sábado, outubro 30, 2010

Calista a Escultora Grega, Jonh Henry Newman, Aletheia.




A Aletheia publicou agora o livro Calista a Escultora Grega do Beato João Henrique Newman. Este livro é o romance histórico passado na província africana do Império Romano, no ano 250 dC.

O livro tem como pano de fundo a perseguição aos cristão lançado pelo imperador Décio. Após alguns anos de relativa paz a Igreja encontrava-se na altura amolecida. Muitos dos cristãos de então eram-no por convicção familiar. Faltavam bispos e padres e os cristãos começam a comportar-se como os pagãos.

O livro conta a história de uma pequena cidade, próxima de Cartago, onde quase não existem cristãos. Contudo a perseguição lançado por Décio e a paixão de Calista por um cristão levará ao renascimento da igreja africana. Tudo fruto do encontro com um homem: São Cipriano, bispo de Cartago.

A coisa que mais me comoveu neste livro foi a maneira clara como o Beato Newman explica que a fé nasce do reconhecimento de um presença. Um presença que corresponde de tal maneira que negar essa presença é pior do que a morte.

Embora escrito há 155 anos este livro podia ter sido escrito hoje, para nós. Num tempo que reduz a fé a um sentimento vale a pena ler esta grande mestre que o Santo Padre elevou aos altares.

Nazareth Morning, Bay Ridge Band.



She breaks the darkness with a hope no one has seen
Beneath her heart there grows a grace that has not been
Nazareth Morning
Has come to be
The dawn that eyes have longed to see

Carpenter's lady with a baby at her breast
A humble court where kings and shepherds are her guests
Nazareth Morning
Bethlehem Star
A light for people near and far
Dawn grows to Day, Day comes to stay
The dark of sin won't dim the way
The darkness lied and tried to hide the day in death
Yet in her cries there lies a hope in every breath
Nazareth Morning
Calvary Night,
Can never stop the truth and light

Another morning brings an unexpected light
Another Mary sees an unexpected sight
Nazareth Morning
Rolls stones away
No night can end this endless day

Nazareth Morning
Will always be
The dawn that longs to set us free

Nazareth Morning
Will always be
The dawn that longs to set us free

Nazareth Morning
Will always be
The dawn that longs to set us free

"Et Verbum caro factum est et habitavit in nobis" (Io, 1, 14)

quinta-feira, outubro 28, 2010

Discurso de apresentação das credenciais de Sua Excelência o Embaixador de Portugal junto da Santa Sé

Beatíssimo Padre,

Constitui para mim a maior honra pessoal e profissional apresentar hoje a Vossa Santidade as cartas credenciais pelas quais Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa achou por bem acreditar-me como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário junto da Santa Sé.

Tenho igualmente a honra de entregar a Vossa Santidade as cartas que dão por terminadas as funções do meu distinto antecessor, o Embaixador João da Rocha Páris, que durante vários anos aqui representou Portugal com toda a dedicação.

Desejo, ao apresentar-me, cumprir em primeiro lugar o grato dever de transmitir a Vossa Santidade as respeitosas saudações do Chefe de Estado Português, assim como a expressão da sua profunda admiração e os seus muito sinceros votos de bem-estar.

É-me igualmente muito grato poder ser, nesta oportunidade, o intérprete da arreigada devoção filial do Povo Português à Igreja e a Vossa Santidade, sentimentos estes que Vossa Santidade pôde confirmar por ocasião da memorável visita com que honrou, há meses, o meu País.

Mantêm-se bem presentes na memória de todos os múltiplos gestos de carinhoso e paternal afecto para com Portugal e para com os Portugueses que Vossa Santidade, tanto na mencionada visita como ao longo de todo o seu Pontificado, tem dispensado. Recordo a propósito, com emoção, a canonização de Frei Nuno de Santa Maria.

