quarta-feira, outubro 28, 2009

Lendo os outros.

O Público, sobre o novo livro de Saramago, publicou um longo artigo de um judeu agnóstico mas especialista em religiões comparadas. Sobre o artigo vale a pena ler este post do Cachimbo de Magritte:

"Tive um grande professor na Universidade. Chama-se João César das Neves. Não é só um grande professor de economia. É um grande professor. Ponto. Mesmo antes de ser meu professor, já eu o importunava, anos a fio, quase semanalmente com perguntas, umas mais comezinhas, do género de lhe pedir para comentar pela seiscentésima vez os 2,4% de inflação ou de aumento do consumo privado, outras menos. Era jornalista, e a profissão obrigava. E ele respondia sempre, com paciência. Aprendi imenso com ele. Além da inteligência e do saber, a ironia e a generosidade são os seus grandes dons.

Um dia, para explicar a não tão comezinha questão da relação entre o ponto de vista e o objecto visado, disse assim: «Até é possível analisar o fenómeno do beijo, ou um poema, do ponto de vista económico. O problema é que, desse ponto de vista, nada de essencial se aprende sobre o assunto.»

Assim com o ponto de vista estético sobre a Bíblia. Vem isto ainda a propósito da «brutalidade» de Richar Zimler. Aqui em baixo. "

O Anjo da Guarda do Papa



Morreu Camillo Cibin, conhecido como o Anjo da Guarda do Papa. Durante sessenta anos trabalhou na segurança do Vaticano. Durante mais de vinte anos acompanhou o Papa João Paulo II em todas as suas viagens. Foi ele que saltou para a multidão e apanhou Ali Agca depois de ele disparar sobre o Papa. Foi ele que deteve o padre Krohn em Fátima, quanto este avançou com uma faca para atacar Sua Santidade.

Nunca tinha ouvido falar de Camillo Cibin até hoje. Comoveu-me ler a sua história. A história de alguém que dedicou toda a sua vida defender o Papa. Que Deus o acolha junto dos Santos Pastores que ele guardou e defendeu.

sexta-feira, outubro 23, 2009

"O Estado e a Igreja em Portugal no início do séc. XX - A Lei da Separação de 1911", Padre João Seabra.

Estou neste momento a ler o livro “O Estado e a Igreja em Portugal no início do séc. XX - A Lei da Separação de 1911”, versão simplificada da tese de doutoramento que o Padre João Seabra apresentou na Faculdade de Direito da Universidade Pontifícia Urbaniana. O livro é editado pela Princípia e pode ser encontrado em qualquer livraria (custa 21,90€).

Nas páginas deste livro é bastante fácil reconhecer o estilo do Padre João Seabra. Por um lado todo o rigor cientifico e académico que uma tese requere, sem nunca se afastar ou manipular os factos a seu favor. Mas ao mesmo tempo, aplica todo o seu espírito critico, a sua capacidade de ironia, de sarcasmo e a sua velocidade de pensamento para desfazer o mito da confessionalidade da monarquia liberal e da laicidade republicana. Impressionante ver como o Padre João vai completando um puzzle com os factos dispersos. Não é que o autor tenha de repente descoberto um facto novo, que nenhum outro historiador conhecesse. Simplesmente encaixou-os. A capacidade de tornar algo de complicado numa exposição simples é apanágio dos grande mestres.

O primeiro capitulo é sobre a situação da Igreja durante a monarquia liberal. Este período tem sido alvo de muita propaganda, desde dos alvores do movimento republicano, para fazer crer que a Igreja teria sido beneficiada pelo Estado e que tinha sido a república a acabar com esta situação.

Contudo, desde 1833 até à república, a Igreja foi perseguida e submetida ao poder do Estado. Os bispos foram sendo imposto ao Papa pelo Rei, apoiado pelas cortes (estas nomeações eram sobretudo políticas), os párocos passaram a ser nomeados por concurso público e os padres passaram a ser funcionários públicos, estando por isso sobre a alçada do Estado. A somar a isto tudo está a expulsão da ordens religiosas, com o respectivo roubo de todos os seus bens.

