sexta-feira, fevereiro 22, 2008

"Estou certo que se formos simples no seguir, sentiremos don Giussani mais pai que nunca"




Há três anos atrás, neste dia, o Senhor chamou a si don Luigi Giussani.

Foi este homem que me fez e faz levar até ao fim este grito de infinito de que o meu coração é feito. Foi e é com este que eu compreendi que Cristo é a única resposta ao meu coração.

Poderia demorar horas a falar de toda a grandeza da vida e obra de don Giussani. E seria justo que o fizesse. Mas existem outros mais habilitados do que eu para fazê-lo. Qualque texto que produzisse para contar a vida deste homem ficaria sempre aquém da graça que foi para milhares de pessoas o dom da sua vida. Por isso não o faço.

Eu, a única coisa que sei dizer sobre este homem é que foi através dele que descobri Cristo, por isso foi com ele que me descobri Homem.

Grazie don Giuss!

P.S.: Hoje será será celebrada missa por don Luis Giussani, por Sua Excelência Reverendissima, o Senhor Dom Carços Azevedo, as 19h00, na Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Encarnação.

9 de Março

Dia 9 de Março são as eleições legislativas em Espanha. Já se passaram quatro anos desde que os espanhóis, á custa de uma mentira de Aznar, elegeram para primeiro-ministro José Luiz Rodriguez Zapatero.

Foram quatro anos negros para Espanha. Primeiro foi a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, assim como a adopção pelos mesmos.

Depois as negociações e as tréguas com a ETA, que se assemelharam muito a uma cedência do governo a um grupo que já matou centena de espanhóis. A fantochada das negociações só acabou com o derramamento de mais sangue pelos terroristas bascos.

Temos ainda a criação de uma disciplina obrigatória de Educação para a Cidadania, que retira a liberdade aos pais de educarem os seus filhos como querem, mas concede aos Estado o poder de decidir qual a educação moral e cívica que as crianças devem receber.

Para finalizar, falando apenas dos actos dos quais temos eco cá em Portugal, a lei da memória, que mais se devia chamar lei do esquecimento, que apagou todos os sinais do franquismo em Espanha. Não quero aqui defender o franquismo, que deve feito seguramente coisas terríveis. Contudo exaltar a memória dos republicanos que perseguiram e abateram milhares de pessoas, especialmente cristãos, que instalaram em Espanha um ditadura de horror e perseguição, para a seguir apagar a memória do homem que pôs cobro a essa situação, parece-me de um revisionismo histórico absurdo.

Para além disso os quatro anos de governo socialista em Espanha caracterizaram-se por um ambiente de confronto com a Igreja e com a cultura cristã, da qual Espanha é uma grande herdeira.

Por tudo isto os bispos espanhóis decidiram intervir de maneira decidida nestas eleições. Muitos dirão que os bispos fizeram mal, que este não é o papel da Igreja. Contudo Cristo não pediu ao Pai para no tirar deste mundo, mas antes mandou-nos para o mundo: "tal como Tu me mandas-te ao mundo, assim Eu os mando ao mundo" (cfr. Jo, 17,18).

A Igreja não vive à parte do mundo, mas no mundo. Embora não caiba aos bispos fazer politica, cabe-lhes a condução do povo cristão. Por isso não podiam passar ao lado de um governo que quer extirpar a cultura cristã de Espanha, de um governo que ataca a família, a liberdade de educação e memória histórica.

Esperemos que o povo cristão siga os seus pastores e que toda a Igreja siga o exemplo destes bispos, que não têm medo de testemunhar a presença da Igreja no mundo e na sociedade, como luz que ilumina as trevas.

Uma morte digna.

Foi aprovado no parlamento luxemburguês a despenalização da eutanásia.

Este é um tema chamado "fracturante". Segundo os senhores que defendem a eutanásia deve-se dar aos doentes a oportunidade de morrer de forma digna. Causa estranheza a este senhores, tão condoídos com a dor, alheia a ideia do sofrimento. Parece-lhes que o sofrimento diminuiu, de alguma maneira, a dignidade de uma pessoa.

