segunda-feira, maio 18, 2009



No dia 15 de Maio o Padre Norman Weslin de 80 anos participava numa manifestação não autorizada pela Universidade de Notre Dame contra o aborto e contra o convite daquela universidade católica ao presidente Obama (que é favor do aborto, incluindo o aborto parcial, que consiste em matar o bebé quando a cabeça já está fora da mãe).

Durante essa manifestação, claramente não violenta e encabeçada por um padre vestido de batina, que se realizava numa Universidade Católica, o Padre Norman foi detido e algemado enquanto cantava cânticos a Nossa Senhora, incluindo o Avé de Fátima.

No dia seguinte o Padre Norman voltou a ser detido pelos mesmo motivos, enquanto rezava o terço na Universidade. Com ele foram detido mais 21 pessoas, incluindo Norma McCorvey, conhecida por ter dado origem à decisão do Supremo Tribunal que permitiu o aborto livre nos EUA, que se converteu em 1995 sendo hoje em dia uma ardorosa militante pro-life.

Não tenho muito para dizer, as imagens falam por si. Um sacerdote da Santa Igreja, algemado de joelhos numa universidade católica, enquanto canta cânticos a Nossa Senhora, sem oferecer qualquer resistência.

Confesso que ainda estou chocado e enojado com as imagens. Não consigo acreditar naquilo que vi.

18 comentários:

Zomeister disse...

Não é necessário ficar chocado com as imagens. O padre já foi preso em várias manifestações da mesma natureza no passado.

É muito simples, quando uma pessoa trespassa propriedade privada está a cometer um crime, logo é necessário seguir os conformes da lei, os quais foram excutados pela polícia. Não interessa se é padre ou não, não está acima da lei.

Ele sabia muito bem o que estava a fazer. Esta foi a segunda vez que foi preso nesta Universidade.

Zé Maria Duque disse...

Zo uma univerisdade é um local público. A manifestação n estava autorizada, mas decorria de maneira pacifica.

Mais, é um escândalo que um padre seja detido enquanto reza o terço numa universidade católica.

Quanto a barbaridade de algemar um homem de 80 anos indefeso, claramente mangoando-lhe (como se ouve um dos polícias disser) é uma cobardia nojenta.

Zé Maria Duque disse...

Para não falar do escandalo que é não autorizar uma manifestação porque é contra o presidente.

Nos tempos do Bush tinhamos aí festa para um mês...

Zomeister disse...

ZMD - Eu entendo a tua confusão.

Em resposta aos teus comentários:

1) Não sei como é em Portugal, mas aqui nos EUA existem Universidades Públicas e existem Universidades Privadas. Como a Universidade de Notre Dame é uma Universidade privada, o campus é propriedade privada e por assim o ser, a Universidade tem o direito de remover quem quiser por qualquer razão. Com certeza que se um grupo de pessoas entrasse na tua casa sem a tua autorização, tu também exercitarias o teu direito a propriedade privada e chamarias a polícia.

2) A manifestação não foi contra o presidente, foi contra o aborto.

3) A manifestação não foi desautorizada. Aliás, a polícia claramente indicou a zona onde o protesto poderia ser cometido (em South Bend, numa área pública), e informou claramente que se o padre e companhia quebrasse alguma lei (o q o fez ao trespassar propriedade privada) então nesse caso seriam obrigados a executar os termos da lei. Ele foi avisado pela policia que não estava autorizado para fazer manifestações dentro da Universidade.

Espero que agora entendas um pouco melhor a situação. Às vezes ajuda ler um pouco mais antes de tirar uma conclusão à pressa.

Zé Maria Duque disse...

Zo

antes demais, embora se tratasse de uma acção contra o aborto foi originida pela ida do presidente Obama à universidade de Notre Dame para receber o grau de doutro honoris causa.

Embora a universidade de Notre Dame seja privada o acesso ao campus é público. Claro que acesso pode ser restringido, mas n se pode comparar a uma casa.

Para além disso, sendo uma universidade católica n se compreende como proíbe um padre de rezar dentro do campus. N percebo como podem pedir tolerância em relação as convicções pró-aborto de Obama e depois mandar deter pessoas de um grupo que está a rezar dentro do campus.