Ora, embora o catolicismo fosse religião de Estado, os liberais moveram durante 80 anos uma guerra à Igreja. Já no último governo monárquico, Teixeira de Sousa tentou expulsar mais uma vez os jesuítas. O regalismo cartista tinha reduzido a Igreja Portuguesa a uma repartição estatal: padres que eram caciques eleitorais, bispos nomeados por amizades políticos e todo um clero cada vez mais mal preparado e em desunião com o Santo Padre.

Os capítulos seguintes tratam de enquadrar historicamente a Lei da Separação no contexto do 5 de Outubro e de explicar como esta lei foi utilizada para perseguir e oprimir a Igreja.

O que Padre João demonstra na sua tese é que, embora a lei de 20 de Abril de 1911 seja formalmente (para ser mais exacto, nominalmente, pois mesmo na forma a lei é discriminatoria) uma lei de separação do Estado da Igreja, materialmente limitou-se a submeter em quase todos os aspectos a Igreja ao Estado.

Na perseguição à Igreja durante a República existe uma primeira fase, mais desorganizada e menos sistemática, caracterizada por uma acção de rua (logo a 5 de Outubro dois padres foram mortos e nesse mesmo mês o bispo de Beja teve que fugir do país para não o ser) e por medidas legislativas avulsas.

A 8 de Outubro de 1910, Afonso Costa expulsa de Portugal todos os jesuítas portugueses e estrangeiros, expulsa também os religiosos estrangeiros de outras ordens e dissolve as todas as ordens religiosas. Obviamente, confisca os poucos bens que as ordens tinham conseguido readquirir após a expulsão por Dom Pedro IV.

Até à Lei da Separação Afonso Costa vai tomando várias medidas, das mais gerais (como a o Código do Registo Civil que legisla a necessidade do registo civil para a celebração dos sacramentos) até às mais concretas (a destituição do Bispo de Beja, para qual inventará leis).

Mas a obra-prima é a Lei da Separação. Aí, de modo sistemático, Afonso Costa vai submeter todos os aspectos da vida da Igreja, desde a caridade ao culto, ao Estado.

Para não me alongar ainda mais falarei só dos dois pontos principais: as cultuais e as pensões eclesiásticas. Pontos esses que originarão de facto a separa da Igreja do Estado.

Não há um momento na república em que formalmente os bens da Igreja passem para o Estado. Para a Lei da Separação esses bens são do Estado, como se sempre tivessem sido. Todas as Igrejas, catedrais, colégios, seminários, hospitais, paços episcopais, residências paroquiais, alfaias litúrgicas. Nem os quintais dos pobres priores de aldeia escapam.

Contudo, o Estado cede para utilização os templos e as alfaias na igrejas onde se constituam cultuais. Ou seja, congregações, nas quais os ministros de culto não podem fazer parte dos órgãos, que administram o culto. Serão por isso as cultuais que ficarão responsáveis pelo culto, independentemente dos priores e dos bispos.

Por outro lado, depois de acabar com todas as formas de sustento do clero a lei dispõem que podem receber uma pensão do Estado os bispos e os párocos dos templos que onde se constituam cultuais. Para além disso os padres que celebrem o culto nas suas paróquias podem usar, a titulo gratuito, a residência paroquial, na medida das suas necessidades.

Ou seja, por um lado submete a si a administração das Igrejas. Por outro só permite aos padres que se submeterem a autoridade do Estado e não a do Papa e dos bispos, obter meios de sustento. Ainda para mais, uma pensão paga pelo Estado à cultual para depois a cultual pagar ao padre. Ou seja, o total vexame e submissão dos padres, tratados como funcionários de uma qualquer repartição estatal.

Os bispos recusam estas condições e instam os padres a recusa-las também. Ou seja, abdicam todos os bens, submetem-se a todos os vexames para defender a Libertas Ecclesiae. Recusam-se a trocar a comunhão com o Papa pela salvação dos bens. O resultado disto será que a Igreja perderá todo o seu património.

Contudo, e aqui chegamos ao ponto central da tese do Padre João, ao recusar qualquer controle do Estado sobre a Igreja, ao recusar qualquer dependência do Estado, os bispos e os padres na prática separam totalmente a Igreja do Estado.