Já a mim, causa-me estranheza a estranheza destes senhores em relação ao sofrimento. Não consigo perceber porque é que é digno morrer com uma dose cavalar de morfina mas já não o é morrer ao fim de longos anos de uma doença dolorosa.

A minha vida não fui eu que a fiz. O meu destino não sou eu, nem fui eu que o decidi. Percebo que existe um claro desígnio de amor que atravessa a história da humanidade e história de cada Homem, ainda que de maneira misteriosa. Por isso reclamar a vida como sendo propriedade minha, inclusivamente para a destruir, é uma brutal violação da própria humanidade. É contra a nossa natureza, é contra o Eu.

Por isso não há dignidade na eutanásia, por isso não há dignidade no aborto, não há dignidade em matar pela dignidade dessa pessoa. A morte digna é aquela que é aceite com alegria na hora em que o Senhor pensou chamar-nos a Si.

Into the wild

Fui hoje ver com os meu companheiros de blog (excepto a Kate, que dando alas a um ímpeto capitalista súbito, se entreteve a criar sociedades comerciais) o filme "Into the wild".

O filme conta a história de um rapaz (por sinal, sensivelmente da minha idade) que após licenciar-se decide partir para parte incerta. As razões porque parte ao principio parecem um pouco ideológicas e moralistas: não quer viver a mesma mentira que os pais, um casal americano de classe média alta e por isso parte para vaguear pela América, apenas apetrechado com os seus livros.

Este jovem, de seu nome Christopher, pareceu-me, ao principio, vagamente irritante. Pareceu um ideológico moralista, que julga os pais e a sociedade com base em livros que leu e por isso foge das pessoas a vai para a natureza. Pareceu-me, ao principio, um pouco new age demais para mim.

Mas o desenrolar do filme leva-nos numa direcção totalmente diferente. Primeiro, porque percebemos que o problema de Chris com os pais não parte de um preconceito revolucionário, mas da relação concreta deles.

Depois descobrimos nele um obsessão pela verdade. Diz ele há um certo ponto: "Rather than love, than money, than faith, than fame, than fairness... give me truth". Este seu desejo de verdade irá fazê-lo mudar perante a realidade. O filme, mais do que da sua experiência de solidão no natureza selvagem, fala sobre os seus encontros ao longo do caminho.

Todo o filme mostra-nos como ele de facto compara o que lê com o que vive e compara tudo isto com o seu desejo de verdade, com a sua exigência de verdade. Isso irá fazer mudar a sua visão das coisas. Para mim esta é a maior grandeza deste filme: percebe-se claramente que é o objecto que dita o método. Ele, perante a realidade, muda.

De tal maneira que, contrariando a sua grande ideia sobre a felicidade, ele acabará por compreender a importância do outro. Mas não por causa de uma teoria ou de um livro, mas por causa de uma experiência ajuizada.

Haveria muitas outras coisas para dizer sobre o filme, mas só as direi quando ele sair de cena. Termino só dizendo uma coisa sobre o fim deste filme: é um fim de esperança. Digo de esperança e não feliz. Não se trata de um fim de contos de fada, mas de um fim que aponta uma resposta e não uma amargura.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Society (Into the Wild)

Eddie Vedder



Oh it's a mystery to me.
We have a greed, with which we have agreed...
and you think you have to want more than you need...
until you have it all, you won't be free.

Society, you're a crazy breed.
I hope you're not lonely, without me.

When you want more than you have, you think you need...
and when you think more then you want, your thoughts begin to bleed.
I think I need to find a bigger place...
cause when you have more than you think, you need more space.

Society, you're a crazy breed.
I hope you're not lonely, without me.
Society, crazy indeed...
I hope you're not lonely, without me.

There's those thinkin' more or less, less is more,
but if less is more, how you keepin' score?
It means for every point you make, your level drops.
Kinda like you're startin' from the top...
and you can't do that.

