então se o povo português quer aborto como aspirina na farmácia, como é que os médicos - esses malandros! - podem querer ser (imagine-se!) objectores de consciência?!

1. O resultado do referendo tem uma leitura política clara: mais de 50% dos eleitores não votou, portanto não há vontade expressa de uma maioria na mudança da lei. ~

Podemos depois interpretar, extrapolar, imaginar os sentimentos profundos dos abstencionistas, podemos.

Mas nunca deixarão de ser interpretações, extrapolações ou imaginações. O facto é que houve um referendo para mudar a lei e quem não foi votar não expressou vontade de mudar a lei ("Quem não votar, vota não!" - LOUÇÃ dixit);

2. Os apoiantes das causas fracturantes como o aborto dividem-se tendencialmente em SIM's e NÃO's, como uma grande diferença.
Os SIM's aparecem todos - olha a modernidade! -, todos os que existem vão às manifs, telefonam para o Opinião Pública e inundam a blogosfera.

Os NÃO's são sempre menos. Sempre. Depois da campanha do Referendo percebi este ponto sociológico da nossa sociedade... Os NÃO's não querem saber de campanhas, políticas e referendos.

Quando tange com a vida concreta, zangam-se. Quando é preciso "sujar as mãos" na política, assobiam para o lado.
Porque tenho mais que fazer, porque aqueles que já fazem é que são bons ou tão simplesmente porque não há nada a fazer, eles ganham sempre! Contra os meus falo, mas...

3. O ponto anterior explica muito bem a questão dos objectores de consciência. Eu arriscaria uma aposta em como esses mesmos 80% de objectores de consciência ficaram em casa no dia 11. Ou mesmo - pasme-se! - que votaram SIM. Porque coitadinhas das mulheres, elas é que sabem (mas EU nunca faria!); ai e a prisão? Não pode ser crime... (mas EU nunca faria!)...

O argumento central da vitória do SIM foi o da falsa liberdade (eu acho mal e nunca faria, mas cada um sabe de si), a falsa liberdade promovida a princípio de direito penal...

E o resultado é a pasmaceira (do verbo pasmar...) dos nossos SIM's...

VOGLIO VIVERE COSÌ

Imaginar como deveria ser aniquila a experiência.

Depois do silêncio, retomo sucintamente: imaginar como deveria ser, deambular sobre o cenário ideal que teima em chegar, reduz e elimina a possibilidade de viver intensamente a minha vida.

A MINHA vida, a minha dor, a minha alegria, as minhas vitórias, as minhas derrotas.

A aventura da vida é esta: levar a sério, cumprir o ímpeto de humanidade que resta do coração de um homem que se implica verdadeiramente com a dramaticidade do real.

sexta-feira, junho 15, 2007

Façamos um saneamento...

A invevitável Fernanda Câncio propõe que se organize os quadro dos Serviços de Obstetricia do Sistema Nacional de Saúde de maneira a garantir que acha médicos para fazer abortos. Tudo isto porque no Hospital do Divino Espiríto Santo nos açores todos os ginecoligistas e obstetras se declraram objectores de consciência.

Como isto, segundo a jornalista de "causas" (ao contrários daquelas que a Fernanda Câncio põe ao Espirito Santo, estas aspas são merecidas), é uma ofensa a um direito fundamental, vá de arranjar médicos abortófilos para os Açores.

Primeiro, o aborto não é um direito fundamental. Nem sequer é um direito. É uma prática permitida pela Lei. A pergunta que ganhou no referendo dizia respeito a, como aliás a Fernanda Câncio e os seus camaradas tanto insistiram, a despenalização do aborto.

Para além disso, a sugestão de que é preciso uma solução para resovel o "problema" dos objectores de consciência tem um cheiro a saneamento à Verão quente de 75. Quem é contra o povo vai fora.

Resta-me uma pergunta: quando começam os despedimentos dos médicos que se recusem a fazer abortos?

"E amando-os, amou-os até ao fim"

CITY BEACH, Austrália, quarta-feira, 13 de junho de 2007 (ZENIT.org).- Esta é uma carta enviada a Zenit por um companheiro do Pe. Ragheed Ganni, assassinado junto a três subdiáconos em Mosul, Iraque, em 2 de junho.