Este livro é de facto muito importante. Primeiro para combater o mito que se instalou de que a Igreja teria sido benefeciada pela monarquia e que portanto mesmo os excessos da república que se reconhecem têm um pouco de justiça, como se fosse uma luta contra um opressor. Este é um mito no qual acreditam muitos católicos.

Depois é importante porque quem não recorda os erros do passado está condenado a repeti-los. É preciso perceber que muitos dos ataques que hoje vemos à Igreja, supostamente novo e frutos da liberdade actual, têm de facto 100, 170 e às vezes 260 anos.

Por fim, nos tempos que avizinham é sempre importante olhar para o testemunho daqueles que vieram antes de nós, que por amor a Cristo, ao Papa e a Libertas Ecclesiae, passaram por vexames, perseguições, prisões e viveram na pobreza.

É de facto uma graça que o Padre João tenha publicado a sua tese. Fazem falta padre que não tenham medo de afirmar a glória da história da Igreja em Portugal: uma história com falhas e pecados, mas sobretudo uma história de missão, santidade e coragem da qual nós, pela Graça de Deus e pela paternidade de sacerdotes como este autor, somos herdeiros.

P.S.: Já agora, fale a pena ouvir as declarações do Padre João na R.R., aqui.

O Filho Pródigo




Foi ontem anunciado que o Santo Padre vai publicar uma Constituição Apostólica que irá facilitar a entra na Igreja aos anglicano que o queiram.

Nas últimas décadas a Igreja Anglicana têm-se divido cada vez mais. Não tendo grandes diferença doutrinais com a Santa Madre Igreja, até à pouco tempo a grande diferença entre a Igreja de Inglaterra e a Igreja Católica era a comunhão com o Papa.

Contudo a admissão de mulheres ao sacerdócio e ao episcopado, assim como posteriormente a admissão de clérigos homossexuais começou a provocar cisões entres os que se mantinham fiéis a doutrina cristã e aqueles que se deixaram levar pelas novas tendências.

O resultado foi que cada vez mais padres e bispos anglicanos se converteram. Para facilitar a conversão, o Santo Padre na sua paternidade, decidiu publicar esta Constituição Apostólica que permitirá a muitos anglicanos regressar a casa.

SEMPER FIDELIS!

Arcebispo Português nomeado secretário do Colégio dos Cadeais.

O Santo Padre Bento XVI nomeou D. Manuel Monteiro de Castro secretário do Colégio dos Cardeais.

O Senhor Arcebispo, que tem exercido a sua missão pastoral ao serviço da diplomacia da Santa Sé, foi durante nove anos Núncio Apostólico em Madrid. Há um mês foi chamado por Sua Santidade a Roma para servir como secretário da Congregação dos Bispos que decidiu agora nomea-lo secretário do Colégio dos Cardeais.

Rezemos por D. Manuel Monteiro de Castro para que o Senhor o ajude nesta nova missão.

SEMPER FIDELIS!

Que Deus lhe conceda a Salvação.

Saramago bem tentou, mas não conseguiu. O nosso Nobel queria uma polémica sobre o seu livro e bem se esforçou, dizendo disparate atrás de disparate a ver se irritava alguém. Os media, sempre pronto a satisfazer os nosso intelectuais, bem que se esforçou, pressionando padres e bispos a comentar os dislates de José Saramago. A resposta foi sempre a mesma: num tom afectuoso, de caridade para com um velho ateu, os padres e bispos limitaram-se a explicar que Saramago não conhecia bem a Bíblia.

Contudo, não contente com resultado, o escritor explicou hoje que o seu livro causou muitos anti-corpos e reacções adversas na Igreja por parte de pessoas que não o leram. Confesso que a única pessoa que eu ouvi comentar com ar mais irritado, comparado o Nobel aos Gato Fedorento, foi o padre Carreira das Neves que estava a ler o livro. José Saramago começa a parecer-se com aquelas crianças pequenas que chateiam os mais velhos para desatar a chorar quando eles pedem para parar.