Society, you're a crazy breed.
I hope you're not lonely, without me.
Society, crazy indeed...
I hope you're not lonely, without me.
Society, have mercy on me.
I hope you're not angry, if I disagree.
Society, crazy indeed.
I hope you're not lonely...
without me.

Ainda a notícia do Público

Esta notícia do Público não pode deixar ninguém indiferente.
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O que mais impressiona nesta notícia, é o facto de perante o drama de uma mãe que abortou e afirma ter querido ter o seu filho, o Estado (ou indirectamente através dos seus agentes) justifique o drama com a falta de esclarecimento da mulher e prescreva como solução o simples investimento na informação.
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Não digo que a informação não seja importante, mas que o problema é bem mais profundo. Como se esta mãe ficasse com o seu problema humano resolvido se a sua gravidez e as formas legais de a "interromper" tivessem sido identificadas "a tempo e horas".
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O grito desta mulher é outro: "Eu queria ter o bebé e só fiz isto porque não tinha apoio de ninguém." É esse grito que não pode ser calado.
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Torna-se, desta forma, evidente (até para os mais cegos) que a Lei do Aborto não veio resolver problema algum. Ou proventura será esta mulher mais criminosa do que as mulheres que abortam, por sua própria vontade (supostamente livre e esclarecida), em estabelecimento legalmente autorizado, nas primeiras 10 semanas de gravidez?
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Ajudem os pais e os seus filhos (desde o primeiro momento) e revoguem a lei que mais não faz do que justificar a falta de apoio às pessoas concretas, nas suas dificuldades concretas e tentar anestesiar as consciências.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Carta de don Carron

Caros amigos,

No domingo, dia 20 de Janeiro muitos de nós dirigiram-se de modo espontâneo, como uma coisa que vem do íntimo do coração, à Praça de São Pedro num sinal de comunhão com o Bispo de Roma, que pelos acontecimentos que são conhecidos renunciou a participar na inauguração do ano académico na universidade La Sapienza, onde tinha sido convidado. Não há dúvida que este vosso gesto foi o fruto da educação do Movimento em responder às provocações da realidade.

A prontidão na resposta é uma coisa de que devemos agradecer Deus, porque é
sinal da incidência que temsobre nós “aquela forma de ensinamento à qual fomos entregues” (J. Ratzinger). De facto não há outra explicação para esta mobilização espontânea, se não a consciência do valor que a figura do Papa tem para a nossa vida. Nele o Senhor ressuscitado comunica a Sua vitória no tempo e no espaço da história humana. Sem o testemunho de autoridade do Sucessor de Pedro nós estaríamos perdidos como tantos nossos contemporâneos: a audiência de 24 de Março do ano passado foi uma demonstração imponente e assinalará a nossa história para sempre. Por isso o seguimento do Papa coincide com o impacto da Sua presença. E exige de nós o empenho da razão e da liberdade.

Nós podemos verificar isto comamão quando foi tornado público o não chegado discurso de Bento XVI à universidade. Nele resplende aquela “tarefa demanter desperta esta sensibilidade pela verdade”. É o seu testemunho inabalável que constitui para nós a esperança de não sucumbir ao perigo do mundo ocidental, por ele denunciado, de se render “diante da questão da verdade”, porque nós sabemos bem que “se a razão se torna surda à grande mensagem que lhe vemda fé cristã e da sua sabedoria, seca como uma árvore que não alcança mais as águas que lhe dão vida”. E deste modo a razão “perde a coragem para a verdade” e resigna-se.

Este grande testemunho do Santo Padre constitui para cada um de nós um apelo excepcional para usar a razão assim. Ele ofereceu-nos esse testemunho contemporaneamente como início da Escola de comunidade sobre o livro de don GiussaniÉ possível viver assim?, cujas primeiras páginas tratam da fé como “método de conhecimento”. Nós somos os primeiros a sentir a necessidade de uma educação que nos consinta conhecer a realidade até ao fundo, a dar conta da urgência de começar um caminho de conhecimento que nos torne familiar o Mistério. Passados três anos da sua morte, pedimos a don Giussani que continue a fazer-nos companhia na estrada que nos traçou.