* * *

"Estudei em Roma quando era seminarista da Arquidiocese de Perth, Austrália, no Colégio Pontifício Irlandês, e assisti à Universidade Pontifícia de Santo Tomás de Aquino de 1997 a 2001. Agora sou pároco da Paróquia do Espírito Santo em City Beach, Austrália Ocidental.

O Pe. Ragheed Ganni foi o primeiro seminarista que conheci no colégio, e ele teve a gentileza de mostrar-me meu quarto.

Ainda que não nos podíamos comunicar a princípio através da fala, porque eu não sabia falar aramaico e o Pe. Ragheed ainda não falava inglês, através de nossos anos no seminário chegamos a ser bons amigos.

O Pe. Ragheed tinha um caráter amigável e uma acolhida calorosa. Era de profunda oração e tinha um grande senso do sagrado, com uma profunda espiritualidade e união com Deus. Era diligente nos estudos e muito respeitado na faculdade e por seus companheiros do colégio. Estava sempre disposto a dar uma mão para quem precisava ou a dedicar tempo a estar com as pessoas para conversar amigavelmente.

Era um companheiro extremamente inteligente. Aprendeu seis idiomas e tinha previsto regressar ao Colégio Irlandês no próximo ano para começar sua tese doutoral.

Cada ano, o Pe. Ragheed dedicava o verão na Irlanda para trabalhar em Lough Derg, que é um lugar de peregrinação no norte da Irlanda, o que lhe permitia enviar dinheiro para casa para comprar os medicamentos de que precisavam. Sem aparecer, fez muito pelos iraquianos. Sempre colocava os outros em primeiro lugar.

Lembro-me de um verão em que o Pe. Ragheed ficou comigo no Seminário de St. Malcay, em Belfast. Era por volta do dia 12 de julho, que é a época das manifestações no Norte da Irlanda.

Essa noite havia distúrbios às portas do seminário e podíamos ouvir os tiros e os gritos da polícia e as sirenes das ambulâncias. Foi uma longa noite e o Pe. Ragheed me falou sobre os sofrimentos e a perseguição dos cristãos que viviam no Iraque.

Quando começou a guerra no Iraque, o Pe. Ragheed estava desolado, pois já levava sete anos longe de sua família e nesse momento toda a comunicação com sua pátria estava interrompida. Passaram meses antes que pudesse saber se sua família estava a salvo. Foi um tempo muito difícil para ele, mas em meio a tudo, encontrava consolo na oração.

O Pe. Ragheed me visitou em Perth em 2003, durante o verão; foi maravilhoso o tempo que passamos juntos na paróquia. Falamos sobre seu regresso ao Iraque e o que isso poderia significar.

O Pe. Ragheed era muito leal a seu bispo e às pessoas de sua diocese. Era consciente dos perigos que implicava voltar ao Iraque, onde os cristãos se converteram em alvo dos extremistas muçulmanos. Sabendo que arriscava sua própria vida, aceitou com muito valor o desafio de administrar os sacramentos a seu povo.

O Pe. Ragheed era como um irmão para mim, e meu coração está triste porque o mundo é um lugar mais solitário sem ele.

Recordo os dias em que passávamos o Natal no colégio, quando todos os demais estudantes voltavam para casa por motivo das férias. Tínhamos Roma para nós sozinhos, agora é toda sua.

Descansa em paz, meu amigo, porque foste um servo bom e fiel; teu martírio sobrevive e, estou certo disso, animará outros jovens a unir-se às filas de Cristo para continuar a tarefa da salvação.

Agora começa teu sacerdócio eterno, com toda a corte celestial ao teu redor.

Estou seguro de que o martírio do Pe. Ragheed e de seus companheiros produzirá muito fruto de liberdade religiosa, unidade e paz para o povo do Iraque.

Minhas orações estão com a família do Pe. Ragheed e as famílias de seus companheiros; Basman Yousef Daoud, Ghasan Bidawid e Wadid Hanna.

Oxalá que a paz chegue ao Iraque.