Como Vossa Santidade tão sabiamente recordou ao chegar a Lisboa no dia 11 de Maio passado, «logo nos alvores da nacionalidade o Povo Português voltou-se para o Sucessor de Pedro esperando na sua arbitragem para ver reconhecida a sua própria existência como Nação». Mais tarde, um Predecessor de Vossa Santidade honrou Portugal, na pessoa do seu Rei, com o título de Fidelíssimo. Assim tem continuado, felizmente, a ser ao longo de quase nove séculos. Vossa Santidade, na homilia que pronunciou a 13 de Maio último no Santuário de Fátima – que tantos designam como o Altar do Mundo – dignou-se referir o meu País como «Nação gloriosa». Estou certo de que os Portugueses continuarão a ser dignos de tão generosa confiança.

Julgo igualmente de sublinhar o facto de que, onde houve ou ainda há uma presença histórica ou cultural portuguesa resultante da extraordinária expansão da lusitanidade, iniciada no período das grandes descobertas marítimas, também aí hoje se encontra viva e activa a presença da Igreja de Roma. A língua portuguesa e a cristandade têm efectivamente mantido fortes laços nas cinco partes do mundo.

Portugal, do mesmo modo que a Santa Sé, orienta a sua actuação nas relações internacionais pelos princípios da independência nacional, do respeito pelos direitos humanos, da igualdade entre os Estados, da solução pacífica dos conflitos e da cooperação internacional como elemento fundamental para o progresso e desenvolvimento da humanidade. Estes princípios encontram-se inscritos na Constituição Portuguesa. Acresce que a valiosa experiência cultural da nossa longa história tem sido determinante para a capacidade universalista que temos para procurar dialogar com todos os povos, estabelecer pontes e contribuir para gerar consensos. Lembro, a propósito, que o Povo Português se orgulha, legitimamente, de ter sido o primeiro na Europa a abolir a pena de morte.

Vossa Santidade tem apelado, com insistência, para que não seja menorizado na vida pública o papel da religião e para que os dirigentes mundiais busquem os meios de encorajar a todos os níveis o diálogo entre a fé e a razão. É-me grato frisar que Portugal não apenas participa mas dirige superiormente as iniciativas no quadro da Aliança das Civilizações, fórum que busca activamente o indispensável e urgente diálogo intercultural.

Recordou também Vossa Santidade ao visitar Portugal, a propósito das comemorações de um século da proclamação da República no meu País, que a viragem republicana abriu, na distinção entre Estado e Igreja, um espaço novo de liberdade para a Igreja que as duas Concordatas, de 1940 e de 2004, formalizaram.

É minha convicção, Beatíssimo Padre, que a Concordata actualmente em vigor constitui um instrumento plenamente apto a assegurar um relacionamento bilateral conforme não só com as nobres tradições e profundos laços históricos que evoquei mas também com os relevantes interesses comuns contemporâneos em frutuosas condições de estabilidade e de respeito mútuo. Irei trabalhar sempre nesta perspectiva com total empenho enquanto ocupar as tão honrosas funções que hoje inicio.

Termino, solicitando a Vossa Santidade que paternalmente se digne abençoar Portugal, os Portugueses e os seus Governantes e, se tal ouso pedir, a Embaixada, a minha Família e eu próprio.

Manuel Fernandes Pereira

Analgésico.

As negociações entre o PSD e o PS relativas ao Orçamento de Estado falharam. Pelos visto acertaram tudo, excepto o corte de mais 400 milhões de euros na despesa.

De novo se levanta um coro de vozes a pedir responsabilidade. É urgente que se aprove o orçamento, mesmo que seja mau. Primeiro porque se o orçamento não for aprovado Portugal não vais conseguir crédito lá fora. Em segundo, porque se o OE chumbar o governo demite-se e assim passa a batata quente a outro.

