Tenho ouvido nos últimos várias pessoas a apelarem no voto no "Sim" e que se dizem católicos. Pior ainda, tenho ouvido pessoas a dizerem que votam "Sim" porque são católicos.
Sobre o aborto o Código de Direito Canónico é bastante claro: "Can. 1398 - Chi procura l'aborto ottenendo l'effetto incorre nella scomunica latae sententiae." Não restam dúvidas sobre a gravidade do aborto.
Mas é preciso compreender que o Direito Canónico não é um puro acto arbirtrário. A proibição do aborto baseia-se no reconhecimento que a vida humana começa no momento da concepção. Isto é de tal maneira evidente para a Igreja que na Basílica da Anunciação em Nazaré está uma inscrição que diz: "Aqui o Verbo se fez carne".
Contudo, os supostos católicos que tem defendido o "Sim", mesmo contra a indicação clarissíma dos nossos bispos, dizem que o fazem porque Cristo não condenava ninguém. E isto é um facto inegável. Cristo não condena as mulheres que abortam, como não condena os ladrões, nem os assassinos, nem as prostitutas. Contudo não podemos liberalizar o roubo, nem o assasínio, nem a prostituição.
O papel do Estado é diferente do papel da Igreja. A Igreja deve levar o Homem a Cristo, por isso não exclui ninguém, nem condena, pelo contrário, todos acolhe com amor maternal. Mas o Estado tem por dever assegurar o bem comum, por isso não pode liberalizar o aborto.
Quem vota "Sim" no referendo não está em comunhão com a Igreja. Poder ser cristão, pode acreditar em Cristo, mas não é católico.
1 comentário:
O que é preciso é que os ditos cristãos leiam o que escreves e percebam a acutilância das tuas palavras!!! Não podia concordar mais contigo!
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