Pax Christi,
Padre Don Kettle"

"O Bom Pastor é aquele que dá a vida pelas suas ovelhas"

"«O discurso do Papa acendeu o fogo na cidade. Um sacerdote ortodoxo sírio foi decapitado; minha paróquia foi atacada cinco vezes. Recebi ameaças antes do seqüestro desse sacerdote, mas tive cuidado em meus deslocamentos. Adiei minhas férias duas vezes porque não podia deixar a cidade nessa situação.»

«Tinha de ir para Europa em 18 de setembro, mas adiei para 4 de outubro. Depois tive de adiar para 1º de novembro. O Ramadã foi um desastre para nós em Mosul. Centenas de famílias cristãs deixaram a cidade, inclusive minha família e meus tios: cerca de 30 pessoas abandonaram todas suas propriedades e partiram, devido às ameaças.»

«Não é fácil, mas a Graça do Senhor dá sustento e força. Enfrentamos a morte a cada dia.»"

Via
Zenit.

Este texto é parte de um e-mail que o Padre Ragheed, sacerdote iraquiano assasinado no Iraque, enviou a um amigo em Roma.

Nele podemos ver a situação desesperada em que se encontram os cristãos no Iraque. Mas acima de tudo podemos ver a "esperança inexaurivel na Graça que nos é dada e renovada cada manhã"

quarta-feira, junho 13, 2007

Káká!

Roma, 5 jun (EFE).- O meia-atacante brasileiro Kaká, do Milan, confessou à revista "Vanity Fair" que foi difícil se manter virgem até o casamento.

"Minha mulher e eu escolhemos chegar virgens ao casamento. A Bíblia ensina que o verdadeiro amor se alcança apenas com o casamento, com a troca de sangue, o que a mulher perde com a virgindade. Para nós, a primeira noite foi belíssima", comentou.


A revista sairá às bancas na quarta-feira, mas hoje foram divulgados alguns trechos da entrevista.


Kaká confessa depois que foi difícil esperar a noite de núpcias.


"Claro que pesou, sou um jovem normal. Não foi fácil chegar ao casamento sem nunca ter estado com uma mulher. Com Caroline, nos beijávamos e o desejo existia. Mas sempre soubemos parar. Se hoje nossa vida é tão bela, acho que é porque soubemos esperar".


O jogador também revela como conheceu sua mulher. "Foi em uma festa em São Paulo. Meu pai e sua mãe (Rosangela Lyra, diretora da Christian Dior no Brasil) se conheciam e nos apresentaram. Trocamos o número de telefone, depois fui buscá-la para seu aniversário".


"Ela estava fazendo 15 anos, eu tinha 19. Mas, no Brasil, eu já era famoso e, em 2002, na volta da Copa, começamos a namorar. Aos 20 anos já pensava no casamento, sempre pensei", ressaltou.


"Mas tivemos que esperar três anos: um no Brasil e dois estando distantes um do outro, pois vim jogar no Milan e ela era jovem demais para me acompanhar. Mas esse período foi importante, pois colocou à prova nosso amor", acrescentou.


Kaká, um religioso convicto, confessa que tenta "evitar as tentações". "Existem sempre, mas tento evitá-las. Desde que vim para a Itália nunca fui a uma boate, salvo às festas do Milan, e sempre com minha mulher".


"Entre nós, quando ela ainda estava no Brasil, havia um pacto: podíamos sair com os amigos, mas à meia-noite voltávamos para casa e nos ligávamos. Caroline e eu fizemos muitos sacrifícios", comentou.


Num meio mais propenso ao disparate do que as coisas sérias como é o do futebol e num mundo onde a sexualidade é banalizada, não deixa de impressionar o testemunho daquele que é, provavelmente, o melhor jogador do mundo.

Do namoro

Pelos visto dia 12 de Junho é dia dos namorados no Brasil. O Bispo de Macapá fez uma belissima intervenção sobre o namoro, que vale muito a pena ler.

Das eleições.