Em relação à primeira objecção, de que mais vale um mau orçamento do que nenhum, parece-me tonto. Se a ausência de orçamento pode levar a uma crise de confiança dos mercados internacionais em relação a Portugal, um mau orçamento pode ter o mesmo resultado daqui a um ano. Com a diferença que daqui a um ano o Estado estará mais endividado e os portugueses mais pobres. A técnica do chutar para a frente e aguentar mais um bocadinho tem sido usado pelo governo socialista desde há cinco anos com o resultado que agora vemos.

Quanto ao segundo orçamento, eles que fizeram porcaria agora aguentem-se, é criminoso. Para além de criminoso é passar um atestado de incompetência ao PSD. É criminoso porque parte do cálculo político em vez do serviço do país. Tanto faz que o país se afunde, desde que o PS se afunde com ele. Por outro lado, é também uma maneira de dizer que o PSD não consegue lidar com esta crise (da qual de facto tem bastante menos culpa que o PS) por isso mais vale deixar queimar Sócrates mais um bocado e esperar até Maio por eleições.

Parece-me que a solução mais dolorosa (chumbar o orçamento) é, neste caso, a mais eficiente. Aprovar este orçamento como está é como tomar analgésico quando se tem uma dor de dentes sem ir ao dentista. Quando acabar o analgésico a dor fica ainda pior.

segunda-feira, outubro 25, 2010

Discurso de Margaret Tatcher no Congresso do Partido Conservador de 1983.



One of the great debates of our time is about how much of your money should be spent by the State and how much you should keep to spend on your family. Let us never forget this fundamental truth: the State has no source of money other than money which people earn themselves. If the State wishes to spend more it can do so only by borrowing your savings or by taxing you more. It is no good thinking that someone else will pay—that "someone else" is you. There is no such thing as public money; there is only taxpayers' money.[fo 3]

Prosperity will not come by inventing more and more lavish public expenditure programmes. You do not grow richer by ordering another cheque-book from the Bank. No nation ever grew more prosperous by taxing its citizens beyond their capacity to pay. We have a duty to make sure that every penny piece we raise in taxation is spent wisely and well. For it is our party which is dedicated to good housekeeping—indeed, I would not mind betting that if Mr. Gladstone were alive today he would apply to join the Conservative Party.

Protecting the taxpayer's purse, protecting the public services—these are our two great tasks, and their demands have to be reconciled. How very pleasant it would be, how very popular it would be, to say "spend more on this, expand more on that." We all have our favourite causes—I know I do. But someone has to add up the figures. Every business has to do it, every housewife has to do it, every Government should do it, and this one will.

É isto que o nosso governo não percebe ou não quer perceber. Sempre que gasta dinheiro impede as pessoas de criar riqueza. O dinheiro que o Estado gasta é nosso. Por isso deve ter cuidado e critério quando o gasta. Tem que assegurar que gasta apenas no essencial e com a máxima eficiência. Não é cobrando mais dinheiro que o Estado vai resolver os problemas do país, mas gastando menos.

Quem cria riqueza são as pessoas. As pessoas que trabalham, que investem, que criam. São as empresas que criam realmente trabalho. Não por altruísmo, mas porque precisam de mão de obra. São as pessoas que criam riqueza, não por bondade, mas porque precisam de gastar o seu dinheiro para viver.

Por isso o Estado que se limite a assegurar que todos são iguais perante a lei e que todos tem a possibilidade de uma vida digna. Porque tudo o que gasta é nosso, porque tudo o que gasta não gastamos nós.

Por favor, não nos façam mais favores!

O Público de sábado dava conta que o Orçamento de Estado tirava benefícios fiscais às igrejas, mantendo os da Igreja Católica. Esta notícia tinha direito a estar na capa e a uma página inteira dentro do jornal. Digo isto porque falamos do mesmo jornal que "ignorou" uma procissão com 150 mil pessoas no Porto.

Os benefícios de que o jornal fala e que foram retirados é o direito de o IVA sobre bens adquiridos para o culto, assim com o de construções ligadas a essas igrejas ser reembolsado.