Por fim, se a políca estava avisada então devia ter impedido simplesmente a entrada do grupo no campus. Não precisava de deter e algemar uma homem de 80 anos que n lhes ofereceu resistência.

Eu li as noticas sobre o assunto antes de escrever. Nenhuma das informações que me deu é nova. Contudo continua a achar um acto de cobardia da polícia que trata assim um padre inofensivo de 80 anos e um atentado da direcção da Universidade de Notre Dame, que manda deter um grupo que reza exactamente a mesma pessoa que dá nome à Universidade.

Unknown disse...

oh ZDM, nao eh acesso publico nada. E PODE SIM SER COMPARADO A UMA CASA. As universidades privadas americanas SAO PROPIREDADE PRIVADA. Sao os proprietarios quem decidem as regras, percebe? NAO HA ACESSO PUBLICO, apenas ah acesso livre ao publico nao havendo causa para bloquear tal acesso. A partir do momento que a universidade PRIVADA decide que algum comportamento eh proibido, acabou-se tal acesso publico. Se a univesidade estivesse vedada com muros e portoes, se lhe fechassema porta na cara talvez seria mais obvio tal conceito, mas eh assim como sao as coisas na america. Nao me entenda mal, eu sou a favor do aborto mas acho realmente que o coitado do homem nao fez mal a ninguem estando ali sentado a rezar os seus aves-marias pacificamente e tal, mas sao assim as regras, e o pessoal de seguranca apenas seguiu as regras. O campus da universidade nao eh um jardim publico, nao eh um espaco aberto a todos, eh apenas assim enquanto os proprietarios de tal universidade o permitem.

Zé Maria Duque disse...

82170,

peço desculpa, mas disse o mesmo que eu.

Numa universidade privada, ao contrario do que acontece numa casa, n se controla toda a gente que entra. Em principio qualquer pessoa pode entrar no campus.

Como é obvio e como eu ja disse, claro que se pode restringir o acesso e que há regras para frequentar o campus. É um pouco como um centro comercial ou uma loja. São espaços que pertencem a privados, que os "donos" tem possibilidade de restringir o acesso, mas que são de acesso público.

Para além disso, existe uma grande tradição de liberdade de manifestar-se na américa em geral e nas universidades em particular.

E repito, estamos a falar de uma padre católico a ser preso numa universidade da Igreja por rezar.

Luís Froes disse...

Há uma coisa que resulta evidente das imagens: há uma desproporção entre a violação do direito de propriedade e o tratamento recebido pelo transgressor. Trata-se de um homem velho, que invandiu o «campus» de uma universidade privada para se manifestar/rezar e foi tratado pela polícia como um terrorista. Esta desproporção é que é intolerável e lembra o pior do que se passou nos Estados totalitários não há muito tempo.

Filipe d'Avillez disse...

Tratado como um terrorista? Estou do vosso lado mas não exageremos. A polícia está claramente constrangida pela situação, é terrível ver um padre de 80 anos a ser preso, mas neste caso só lhe faltava ser levado ao colo.
Acham que se fosse um de nós seríamos deitados numa maca?

Isto não quer dizer que não devemos ficar chocados com este assunto. Claro que sim, mas por razões diferentes, aos quais o ZMD aludiu sem entrar nelas.

Basicamente: Como é que uma universidade Católica proíbe o acesso a um grupo pró-vida que está em oração - a protestar contra a própria universidade, sim, mas em oração; e permite a entrada a um homem, que por mais que seja o presidente, defende posições perfeitamente nojentas e totalmente incompatíveis com a doutrina católica e o direito natural.

Esse é que é o escândalo! Num mundo perfeito seria o Pe. Norman a discursar perante os finalistas, como exemplo de virtudes, e o Sr. Barack Obama a ver-se a contas com a justiça por defender que bebés com 8 meses possam ser mortos.

Tudo o resto são detalhes. O Pe. sabia que seria preso, os polícias podem dizer que estão simplesmente a cumprir ordens (que margem tinham para recusar estas ordens? Era interessante saber), e a universidade esconde-se atrás da propriedade privada.