Dia 15 de Julho teremos eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa. Regra geral as eleições autárquicas são uma coisa simples: na provincia a malta gosta do senhor presidente que fez a rotunda e o parque infatil e elege-o, acha que o presidente devia ter feito mais pelo clube da terra elege o adversário. No Sul elege-se ou o candidato do PS ou o do PC. No Centro e Norte o do PS ou PSD. Nas zonas mais cristãs do Norte o CDS lá arranca um ou outra Câmara. Já nas grandes autarquias (Lisboa, Sintra e Porto) o voto, regral geral, é contra ou a favor do governo.
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Claro que isto nem sempre é assim. Também depende muito dos candidatos, da conjuntura política e dos escândalos locais. Mas, muito grosso modo, as coisas passam-se neste termos. É raro as eleições autárquicas serem muito complexas. O seu resultado pode ter efeitos políticos grandes, como quando caiu o governo de Guterres, mas não costumam ser resultados complexos ou subtis. Contudo nas eleições em Lisboa ao votar seremos confrontados com problemas políticos complexos e subtis. Isto deve-se a três motivos:
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- às medidas impopulares de um governo com tiques despóticos, com pouco respeito pelo Estado de Direito (veja-se o caso da PMA, do aborto ou, numa escala menos grave, As mentiras do Primeiro Ministro no caso da Independente), sem respeito pela separação de poderes (veja-se a passagem de Rui Pereira de professor universitário para juiz e de juiz para ministro em poucos meses) e que aparentemente exerce pressões sobre a comunicação social,
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- ao aparecimento de candidatos independentes, que demonstram uma clara descretibilização dos partidos, já evidenciada pelo segundo lugar de Manuel Alegre nas presidenciais,
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- a crise de direcção do PSD, onde Marques Mendes não se consegue afirmar como lider da oposição.
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Por estes motivos estas eleições poderão, e provavelmente irão, influenciar a vida política portuguesa dos próximos anos. Por um lado, se António Costa não ganhar será a quarta derrota consecutiva de Sócrates em eleições: autárquicas (menos câmaras do que o PSD e perdeu nas três maiores munícipios, incluindo Lisboa), presidenciais e eleições regionais. Só assim se justifica que o PS faça a avançar o número 2 do Governo para a Câmara.
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Por outro lado, António Costa é o mais provável sucessor de Sócrates na liderança do PS. Por isso joga aqui uma jogada arriscada. Se perder, passará algum tempo no deserto, pelo menos até a próxima renovação governamental, sendo que perderá o comboio da sucessão a Sócrates. Por outro lado, se ganhar a Câmara, António Costa arranja maneira de continuar a ter visibilidade, mas podendo afastar-se de Sócrates, já a pensar numa possivel sucessão e candidura a Primeiro Ministro em 2013.
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No caso do PSD, esta eleições vieram acentuar a falta de capacidade de liderança de Marques Mendes. Dos vários barões que dominam o Partido Social Democrata, nenhum deles arriscou avançar. As duas pessoas que mais hipóteses teriam de ganhar a Câmara dentro do partido demonstraram claramente que nãos estão dispostas a apoiar o lider. Por um lado Manuela Ferreira Leite demonstra pouca vontade de se imiscuir na vida partidária e não está disposta a submeter-se a uma campanha eleitoral e as consequências de uma enventual vitória nas urnas. Por outro lado, Paula Teixeira da Cruz, actual presidente da Assembleia Municipal, demonstra que percebeu claramente que os ventos não sopram para os lados de Marques Mendes e não está disposta a arriscar um final prematura da sua carreira política por uma lider transitório do partido. Também Fernado Seara, um candidato com menos peso político mas com alguma popularidade preferiu manter-se fora desta luta. Por isso sobrou Fernado Negrão, um bom homem, um homem competente, mas um peso político do ponto de vista político. A esmagadora maioria dos lisboetas não suspeita quem seja este homem e a sua carreira pública (como director da PJ, como Presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência e como ministro da Segurança Social) é escassa.
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Dificilmente Fernando Negrão conseguirá melhor que o terceiro lugar, se conseguir o terceiro. Ainda mais dificilmente conseguirá um resultado melhor do que o homem a quem Maruqes Mendes retirou a confiança política, Carmona Rodrigues. Nesse caso dificilmente Marques Mendes conseguirá segurar o poder dentro do PSD.
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Estas eleições têm ainda uma novidade: duas candidaturas independentes, ambas com possibilidades de fazerm bons resultados. Primeiro temos a candidatura de Carmona Rodrigues, que me parece ser o único inimigo sério de António Costa nesta eleições. A vitória deste neste nas eleições seria uma bofetada quer ao Governo, quer a Marques Mendes. Se Carmona Rodrigues ganhar quer dizer que o povo não está minimanente interessado nas opiniões de Marques Mendes e que claramente não está interessado em antigos membros deste Governo.
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Carmona Rodrigues têm a qualidade de não ser um político. Nesta eleições esse factor será uma grande vantagem. O povo cada vez mais desconfia dos políticos. Carmona Rodrigues pouco liga a política. Desde que chegou a Camâra nunca se imiscuiu num problema do partido, tendo-se contedado em ser Presidente da Camâra de Lisboa e não putativo candidado à liderança do PSD. Para além disso apresenta uma imagem descontraída e um discurso simples.
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Já a candidatura de Helena Roseta parece-me mais fraca. Para começar os motivos que a levam a sair do partido e a candidatar-se como independente não são tão claro como no caso de Carmona. Para além disso, embora tenha sem dúvida bastante visibilidade, não goza da popularidade de Carmona Rodrigues. Para além disso conta com uma longa carreira política, que lhe poderá trazer algumas desconfianças.
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Mesmo assim, a sua canditadura apresenta-se como saída para os socialista descontentes com Sócrates e com ditadura que Sócrates impôs no partido, transformando-o num espectáculo de um homem só. Dificilmente um bom resultado de Helena Roseta levará a queda de Sócrates, mas será um sinal de aviso de que o partido não está tão tranquilo como aparenta.
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Por fim temos as candidaturas de Telmo Correia, de Ruben de Carvalho e de José Sá Fernandes. Telmo Correia é um portista declarado e se tiver um resultado inferior ou de Maria José Nogueira Pinto, acontecimento muito provável, será protagonista do primeiro grande revés da segunda liderança de Paulo Portas, mas dificilmente terá consequências de maior.
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Ruben de Carvalho deverá manter o mesmo resultado. Depois de algum tempo a perder votos para o Bloco o PC finalmente estabilizou e voltou a ter um eleitorado muito estanque.
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Já Sá Fernandes parece-me que dificilmente será re-eleito. Para começar, o papel de grande irmão, sempre atento aos bons costumes da Camâra começa a causar-lhe sérias antipatias. Para além disso o factor da sua suposta independência, que pesou nas últimas eleições, será-lhe roubado por Helena Roseta, que se apresenta como real candidata independente da esquerda e que, sabiamente, recusou uma coligação com Sá Fernandes nestas eleições.
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Estas eleições seguramente não farão cair o governo, mas podem influenciar de modo muito profundo os próximos passos dos dois maiores partidos portugueses.