A primeira coisa que me ocorre perante a indignação do Público é de a justiça é tratar de forma igual o que é igual e de forma diferente o que é diferente. O Estado não pode nem deve limitar a possibilidade de um individuo praticar a sua fé e de dar testemunho desta publicamente. Não pode nem deve limitar o direito de os crentes se organizarem e de livremente praticarem a sua fé de maneira organizada e pública. E nisto não deve haver diferença entre a Igreja Católica e os restantes.

Contudo, na relação entre o Estado e a Igreja Católica enquanto agente social é evidente que há diferença para outras religiões. Porque a Igreja Católico tem um peso social e cultural em Portugal que ultrapassa em muito o peso de todas as outras religiões juntas. Não apenas pelo número de católicos praticantes, muitíssimo superior ao de outras religiões, mas pelo seu trabalho na sociedade portuguesa que é ainda maior que o seu número de crentes. O número de portugueses que é sustentado, tratado ou educado pela Igreja supera em muito o número de católicos praticantes. Querer tratar a Igreja Católica e, por exemplo, a IURD da mesma maneira é o mesmo que tratar da mesma maneira a fundação Calouste Gulbekian e a sociedade filarmónica de Santiago-do-Escoural.

Mas o mais irritante desta medida é que ela não foi tomada para favorecer a Igreja. É impossível que tomou esta medida não soubesse que alguém ia reparar nela. Para além disso a diferença entre o IVA que as restantes igrejas pagavam e o que vão pagar agora não há de ser muito. Não se deve comparar, por exemplo, com o que se vai gastar com a cimeira da NATO.

A única utilidade nesta medida é causar a discórdia entre as diversas igrejas e permitir que mais tarde se retira também o apoio à Igreja Católica sem causar ondas. Os socialista começam a ficar especialista em fazer favores à Igreja que ninguém lhes pediu e que raramente trazem alguma utilidade.

quinta-feira, outubro 21, 2010

"Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes", Tg 1, 17




Li no Público de ontem que Leonardo Boff participou num comício da candidata do PT à presidência do Brasil. Para quem não sabe, Boff é um dos principais promotores da Teologia da Libertação que defende que a missão da Igreja é a justiça social.

Quando li a notícia pensei logo em escrever sobre o Boff. Pensei em mil discursos para fazer contra a Teologia da Libertação, que tenta adaptar o cristianismo ao marxismo. Depois percebi que era um erro: não vale a pena um discurso contra uma teoria mas sim um facto.

O oposto de Boff, que passou a sua vida a construir uma teoria para defender os pobres mas que de facto nada fez por eles, é Madre Teresa de Calcutá. Esta pequena freira albanesa nunca quis saber de discursos ou teorias. Nunca escreveu grandes obras de teologia ou manteve acesso debates. Contudo as suas Irmãs Missionárias da Caridade fizeram mais pelos pobres que todos os discurso de Boff e do que toda as teorias católico-marxistas.

Porquê? Porque Madre Teresa não partiu de uma ideia, mas de um amor a Cristo. O seu amor pelo próximo não nasce de uma qualquer teoria do que os pobres precisam, mas de um enamoramento por Cristo que se transforma em paixão pelo próximo.

Por isso é que os seus acto, sustentados pela fé que nasce do encontro com Cristo, são eficazes. Porque só Cristo é que a fonte da caridade e de justiça. A obra de Madre Teresa não nasce da sua genialidade mas da sua humildade. Da humildade de quem compreende que Cristo é que é o Senhor da História. Por isso em vez de iniciar uma doutrina para mudar o mundo, Madre Teresa começou a fazer o acto mais inútil que se possa imaginar: tirar moribundos das ruas de Calcutá e dar-lhes o mínimo de comodidade para que morressem confortáveis. O resultado está à vista.

Contra todas as teorias de Boff ergue-se facto: as suas acções sem fé nada fizeram; a fé de Madre Teresa, comprovada pelas acções, salvaram milhares de pessoas.

terça-feira, outubro 19, 2010

"Os cristãos aos leões!"

