sábado, agosto 27, 2011

"Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja"



Dia 20 de Agosto de 2011, o Aeroporto de Cuatro Vientos cheio a transbordar. Depois de dias de calor imenso, de caminhadas entre multidões infindáveis, chegava o ponto maior das Jornadas Mundiais da Juventude: a Vigília com o Papa.

Éramos dois milhões de pessoas à espera de ouvir a mensagem que o Santo Padre tinha preparado para nós. Quanto o Papa vai começar a falar levanta-se um enorme temporal: rajadas de vento, chuva, raios e trovões. E nós no meio daquela multidão sem ter para onde fugir.

Uma única pessoa fica serena: um velho de oitenta e quatro e anos, que perante toda fúria da natureza se mantém firme. Enquanto tudo abanava e voava o Papa manteve-se de pé, ignorando os conselhos de prudência, olhando para (e pelo) seu rebanho.

E os jovens mantiveram-se também firmes, gritando por Bento XVI. Durante minutos pareceu um combate: quanto mais chovia, quanto mais o vento uivava mais nós cantávamos.

Até que finalmente a tempestade passou. O Santíssimo é trazido para o altar e ouviu-se um impressionante silêncio. Dois milhões de jovens, liderados por um velho de cabelos brancos, ajoelharam na lama e adoraram a Cristo.

Quem visse estes acontecimentos de passagem corria risco de apenas reparar nos jovens, que testemunharam estarem de facto enraizados em Cristo. Mas a verdade é que só nos mantivemos firmes na tempestade porque fomos confirmados pelo Papa.

A noite de Cuatro Vientos foi uma grande catequese do que é a Igreja: um povo sem medo, edificado sobre a rocha de Pedro, que adora o Seu Senhor.

SEMPER FIDELIS!

quinta-feira, agosto 11, 2011

O Drama da Liberdade

No dia 22 Julho um homem, depois de ter detonado uma bomba no centro de Oslo, matou 69 pessoas a tiro numa ilha onde decorria um acampamento de uma juventude partidária. Nos dias que se seguiram o autor destes crimes bárbaros foi sempre apelidado de louco.

Nos últimos dias Londres e várias outras cidades de Inglaterra estiveram a saque. Milhares de pessoas saíram à rua para saquear e incendiar. Neste caso os media continuam a falar da morte de um homem pela polícia, do desemprego, do fecho de centros sociais.

Nestes dois casos, como habitualmente, procuram-se sempre uma oportunidade para desresponsabilizar as pessoas: são loucas, não tem emprego, não tem onde se reunir.

De algum modo queremo-nos proteger, dizer a nós mesmos que estas situações se devem apenas a uma conjuntura, que podem ser evitadas com remédios, com acompanhamento psicológico, com politicas sociais.

Mas quer em Oslo quer em Londres encontramo-nos diante de um dos maiores dramas do homem: o facto de que cada pessoa poder escolher o mal. Não precisa de ser louca, nem de ter problemas sociais. O homem tem livre arbítrio.

O homem moderno deseja um sistema tão perfeito que já não precise de ser bom. Mas tal sistema não existe: a escolha entre a santidade ou o mal é colocada cada dia, cada instante, diante de nós. Este é o drama da liberdade.