É seguindo a proposta que nos é feita na Escola de comunidade que poderá tornarse sempre mais nosso aquele olhar totalmente escancarado ao real que admiramos no Papa. Somente percorrendo este caminho podemos verdadeiramente conhecer, através do testemunho, a realidade de que fala a fé cristã.

Esta paixão pela razoabilidade da fé é-nos tão familiar porque don Giussani nunca nos defraudou, encorajando-nos a caminhar para à verdade de modo tal que a nossa adesão de fé seja digna da nossa natureza de homens.

Unidos mais que nunca nesta aventura
don Julián Carron

Isso diz muito sobre o P.S....

"PS diz que lei do aborto é das que mais honra o partido"

"Não podemos negar aquilo que vimos e ouvimos"

Libertados adolescentes iraquianos que se negaram a converter-se ao Islã


BAGDÁ, terça-feira, 12 de fevereiro de 2008 (ZENIT.org).- Três dos 40 adolescentes seqüestrados no Iraque arriscaram sua vida na semana passada para não apostatar de sua fé cristã, revela um bispo do país.

Dom Louis Sako, bispo de Kirkuk, explica: «Na semana passada, em uma estrada que leva a Bagdá, terroristas seqüestraram 40 alunos de uma escola. Entre eles havia três cristãos a quem impuseram que se convertessem ao islã. Os três jovens se opuseram com energia, dizendo que estavam dispostos a morrer por sua fé».

Segundo explicou o prelado ao SIR, serviço de informação religiosa na Itália, «o que aconteceu aos três jovens cristãos significa que, apesar das muitas dificuldades, nossos fiéis não perdem a fé e a esperança, e mais, reforçam-nas».

O prelado explica que em sua diocese durante esta Quaresma os «irmãos muçulmanos estão vindo para nos visitar», ainda que reconhece que a reconciliação e a convivência «exigem tempo e devem ser aprendidas».


via ZENIT.org

Santo do Dia




Hoje, ao contrário do que possa pensar quem passe por uma montra ou abra um jornal, é dia dos irmãos São Cirilio e São Metódio, padroeiros dos eslavos e da Europa.

Foram responsáveis pela tradução do Evangelho para eslavo e durante os anos 855 e 867 pregaram a Boa Nova aos povos eslavos.

Foram canonizados em 1880 e 1980 foram declarados pelo Papa João Paulo II padroeiros da Europa.

Rogai por nós bem aventurados Cirilo e Metódio,
para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Noticia do Público

Estudante usou dez comprimidos para abortar feto de 20 semanas
14.02.2008 - 09h15 :, Ana Cristina Pereira e Sandra Ferreira

Engoliu cinco comprimidos e introduziu outros tantos na vagina. "Sabe o que me vai acontecer?", pergunta, num tom assustado, a aluna da Escola Profissional da Torredeita, em Viseu. O país inteiro sabe que interrompeu uma gravidez de 20 semanas com Cytotec, um fármaco indicado para úlceras gástricas e duodenais. Enquanto se contorcia de dor, ali, na residência estudantil, alguém ligou à GNR.

A rapariga, de 19 anos, está deitada numa cama do Hospital de São Teotónio. A mãe dela está deitada numa cama de um outro hospital, em Cabo Verde. A mãe caiu de cama ao receber a notícia pela boca de um primo que estuda na mesma escola em que a filha cursa contabilidade. Não havia maneira de lhe esconder aquilo, o director do estabelecimento de ensino até convocou uma conferência de imprensa.

Sabendo-a "estável, em observações", a Polícia Judiciária não quis perder tempo. Já lá foi interrogá-la. Os inspectores insistiram numa pergunta: "Tem a certeza de quem é o pai?" Tem, sem sombra de dúvida. É o namorado, um cabo-verdiano a estudar no Algarve e a visitá-la amiúde.