Saiu hoje numa Público uma peça sobre a situação dos cristãos no Paquistão. Esta reportagem, motiva pela visita de Monsenhor Sebastian Shaw bispo auxiliar de Lahore, revela as dificuldades das comunidades católicos atravessam num país de 175 milhões de habitantes e onde 95% são muçulmanos.

Embora em teoria o Paquistão seja um país onde todos são iguais diante da lei a realidade é que todos os anos há cristãos mortos e igrejas destruídas perante a impassividade das autoridades. Segundo informa o bispo há mulheres cristã que são violadas e convencidas a casarem-se com os violadores e existem cada vez mais conversões forçadas.

A situação piorou piorou com a entrada em vigor da lei anti-blasfémia que prevê penas de prisão para aqueles que blasfemarem contra Alá ou Maomé, bastando para a acusação a queixa de um muçulmano sem necessidade de testemunhas.

Mas não pensemos que estas situações são um exclusivo do Paquistão. Podemos encontrar por todas a Ásia e parte de África perseguições mais ou menos activas aos cristão, com ou sem a ajudado do Estado. Na China continua a haver presos religiosos, assim como no Vietname. Na Índia as autoridades continuam indiferentes aos constantes abusos levados a cabo por hindus contra cristão. Na Arábia Saudita, assim como noutro países islâmicos, a conversão ao cristianismo continua a ser punida com pena de morte. No Sudão o governo continua a apoiar as milícias que perseguem os cristãos, situação que já causou mais de 300 000 mortos e milhões de refugiados.

Não estou a falar de coisas do século passados, mas de acontecimentos que estão a acontecer agora perante a total apatia da comunidade internacional. Não esqueçamos nós os nossos irmãos mártires e saibamos viver a altura da graça que nos é dada de podemos dar testemunho da nossa fé sem recear a prisão ou a morte.

sexta-feira, outubro 15, 2010

A Vergonha do PS.

Foi hoje apresentada a versão preliminar do Orçamento de Estado para 2011. Só para não esquecermos, o Orçamento de Estado é apresentado por um governo que tenciona começar a construir um TGV em 2011, que autorizou o aumento de salários dos administradores de empresas públicas para o dobro, que construiu ou renovou 100 escolas este ano, que (por ajuste directo), encomendou milhares de computadores para crianças, por um governo cuja as medidas foram ineficazes para abater a despesa pública e tem sido incapaz até agora de travar o desemprego.

Este mesmo governo propões passar o IVA de 6 para 23% dos seguintes produtos:

- Leites achocolatados, aromatizados, vitaminados e enriquecidos

- Bebidas e sobremesas lácteas

- Refrigerantes, sumos e néctares de fruto ou de produtos hortícolas, incluindo xaropes de sumos, as bebidas concentradas de sumos e os produtos concentrados de sumos

- Utensílios e outros equipamentos exclusivamente ou principalmente destinados ao combate e detecção de incêndios

E de 13 para 23% destes produtos:

- Conservas de carne e miudezas comestíveis

- Conservas de moluscos, com excepção das ostras

- Conservas de frutas ou frutos, designadamente em molhos, salmoura ou calda e suas compotas, geleias, marmeladas ou pastas

- Conservas de produtos hortícolas, designadamente em molhos, vinagre ou salmoura e suas compotas

- Óleos directamente comestíveis e suas misturas (óleos alimentares);

- Margarinas de origem animal e vegetal

- Aperitivos à base de produtos hortícolas e sementes

- Aperitivos ou snacks à base de estrudidos de milho e trigo, à base de milho moído e frito ou de fécula de batata, em embalagens individuais

- Flores de corte, folhagem para ornamentação e composições florais decorativas. Exceptuam-se as flores e folhagens secas e as secas tingidas

- Plantas ornamentais.