Vincent - Don Mclean



Starry
starry night
paint your palette blue and grey

look out on a summer's day
with eyes that know the
darkness in my soul.
Shadows on the hills
sketch the trees and the daffodils

catch the breeze and the winter chills

in colors on the snowy linen land.
And now I understand what you tried to say to me

how you suffered for your sanity
how you tried to set them free.
They would not listen
they did not know how

perhaps they'll listen now.

Starry
starry night
flaming flo'rs that brightly blaze

swirling clouds in violet haze reflect in
Vincent's eyes of China blue.
Colors changing hue
morning fields of amber grain

weathered faces lined in pain
are soothed beneath the artist's
loving hand.
And now I understand what you tried to say to me

how you suffered for your sanity
how you tried to set them free.
perhaps they'll listen now.

For they could not love you
but still your love was true

and when no hope was left in sight on that starry
starry night.
You took your life
as lovers often do;
But I could have told you
Vincent
this world was never
meant for one
as beautiful as you.

Starry
starry night
portraits hung in empty halls

frameless heads on nameless walls
with eyes
that watch the world and can't forget.
Like the stranger that you've met

the ragged men in ragged clothes

the silver thorn of bloddy rose
lie crushed and broken
on the virgin snow.
And now I think I know what you tried to say to me

how you suffered for your sanity

how you tried to set them free.
They would not listen
they're not
list'ning still
perhaps they never will.

segunda-feira, junho 11, 2007

"É preciso que o quotidiano se torne heróico, para que o heróico se torne quotidiano" - Samwise the Brave




Samwise Gamgee é a minha personagem preferida de "O Senhor dos Anéis". O Sam é um hobbit típico. Gosta de comer, beber, fumar canchibo, fazer jardinagem. É pouco dado a aventuras ou a grande viagens, desconfia naturalmente dos estrangeiro e acha que não existe outra terra como O Shire.