"Ele nunca quis a criança." Não era só ele. A mãe também reprovava a gravidez. E "o desespero falou mais alto" dentro dela. "Eu queria ter o bebé e só fiz isto porque não tinha apoio de ninguém", tenta dizer ao mundo que já a julga e ainda não a ouviu. Agora, arrisca até três anos de prisão.



Esta noticia demonstra duas coisas:

- Primeiro, a nossa luta ainda não acabou. Ainda há quem aborte por que não tem quem a apoie. Como sempre ouvi o António Maria citar "O nosso trabalho é que nenhuma mulher possa dizer que abortou por que não teve ninguém que a apoiasse".

- Segundo, que de facto a única alternativa que o Estado dá as grávidas em dificuldades é um aborto limpinho numa sala esterilizada. Os mesmos que lutaram pelos direitos da mulher, após a vitória política, já deixaram cair o chavão e partiram para outra.

O resultado, mais duas vidas destruídas!

Irmã Lucia

O Cardeal Saraiva Martins anunciou ontem no Carmelo de Coimbra que o Papa autorizou a abertura do processo de beatificação da Irmã Lucia, dois anos antes do previsto.

Agora é necessário rezar à ultima dos pastorinhos de Fátima por um milagre, para que seja elevada aos altares em pouco tempo.

Para mais informações, ir aqui.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

"A man for all seasons"




Filme imprescíndivel para quem está a estudar Direito. Especialmente esta cena, que nos ajuda a ganhar consciência da importância do respeito pelas normas, que ajudam a efectivar a justiça, condição essencial para uma sociedade verdadeiramente livre.

Reposta ao Sr. Engenheiro.



Foi Deus

Não sei, não sabe ninguém
Porque canto o fado neste tom magoado de dor e de pranto
E neste tormento, todo o sofrimento
Eu sinto que alma cá dentro se acalma nos versos que canto

Foi Deus que deu voz ao vento,
Luz ao firmamento e deu o azul às ondas do mar
Foi deus que me pôs no peito
Um rosário de penas que vou desfiando e choro a cantar

Fez poeta o rouxinol, pôs no campo o alecrim
Deu as flores à primavera
Ai, e deu-me esta voz a mim

Se canto, não sei o que canto
Misto de ventura, saudade ternura e talvez amor
Mas sei que cantando, sinto mesmo quando
Se tem um desgosto e o pranto no rosto nos deixa melhor.

Foi Deus que deu luz aos olhos, deu o ouro ao sol e a prata ao luar
Foi Deus que me pôs no peito um rosário de penas que vou
Desfiando e choro a cantar





Estranha forma de vida

Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda a minha saudade.
Foi por vontade de Deus.

Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.

Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.

Eu não te acompanho mais:
para, deixa de bater.
Se não sabes onde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.


Não tenho por hábito responder com post's aos desafios dos nosso comentadores. Contudo há comentadores que me merecem muito respeito e consideração. Por isso fiz os post's anteriores, de grandes escritores que mais tarde ou mais cedo (Tolkien desde o berço, Oscar Wilde no leito da morte) se converteram ao Cristianismo e que por isso foram ostracizados (como Chesterton) ou reduzidos até ecaixarem em classes ideológicas (os grupos de maricas tomaram para si Oscar Wilde).

Já este post é de uma mulher que sempre se afirmou cristã e, sendo provavelmente dos maiores íncones da cultura portuguesa, nunca foi de esquerda, contrariando o cliché habitual do artista esquerdófilo.