No fim desta falsa polémica, criada para vender livro, fiquei com pena. Pena de um homem velho, com a morte à espreita, que orgulhosamente prefere a sua razão à salvação. Que o Senhor o ilumine e lhe conceda a Graça do arrependimento antes de passar ao outro mundo.

quinta-feira, outubro 15, 2009

Roubados, perseguido e oprimidos. No fim paguem a conta.

Li hoje no Público que um qualquer instituto do Estado, alertado por um grupo de cidadãos cheios de consciência cívica, mandou parar as obras para substituir um grade lateral da Sé que estava em riscos de ruir.

Sendo a Sé propriedade do Estado, para além de Património da Cultura, não se pode lá fazer obras sem autorização estatal. Ou seja, não tendo ficado satisfeitos por roubar a Sé o Estado português prefere ainda deixa-la cair do que tomar ou deixar alguém conta dela. Isto aliás é um acontecimento recorrente em todas as Igrejas que são propriedade do Estado. Veja-se a fachada dos Jerónimos ou o tecto de Santo António de Campolide.

Perante isto, ainda existem grupos de cidadãos que zelam pelo direito do Estado ao património espoliado à Igreja. Fomos roubados, perseguidos, oprimidos e no fim ainda vamos ter que pagar a conta dos restauros. Mas Deus nos livre de impedir um tecto de cair sem autorização do estado!

segunda-feira, outubro 12, 2009

"Caminha o Homem quando sabe bem para onde ir"

"Porém, aquilo que mais me toca e tocará, que mais me afecta e afectará, é o empenho dos excelentes e a miséria dos medíocres"

Lembrei-me desta frase, posta na boca de César no livro "O Primeiro Homem de Roma: as Mulheres de César" por causa da eleições de ontem em Lisboa.

Antes de mais, antes de qualquer conclusão ou explicação, é preciso dizer que perdemos porque tivemos menos votos. Eu sei que este pensamento assim parece apenas uma observação básica e tonta. Mas é preciso não nos esquecermos que acima de qualquer teoria ou ideia ergue-se a realidade. Nas eleições autárquicas ganha quem tem mais um voto. Indiferentemente de quem é melhor Homem, de quem trabalhou mais, de quem é mais competente ou mais honesto, no fim ganha quem o povo escolhe.

Dito isto, existe um facto muito relevante que ditou a derrota de Pedro Santana Lopes ontem à noite. A deslocação maciça de votos do Bloco e do P.C. (a diferença entre os votos para a Assembleia Municipal e os votos para a Câmara deste dois partidos foi de 11.000) para a "açorda" de António Costa foi fatal para a coligação "Lisboa com Sentido". Se a estes votos somarmos todos os monárquicos patetas que se recusaram a votar numa coligação onde estivesse o PPM, os moralistas que fazem gala em não votar PSL em nome de valores morais elevados e alguma dispersão do voto católico pelo MEP (quase dois mil votos), a derrota de ontem parece fácil de explicar.

Contudo, não é verdade que a derrota de ontem seja só por causa destes factos. Tendo estado um mês empenhado na campanha, juntamente com alguns dos meus amigos, percebi que havia muita gente dentro do CDS e do PSD que variavam entre uma indiferença em relação ao resultado e uma clara má-fé para com PSL.

Contra toda uma máquina partidária, fundos infindos e uma comunicação social amigável Santana só dispunha de algumas pessoas do PSD e de um punhado de pessoas de Comunhão e Libertação. Muitas vezes nas campanhas de rua os universtiários do CL foram mais do que os jovens dos partidos.

Durante o último mês vi o empenho pessoal que poucas dezenas de pessoas puseram ao serviço de um projecto e de um homem em que acreditavam. Pessoas que se desdobravam em mil para fazer tudo: telefonemas, panfletagem, organização, arruadas. Com cinco ou seis pessoas assegurou-se uma exposição permanentemente aberta durante dez dias em Belém. Com a disponibilidade de alguns universitários, que entre aulas deram o seu tempo para esta campanha, assegurou-se um autocarro que vez campanha todo o dia durante 21 dias.

Mas perante este entusiasmo de quem luta pelo que acredita esbarramos no pequeno calculo politico-partidário, na mesquinhez de quem está mais interessado no partido do que na cidade, na sofreguidão de quem já se imagina a ser assessor de uma nova direcção do PSD, para a qual dava muito jeito uma derrota em Lisboa.

