Existem variadas razões para eu votar "Não". Razões religiosas, éticas, cientifícas, jurídicas e políticas. Contudo nenhuma dessa é decisiva para meu voto no "Não".
Lembro-me de em 1997, aquando da primeira caminhada silenciosa contra a lei que o PS queria passar na Assembleia da Republica que liberalizava o aborto até as 12 semanas, ter ficado chocado por se saber que se podiam matar bebés dentro da barriga da mãe. Confesso que aos 11 anos eu não tinha nenhuma noção do desenvolvimento intra-uterino e não sabia que se podiam fazer abortos, mas era-me evidente que era um bebé que estava dentro da mãe.
No ano seguinte foi o referendo e a minha mãe tornou-se secretária do Juntos pela Vida. Vivi a campanha de forma intensa e com a certeza cada vez maior de que a vida começava no momento da concepção (nessa altura já tinha uns conhecimentos acrescidos de biologia).
Por fim, em 1999 a minha mãe fundou o Ponto de Apoio à Vida, uma instituição que tinha por objectivo ajudar as grávidas em dificuldade, qualquer que fosse o problema. Lembro-me que ao príncipio o PAV era a minha mãe munida do telemóvel e do carro a fazer tudo o que era preciso: desde arranjar alojamentos, até arranjar empregos, enfim o que era preciso fazer pela grávidas em dificuldade. Tornou-se óbvio para mim que as mulheres que abortam o fazem por motivos graves e que é possível ajudá-las a não abortar.
No fundo a razão que me leva a votar "Não" é a evidência de que matar um bebé nunca é solução. Pelo contrário, é possível ajudar as mulheres em dificuldade. Como ouvi desde sempre ao António Maria Pinheiro Torres, parafraseando Madre Teresa: "O nosso objectivo é que nenhuma mulher diga que abortou porque não tinha quem a ajudasse"
1 comentário:
E tem sempre tanta gente que a pode ajudar. Tive pena que neste último debate dos prós e contras nao se tivesse falado mais nas diversas instituições que se deparam todos os dias com estas situações, como o PAV, a ajuda de mãe (já com 15 anos), a ajuda de berço, a casa de Santo António...
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