Oscar Wilde

“E aqui eu viro a minha cara para casa
Pois toda a minha peregrinação está feita
Ainda que, eu acho, ainda ali o sol vermelho
Indica o caminho para Roma sagrada”

“O doente não pergunta se a mão que arranja a almofada é pura, nem o moribundo se importa que os lábios que tocam a sua testa conheceram o pecado (...). E tu pensas que eu passo demasiado tempo a ir à Igreja e nos deveres da Igreja. Mas para onde mais posso eu ir? A casa de Deus é a uncia casa onde os pecadores são bem vindos”

A Woman of No Importance

Tolkien

“Folha ramo, água e pedra: têm tonalidade e beleza de todas essas coisas no crepúsculo de Lórien, que tanto amamos, pois pomos o pensamento de tudo quanto amamos em tudo quanto fazemos”

O Senhor dos Anéis, a Irmandade do Anel


“Por isso, quis que os corações dos Homens procurassem para além do mundo e não econtrassem nele nenhum repouso”

Silmarillion



“Mas creio que nada poderia justificar o casamento com base numa paixoneta de rapaz; e, provavelmente, nada mais teria fortalecido a vontade a ponto de conferir perpetuidade a tal romance (apesar de se tratrar de um caso genuíno de verdadeiro amor).”

Cartas


Chesterton

“Você diz desdenhosamente que quando se deixa Sloane Square se tem que chegar a Victória. Digo-lhe que se poderiam fazer mil coisas diferentes, e ao chegar tenho a sensação de ter escapado por pouco. Quando oiço o revisor gritar Victória dou à palavra o seu sentido”.

O Homem que era Quinta-Feira



“No entanto, você neste momento vê a árvore porque o candeeiro a ilumina. Admirar-me-ia muito se conseguisse ver o candeeiro à luz da árvore”

A Inocência do Padre Brown

“O louco não é o homem que perdeu a razão, mas o homem que perdeu tudo menos a razão”

Ortodoxia


“Uma vara pode adaptar-se a um orifício, ou uma pedra a um buraco, por mero acaso. Mas uma chave e uma fechadura são coisas complexas e se a chave se ajusta à fechadura é porque a chave é a própria”

Ortodoxia

T.S. Eliot

Há quase dois anos fizemos um grande exposição na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa sobre os Gigantes Modernos da Literatura Inglesa. Relembro agora algumas das melhores partes.


“Então pareceu que os homens deviam caminhar da luz para a luz, na luz do Verbo, Através da Paixão e do Sacrifício salvos, apesar do seu ser negativo;
Bestiais como sempre, carnais, centrados em si como sempre, egoístas e obtusos como sempre tinham sido,
Contudo sempre em luta, sempre a reafirmarem, sempre a retomarem a sua marcha no caminho iluminado pela luz;
Parando frequentemente, perdendo tempo, desviando-se, atrasando-se, voltando, mas jamais seguindo outro caminho."

Choruses from “The Rock”



“Eles tentam constantemente fugir
Da escuridão para fora e para dentro
Sonhando com sistemas tão perfeitos que ninguém precise de ser bom.
Mas o homem que é encobrirá
O homem que quer ser. “

Choruses from “The Rock”


“Não nos podemos dar ao luxo de ignorar as crenças filosóficas e teológicas de Dante [...] por outro lado, não somos obrigados a acreditar nelas.”

Ensaios

Já passou um ano...

Passou esta segunda-feira um ano sobre o referendo do aborto. Sobre ele se poderá fazer muitos balanços, com números e estátisticas; com facto e opiniões; com políticas e campanhas. A mim isso não me interessa.

A única coisa que me interessa realmente neste assunto é que, de há um ano para cá, milhares de crianças foram mortas por vontade de quem os devia proteger e pelas mãos de quem os devia salvar. Tudo isto com a aprovação do Estado.

De há um ano para cá, milhares de mulheres, que viram as maternidades e as urgências encerradas, tiverem como única "apoio" à criança que traziam dentro de si uma sala de operações esterilizada.

Isto não é uma questão de política, de religião, de ideologia: é uma realidade bruta e grotesca, onde a vida tem pouco valor. Vale a pena lembrar as palavras de Jesus as mulheres de Jerusalém: "Não chorais por mim, mas por vós mesmas, porque se tratam assim o lenho verde o que farão ao lenho seco?"