Dificilmente seria a personagem para uma história de acção, com grande batalhar e viagens infindáveis, por terras estranhas, pejadas de seres maléficos. No fundo Sam é a personagem ideal de um romance rural, pois ele próprio é apenas o humilde jardineiro do Senhor Frodo Baggins. E é um criado à antiga, cegamente fiel ao seu patrão. É exactamente por esta fidelidade que ele atravessa toda a Terra Média , até ao coração da Terra Negra, para destruir o Um anel.

Durante toda a estória podemos esperar ver fazer grandes feitos, mas ele não faz nenhum. Limita-se a seguir Frodo para onde quer que ele vá e assegurar-se que nenhum mal lhe acontece. Cozinha para Frodo, vai buscar àgua para Frodo, carrega Frodo as costas. Mas é nesta fidelidade que se encontra toda a grandeza deste pequeno hobbit, que o torna o maior héroi de "O Senhor dos Anéis". Toda a sua vida é dada, ele vive para Frodo, para o ajudar a levar a sua tarefa até ao fim. Sem ele Frodo nunca teria chegado à Montanha da Condenção, nunca o anel teria sido destruido, nunca a Terra Média teria sido salva.
A única herócidade de Sam é a sua fidelidade a Frodo. Mas esta fidelidade, que quando estavam n'O Shire se traduzia em arranjar-lhe o jardim e que em Mordor o levará a enfrentar orcs e em carregar Frodo as costas, que transportará Frodo até à destruição do anel.

Editorial do DN - 09/10/07

"A lei do aborto e entraves que não eram esperados

Quando 80% dos médicos de grandes hospitais de Lisboa e do Porto se declaram objectores de consciência contra o aborto legal - revelando uma estranha e clara dessintonia entre a classe médica e a sociedade como um todo -, o Governo tem de tomar algumas atitudes, se se quiser pôr em prática a vontade expressa nas urnas.

Deve estabelecer com rigor quais os serviços públicos de saúde em condições de realizar o que as utentes do SNS requererem, verificar as incapacidades e encontrar alternativas. E tem também de fiscalizar as objecções apresentadas, para que não desaguem em negócio privado.

Depois de ter pedido ao povo que se pronunciasse, é obrigação do Estado impedir que uma qualquer classe profissional capture e desvirtue na prática o alcance da sua vontade. Esta surpreendente reacção dos médicos tem como primeira consequência fazer com que os hospitais tenham decidido aceitar apenas mulheres nas suas áreas de residência - o que põe em risco o direito à reserva e ao anonimato, sobretudo nas terras pequenas.

É preciso ter em conta que o que se diz já sobre este assunto se baseia em dados parciais de grandes hospitais centrais do SNS."



Nem o Estado, nem a maioria, são donos da consciência de ninguém. Por isso o Estado não pode obrigar nenhum médico a fazer um aborto. Ainda menos pode mover uma perseguição a um médico que se recusa a fazer algo que é contra um juramento que fez.

Sobrepor o poder do Estado aos direitos individuais é o apanágio dos sistemas totalitários. Numa verdadeira Democracia, todos os homens têm o direito a sua consciência.

quinta-feira, junho 07, 2007

Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo




Hoje celebramos a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. Para mim muitas vezes a Eucaristía torna-se uma coisa banal. Muitas vezes já não me espanta nem comove que Cristo se dê ao trabalho de transformar um bocado de pão e umas gotas de vinho no Seu Corpo e no Seu Sangue.

Esta solenidade, com a sua procissão pelas ruas da Baixa, ajuda-me a relembrar a grandeza da Eucarístia: Cristo, centro do cosmos e da história, todos os dias se torna tão presente e real como na Cruz, para que nós possamos comungar a Sua Carne e o Seu Sangue. E isto não pode deixar de me espantar e comover!