Filipe d'Avillez disse...

E ZMD, não é que faça grande diferença, mas já agora, o aborto por nascimento parcial é o contrário do que dizes. O Bebé é morto quando já só a cabeça é que está dentro da mãe.

Pela lei americana, só se considera o bebé nascido quando se encontra totalmente fora. Até lá, mesmo que seja apenas a cabeça dentro, considera-se um nascituro.

Os restantes detalhes são demasiado nojentos para referir aqui.

Zé Maria Duque disse...

No Name Saint,

obrigado pela correcção. Era exactamente por causa de um dos pormenores do aborto parcial (que tb n vou descrever) que achava que era ao contrário.

Zomeister disse...

ZMD,

Pelo menos agora já percebes que as acções da polícia não foram nenhum acto terrorista nem nenhuma barbaridade nem nenhuma cobardia. Por favor, antes de comentares sobre coisas de tal importãncia faz o teu trabalho de casa e tenta entender a situação.

Em termos do escãndalo, não me admira que o sintas tendo em conta o nome desta página que por si só transmite uma inconsistência de tal tamanho que me explica instantãneamente a razão pela tua embasbacação.

A Universidade não quer ter relações com este padre pelo simples facto que ele pertence a um grupo extremista chamado Lambs of Christ (Carneiros de Cristo).

Apesar desta manifestação ter sido pacífica, noutras ocasiões, as tácticas empregadas pelos carneiros foram de natureza violenta. Muitas vezes ameaçando e restringindo fisicamente o accesso de médicos e mães a clínicas de aborto. De tal forma que em 1998 um dos carneirinhos do vosso amigo padre (James Charles Kopp) assassinou o Dr. Barnett A. Slepian. (Artigo de Jornal (Inglês))

O padre não é nenhuma borboleta prestes a desfazer-se com o menor impacto. Ele é um veterano do exército e posso-te prometer que ele passou por coisas muito piores do que ser carregado ao colo pela polícia. Aliás, as suas tendências extremistas concerteza teem raíz no seu passado militar. Para além do mais que ele em várias situações demonstrou orgulho no facto de ter sido preso mais de 60 vezes no passado.

Tendo em conta o passado do padre, é completamente natural que uma Universidade Católica com interesse em disseminar tolerãncia, respeito mutuo e em promover o diálogo positivo entre ambos os lados que não se queira associar com este "representante de deus".

Zé Maria Duque disse...

Zo,

mais uma vez repito, eu investiguei.

O senhor Padre foi preso diversas vezes por ter rezado e pregado contra o aborto dentro de Clinicas de aborto.

Contudo, em todas as noticias que li (e acredite, foram várias) vinha sempre referido que o movimento Lambs of Christ (cuja melhor tradução é Cordeiros de Cristo) é pacifico.

Pode achar extremismo pregar dentro de uma clinica de aborto ou diante da mesma. Mas a verdade é que este grupo n intimida nem ameaça fisicamente ninguém. Aliás, o padre Norman foi à pouco tempo levado a tribunal e considerado inocente dessas acusações.

Por fim, é verdade que o padre Norman foi coronel, aliás foi casado e têm filho e só foi para o seminário após a morte da mulher num acidente de viação.

Mais uma vez lhe digo e repito: eu investiguei sobre o assunto antes de escrever. Os seus comentários começar a tornar-se repetitivos, batendo sempre na tecla de que eu n sei do que falo. Não é verdade.

Eu percebo que tenha um opinião diferente da minha. Contudo não aceito comentários em tom paternalista e educativo de desconhecidos. Por isso se quiser discutir, discuta. Se quiser armar-se em consciência moral, verá os seus comentários apagados.

Zomeister disse...

ZMD,

Peço desculpa pelo tom paternalista que realmente é desnecessário. Implementado apenas pelo facto dos teus comentários iniciais estarem cheios de erros e exageros, os quais foram confirmados por outros dois comentadores, um deles com a mesma posição que tu. Concordo e acho muito bem que tenhas feito uma investigação, mas se andas a colher amoras entao é lógico que também as comes.