"Mais importante que sobreviver é viver como Homens"

A frase que dá título ao post é tirada, de memória confesso, do filme "1984" inspirado no livro de George Orwell. Vi-o no dia de Carnaval e esta frase ficou-me gravada na cabeça. Sobretudo no dia seguinte, dia de jejum e abstinência.

Porque de facto o que nós fazemos hoje em dia é sobreviver: aguentamos as chatices da vida empanturrando-nos depois em momentos de desonctracção. A vida é aborrecida, mas depois vamos beber um copo com os amigos, ou ver um filme com a namorada, ou jogar um jogo no computador.

Mas aquilo que é verdadeiramente humano não é obedecer cegamente ao instinto. O que nos caracteriza como Homens é a capacidade de ajuizar as coisas e o desejo insaciável de Beleza, de Amor, de Justiça.

Por isso é que, ao contrário do que o mundo ensina, é mais humanos fazer sacrificios do que viver para o prazer. O jejum da Quarta-Feira de Cinzas, assim como a penitência, a esmola e os sacrificios da Quaresma, são uma ajuda para nos despojarmo-nos da nossa dependência das coisas e dependemos mais daquele que realmente é resposta a nossa humanidade: Cristo, tudo em todos.

«Cristo fez-Se pobre por vós» (cf. 2 Cor 8, 9)

Já começou a Quaresma. Este é o tempo que nos é dado para, através da penitência, da oração e da confissão nos preparamos devidamente para a morte e ressurreição de Cristo.

Uma das propostas da Igreja que melhor nos ajuda a viver este tempo é a Via-Sacra. Convido-vos a todos a participar na Via-Sacra pelas ruas da Baixa e do Chiado, que se realiza de há uns anos para cá. É todas as Sextas-Feiras da Quaresma, partindo as 21h30 da Igreja da Madalena e acabando na Igreja do Sacramento.

Outra dos "instrumentos" essenciais para a Quaresma é ler a mensagem do Papa, disponível aqui.

sábado, fevereiro 02, 2008

Regicidio


Passaram ontem cem anos sobre o regicídio. Foi no dia 1 de Fevereiro de 1908 que o Rei Dom Carlos desembarcou no Terreiro do Paço com a sua família, regressada de Vila Viçosa. Contrariando a prudência (apenas três dias tinham passado sobre a última tentativa de revolução) decidiu seguir numa carruagem aberta. Decidiu seguir junto do seu povo, daqueles a quem servia. Esta coragem contrasta com a cobardia daqueles que, através de dois fantoches despostos a sacrificarem-se, decidiram vilmente que o rei devia morrer.

Foi na esquina do Terreiro do Paço com a Rua do Arsenal que o Rei e o príncipe herdeiro foram abatidos a tiro. Dois atiradores (consta que haveriam mais) abateram o rei, como se fosse um toiro no matadoiro. Mataram-no sem aviso, sem hipótese de defesa, mataram-no com toda a cobardia típica dos terroristas.

Mas não chegava a morte do suserano, mataram também o príncipe Luís Filipe, que tão galhardamente defendera seu pai. Alia jazia o passado, o presente e o futuro da monarquia. O que sobrava era uma criança assustada, ferida no ombro, que num instante tinha perdido o pai e o irmão.

O regícido não foi o começo do fim da monarquia, esse já tinha começado 80 anos com a vitória do usurpador brasileiro, mas seguramente acelarou o seu fim. Assim, através do sangue de dois inocentes, se construiu uma républica ainda mais sangrenta. Da morte do rei nasceram 16 anos de ditadura, de mortes, de perseguição religiosa, enfim, de ética républicana.

O dia 1 de Fevereiro não devia ser celebrado apenas pelos monárquicos. Os verdadeiros republicanos deviam celebra-lo como o dia da sua vergonha, o dia em que a sua causa ficou para sempre manchada com sangue do rei e de seu filho.