Conquistador - Da Vinci



Era um mundo novo
Um sonho de poetas
Ir até ao fim
Cantar novas vitórias

E erguer, orgulhosos, bandeiras
Viver aventuras guerreiras
Foram mil epopeias
Vidas tão cheias
Foram oceanos de amor

Já fui ao Brasil
Praia e Bissau
Angola, Moçambique
Goa e Macau
Ai, fui até Timor
Já fui um conquistador

Era todo um povo
Guiado pelos céus
Espalhou-se pelo mundo
Seguindo os seus heróis

E levaram a luz da cultura
Semearam laços de ternura

Foram mil epopeias
Vidas tão cheias
Foram oceanos de amor

Já fui ao Brasil
Praia e Bissau


Se descontarmos o facto de a malta se vestir e dançar de um modo um pouco rídiculo nos anos 80, a música é muito boa na mesma!

Um lenda «negra» - Cardeal Bertone

A figura de Eugenio Pacelli, Papa Pio XII, se encontra já há décadas no centro de agudas polêmicas. O pontífice romano que guiou a Igreja nos terríveis anos da segunda guerra mundial e depois na guerra fria é vítima de um lenda negra que acabou por afirmar-se até o ponto de que é difícil inclusive de esboçar, ainda que os documentos e testemunhos tenham provado sua total inconsistência.

Um dos desagradáveis efeitos «secundários», por chamá-los de algum modo, dessa lenda negra, que apresenta falsamente o Papa Pacelli como indulgente com o nazismo e insensível ante a sorte das vítimas da perseguição, consiste em ter feito esquecer totalmente o extraordinário magistério desse Papa, que foi o precursor do Concílio Vaticano II. Como aconteceu com as figuras de outros dois Papas com o mesmo nome -- o beato Pio IX, do qual só se fala em relação a temas ligados à políticas do Ressurgimento italiano; e São Pio X, recordado com freqüência unicamente por sua valente batalha contra o modernismo --, também se corre o risco de reduzir todo o pontificado de Pacelli à questão dos supostos «silêncios».

2.A atividade pastoral de Pio XII

Estou aqui, portanto, nesta tarde, para oferecer um breve testemunho de um homem de Igreja que, por sua santidade pessoal, resplandece como um luminoso testemunho do sacerdócio católico e do supremo pontificado. Certamente, já havia lido muitos ensaios interessantes sobre a figura e a obra do Papa Pio XII, das sumamente conhecidas «Actes et Documents du Saint Siège», às biografias de Nazareno Padellaro, da Irmã Margherita Marchione, do Pe. Pierre Blet, entre as primeiras que me vêm à mente. Isso sem falar dos «Discursos de guerra» do Papa Pacelli, se o desejam, estão disponíveis em formato eletrônico, e que me resultam totalmente interessantes também hoje por doutrina, por inspiração pastoral, por finura de linguagem literária, por força humana e civil.

Em definitivo, já sabia bastante sobre o «Pastor Angelicus et Defensor Civitatis». Contudo, deve-se dar graças ao senhor Andrea Tornielli, pois nesta volumosa e documentada biografia, recorrendo a muitos escritos inéditos, ele nos restitui a grandeza da figura de Pio XII, nos permite aprofundar em sua humanidade, nos faz redescobrir seu magistério. Ele nos recorda, por exemplo, sua encíclica sobre a liturgia, sobre a reforma dos ritos da Semana Santa, o grande trabalho preparatório que desembocaria na reforma litúrgica conciliar.

Pio XII abre o caminho à aplicação do método histórico-crítico à Sagrada Escritura, e na encíclica «Divino afflante Spiritu» estabelece as normas doutrinais para o estudo da Sagrada Escritura, sublinhando sua importância e papel para a vida cristã. Na Encíclica «Humani generis» leva em consideração, ainda que com cautela, a teoria da evolução. Pio XII imprime também um notável impulso à atividade missionária com as encíclicas «Evangelii Praecones» (1951) e «Fidei donum» (1957), da qual se celebra o qüinquagésimo ano, sublinhando o dever da Igreja de anunciar o Evangelho aos povos, como fará depois o Concílio Vaticano II. O Papa se nega a fazer coincidir o cristianismo com a cultura ocidental, assim como com um determinado sistema político.