Será que me podes indicar exactamente onde encontraste as notícias sobre o movimento Cordeiros de Cristo ser pacífico?

Eu não quero voltar a repetir visto que isso te irrita, mas se tu leres aquele artigo do New York Times que eu te enviei no comentário anterior, encontrarás prova suficiente que membros do grupo tomaram medidas violentas (assassinato!?). Eu não me admira que o padre por si próprio não seja violento, isso não é do seu interesse porque pode denegrir a sua imagem e mensagem, logo a razão pela qual foi ilibado no ultimo caso tribunal. O que me preocupa e o que preocupou as autoridades na altura são as pessoas que ele atrai, apoia e encoraja. Caso esse que é muito dificil ou realmente impossivel de provar em tribunal.

Filipe d'Avillez disse...

ZO,
Por pontos:
1º Não sou eu que tenho que defender o nome deste blogue, mas para além de o compreender de forma metafórica, tal como São Paulo falava no "bom combate", ele até se podia justificar historicamente. Houve, durante uns tempos, vários Samurais católicos, que foram martirizados pela sua crença em Cristo.

2ºA definição de extremista varia de pessoa para pessoa. Mas quando buscas exemplos para justificar o epíteto, convém saber do que falas.
Dizes que os Lambs of Christ recorrem à violência, e citas o exemplo de um membro que terá assinado um médico abortista. Para o comprovar indicas uma reportagem num jornal.
- Sobre a fonte há logo algo a dizer. O NYT será provavelmente o jornal de grande circulação mais pró-aborto e liberal dos EUA. Neste tipo de assuntos um artigo deste jornal tem de ser visto com muito cuidado.
- Contudo, mesmo este artigo apenas diz que o Padre Weslin participava em protestos pacíficos e vigílias à porta de clínicas. O mais próximo da violência a que terá chegado era quando tentava impedir as mães de chegar às clínicas para poder abortar, mas fazia-o sem agredir as mães, mas antes algemando-se à entrada, etc.
- Mais grave, em lado nenhum no artigo se diz que o suspeito do assassinato pertencia à organização do Pe. Weslin. O mais próximo a que se chega é dizer que se terão conhecido e que poderão ter participado nos mesmos protestos. Ah e, claro, ficaram hospedados na mesma casa, mas não ao mesmo tempo (incriminatório, sem dúvida!)

Remeto-te para os teus próprios conselhos quanto aos trabalhos de casa.

Finalmente, uma universidade católica, por mais que não goste do Pe. Weslin, não tem por missão promover o diálogo coisa nenhuma. A sua missão é promover a verdade. Se nesse processo couber o diálogo, melhor, mas o diálogo nestas questões tende a ser entendido como "ouvir os liberais a falar até mudarmos de opinião".

É nesse contexto que é escandaloso o que aconteceu. Por mais odioso que possam considerar o Pe. Weslin, não é certamente mais odioso do que as opiniões de Obama sobre o aborto.

Nesse campo a universidade e os seus responsáveis tomaram uma decisão cobarde e desiludiram quem esperava deles um testemunho católico.

Zé Maria Duque disse...

Acabei de apagar três comentários. Relembro que este blog n é um espaçoi de opinião pública.

Uma coisa boa na blogoesfera é que cada pessoa poder ter o seu blog e dizer nele o que quiser. Neste não se permite que os comentadores insultem os autores do mesmo.

Como já ficou provado, não me importo de discutir os temas postados, dentro dos limites do que é uma discussão séria, onde apesar de pontos de vista diferente se procura a verdade.

Quando a discussão desce ao nível do "vocês são é cegos" então já não tem espaço neste blog.

Filipe d'Avillez disse...

Como andei uns dias longe daqui não faço ideia se algum desses comentários apagados seria dirigido a mim e aos meus comments.
Fica só o registo.

Zé Maria Duque disse...

No Name Saint,

um dos comentários era meu a dizer que fazia minhas as sua palavras.

Os outros dois era um chorrilhos de insultos do género "fundamentalistas, retrógados, gostam é da idade média".