Ou seja o preço do pequeno almoço de uma família que os filhos bebam leite com chocolate, onde todos comam pão com manteiga ou marmelada pode chegar a custar mais 17%. Uma família que se dê ao luxo de comer atum com feijão frade, bacalhau com grão, salsichas com ovo e batata pagará por boa parte da refeição mais 10% em 2011.
Isto numa altura em que a taxa de desemprego está ligeiramente acima do 11%, o IVA já foi aumentado e a comparticipação dos remédios vai diminuir.
Daqui posso tirar uma de duas conclusões: 1 O governo quer de facto que o orçamento seja chumbado para ter razão para se demitir. Assim passa o problema para as mãos de outros, tendo uma desculpa para o descalabro que provavelmente se seguirá ao chumbo e passando a culpa para outros. 2 O governo não tem força, capacidade ou engenho para arranjar soluções (ou diminuindo a despesa ou aumentado a receita de forma menos danosa para os consumidores mais pobres) e por isso recorre a uma solução "fácil" para tentar tapar o buraco que criou.

Se uma destas duas conclusões for correcta não posso deixar de me lamentar o estado a que o Partido Socialista chegou. Embora eu, com os meus escassos anos, nunca tenha sentido grande afeição pelo PS não posso deixar de reconhecer que teve no seu meio grande políticos e estadistas. Homens que de várias maneiras tentaram servir o país o melhor que sabiam e podiam. Tudo isto para ver o seu partido transformado num antro de politiqueiros e caciques, que durante 5 anos se foram entretendo a gastar dinheiro e a fazer engenharias sociais para dar um ar de modernidade ao país. O resultado? Um país em ruínas e a beira do abismo que eles não querem e não sabem governar.

quinta-feira, outubro 14, 2010

Parabéns Lady Tatcher.




Faz hoje 85 anos que nasceu Margaret Tatcher. Lady Tatcher foi a primeira mulher a ser primeiro-ministro de Inglaterra (e a única até agora) e governou durante 11 anos (1979 - 1990).

No plano interno talvez a sua maior vitória tenha sido a derrota dos sindicatos. Em 1979 os sindicatos eram senhores da economia inglesa. A sua influência tinha começado no primeiro governo trabalhista (1945 quando Clement Attlee derrotou o herói da II Grande Guerra, Sir Winston Churchill) e tinha levado a economia inglesa à ruína. O estado mantinha várias indústrias (automóveis, comunicações, energia, aviação) com graves prejuízos visto ser impossível fazer ajustes que levassem à supressão de postos de trabalho.

A vitória de Tatcher começa quando consegue derrotar a greve dos mineiros. Após 5 anos a "amealhar" carvão e a transportá-lo para junto das centrais eléctricas o governo permitiu o fecho de 20 minas que davam prejuízo. Durante um ano o sindicato dos mineiros fez greve, tentado fazer do governo refém. Foi uma luta entre o dinheiro dos sindicatos e as reservas de carvão do governo. Ganhou o governo.

No plano internacional a maior conquista da primeiro-ministro foi a queda do comunismo. Em conjunto com Ronald Reagan, Tatcher lutou sempre por um ocidente fortemente armado, capaz de enfrentar a União Soviética. Defendeu a democracia e a liberdade. Atacou o comunismo que considerava uma ideologia maligna pois tentava anular a liberdade do homem e substitui-la pelo Estado.

E aqui chegamos talvez ao ponto mais importante. Para Margaret Tatcher a questão não era meramente ideológica, não era uma luta entre capitalismo e socialismo. Partia de um ponto concreto: a coisa mais importante é o homem. O Estado nunca se pode substituir à liberdade humana. Deve garantir todas as condições para que cada pessoa tenha uma existência digna, mas não criar um sistema de tal maneira perfeito que os homens já não precisem de ser bons. Tal sistema estaria condenado a transforma o homem num animal.

Fazem-nos falta políticos assim. Pessoas como Margaret Tatcher (e Ronald Reagan): com coragem para lutar pela verdade e pela liberdade.