Pio XII continua sendo, ainda hoje, o Papa que deu mais espaço às mulheres em suas canonizações e beatificações: 54,4% nas canonizações, e 62,5%%. De fato, em várias ocasiões, esse pontífice havia falado dos direitos femininos, afirmando, por exemplo, na rádio-mensagem ao Congresso CIF de Loreto de outubro de 1957, que a mulher está chamada a desempenhar «uma ação decisiva» também no campo político e jurídico.

3.Acusações injustificadas

Estes não são mais do que exemplos que mostram o que resta ainda por descobrir, e mais ainda, por redescobrir, do magistério do servo de Deus Eugenio Pacelli. Impressionaram-me, também, muitos detalhes do livro de Tornielli dos que emerge tanto a lucidez e sabedoria do futuro pontífice, nos anos que foi núncio apostólico em Munique e em Berlim, como muitos traços de sua humanidade. Graças à correspondência inédita com o irmão Francesco, podemos conhecer alguns juízos firmes sobre o nascente movimento nacionalista, assim como o grave drama interior vivido pelo pontífice durante o tempo da guerra por ocasião da atitude que era preciso adotar ante a perseguição nazista.

Pio XII falou disso em várias ocasiões em sua rádio-mensagem e, portanto, está totalmente fora de cogitação acusá-lo de «silêncios», assumindo contudo um tom prudente. Falando dos silêncios, quero citar um artigo bem documentado do professor Gian Maria Vian publicado no ano 2004, na revista «Archivum historiae pontificiae», que tem como título «O silêncio de Pio XII: às origens da lenda negra» («Il Silenzio di Pio XII: alle origini della leggenda nera»). Entre outras coisas, diz que o primeiro que questionou os «silêncios de Pio XII» foi Emmanuel Mounier, em 1939, poucas semanas depois de sua eleição como sumo pontífice e por ocasião da agressão italiana na Albânia. Sobre estas questões se desencadeará a seguir uma dura polêmica, inclusive de origem soviética e comunista que, como veremos, seria retomada por expoentes da Igreja Ortodoxa russa. Rolf Hocchuth, autor de «O Vigário», a obra teatral que contribuiu a desatar a lenda «negra» contra Pio XII, em dias passados definiu o Papa Pacelli em uma entrevista como «covarde demoníaco», enquanto há historiadores que promovem o pensamento único contra Pio XII e chegam a insultar de «extremista pacelliano» quem não pensa como eles e se atreve a manifestar um ponto de vista diferente sobre estas questões. Portanto, não é possível deixar de denunciar este estrago do senso comum e da razão perpetrado com freqüência desde as páginas dos jornais.

[Tradução realizada por Zenit]

segunda-feira, junho 04, 2007

Herói?

Em 2010 irá ser festejado o primeiro (e esperemos que último) centenário da Républica. Será sem dúvida um momento de glória para os senhores dos aventais.

Mas o festejo começará provavelmente já no próximo ano. Se o Dr. António Costa, como parece inevitável, vier a ganhar a Câmara de Lisboa não temos qualquer dúvida que não irá deixar de festeja o centenário do Regícidio, que se assinal no dia 2 de Fevereiro do próximo ano.

Por muito que republicano que se seja, festejar o assasínio do Rei é a negação do Estado de Direito. É dizer que é legitimo matar por uma doutrina. Festejar um acto de terrorismo, como foi o assasínio do Rei Dom Carlos e do Infante Luís Filipe, é negar os Direitos que os repúblicanos tanto se gabam de defender.

Contudo, para o espectáculo ser completo, à laia de aperitivo, discute-se neste momento a tranladação de Aquilino Ribeiro, que é dos responsáveis pelo Regícidio, para o Panteão Nacional. Os Maçons querem elevar um terrorista à categoria de herói da pátria. Por isso existe neste momento uma petição on-line, dirigida ao Presidente da Républica, para impedir a esta vergonha. Podem assinar aqui.
O senhor Presidente da Républica que se acautele, pois aqueles que já mataram um Chefe de Estado para conseguir os seus objectivos não se coibirão de matar outro.