Perante isto, ou uma pessoa têm claro a razão por que faz as coisas ou desespera face à derrota e à pequenez. De que valeram estes dias de trabalho intenso se no fim fomos derrotados? Serviram para aquilo de que toda a nossa vida deve ser sinal: da presença de Cristo!

Nós, os de Comunhão e Libertação que participaram na campanha, demos testemunho de uma outra forma de fazer política fruto de uma outra forma de viver: certos daquilo que encontramos, desejosos de o anunciar, movidos por uma paixão pelo humano nascida do encontro com Cristo.

Por isso mesmo na tristeza da derrota, na dor da injustiça de ver eleito alguém que nada fez e nada fará por Lisboa, permanecemos certos de que tudo é e será para a nossa felicidade.

O Nobel da Ilusão

Antes de mais é preciso dizer que o Nobel vale o que vale. A opinião de cinco pessoas nomeadas pelo parlamento norueguês não é equivalente a uma eleição universal.

Contudo a vitória de Obama é sintomática do nosso tempo, onde a fantasia vale mais do que a realidade.

Todas as promessas emblemáticas que o presidente americano fez durante a campanha não foram cumpridas. Não fechou Guantanamo, a retirada do Iraque será decidida em 2012 e já enviou mais 20.000 homens para o Afeganistão, estando neste momento a pensar enviar mais 40.000.

Mesmo os dois exemplos de actos de paz referidos pela comissão do Nobel são apenas realpolitik. A aproximação à Rússia foi feita sacrificando a Geórgia em prol do apoio russo em relação ao Irão. Em relação à China, o Nobel da Paz ignorou os atropelos aos direitos do homem (na visita que o Dalai Lama fez agora aos E.U.A. Barack não o recebeu) de modo a garantir boas relações com aquela que é a maior potência económica do mundo.

Mas estes factos não são acusações contra o presidente dos E.U.A.. Não há muito que ele pudesse fazer em relação a estes assuntos, alguns herdados da anterior administração. O problema é que as circunstâncias, ao contrário do que a Obamamania pensa, não podem ser mudados por palavra bonitas e pensamentos positivos.

E este é um dos grande problemas de Obama. Conseguiu criar uma fantasia à sua volta, que lhe confere uma aura de salvador da humanidade. Mas realidade irá encarregar-se de desmentir esta fantasia. Como dizia o Honest Abe: "É possível enganar algumas pessoa todo o tempo, é possível enganar todas as pessoas por algum tempo, mas não é possível enganar todas as pessoas todo o tempos".

terça-feira, outubro 06, 2009

A Republica

Eu sou monárquico. Penso que a monarquia é o melhor regime para o país. É preciso não confundir o regime com a forma de governo. Acredito num regime monárquico e num governo democrático (preferencialmente à Inglesa, com círculos uninominais, onde os deputados não respondem ao partido mas aos seus eleitores.

Sou monárquico porque o Rei é um verdadeiro símbolo do país, que se encontra acima das pequenas questões partidárias. Alguém ensinado desde criança para ser Chefe de Estado. Veja-se a importância que o rei teve na Bélgica, quando esta teve mais de um ano sem governo. Ou em Espanha, na resistência ao terrorismo e na defesa da democracia. Ou, recuando mais no tempo, o papel do Rei de Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial.

Mas independentemente da questão do regime, ontem celebrou-se um dia negro para Portugal. O 5 de Outubro foi uma revolução da Carbonária e da Maçonaria, sem apoio popular. Foi o culminar do processo iniciado com a morte do Rei e do Príncipe dois anos antes.

Com o 5/10 instalou-se uma ditadura popular, onde os formigas branca e a polícia garantiam o poder do Partido Democrático. Jornais foram fechados, sindicatos perseguido, mas sobretudo, a Igreja foi continuamente e metodicamente alvo de uma tentativa de destruição.

Por isso é uma vergonha nacional que se festeje o 5 de Outubro. Porque nesse dia não foi a republica como regime que foi instaurada, mas sim um regime totalitária e anti-clerical, que permitiu o caos, a destruição e a morte durante 16 anos.