Ontem Constança Cunha e Sá entrevistou o Padre João Seabra no seu programa na TVI24, cartas da mesa. Deixo aqui alguns apontamentos da entrevista, tentado ser tão fiel ao que o Padre João disse quanto a minha memória me permite.
O primeiro assunto da entrevista foi a Educação Sexual. Sobre este assunto o Padre João explicou que a educação para os afectos, para o amor, da qual fazia parte a sexualidade, era importante. Contudo, tinha sempre que partir dos pais. O papel das escola neste assunto deveria sempre estar dependente da vontade dos pais. Afirmou-se contra esta educação sexual imposta pelo Estado.
Ainda no tema da sexualidade, Constança Cunha e Sá puxou o tema da distribuição de preservativos nas escolas. O Padre João disse que um adulto que entrega um preservativo a um adolescente ou a um jovem parte do principio que ele é, fatalmente, sexualmente activo. Ou seja, um agente educativo assumia que era uma assunto sobre o qual ele não podia fazer nada ou então, que não devia fazer nada. Por isso era obviamente contra essa medida.
Ainda neste tema, falou-se das declarações do Papa na viagem a Angola e da posição da Igreja sobre o preservativo. Sobre isto o Padre João relembrou as declarações do Papa e acrescentou que estava à vista que a distribuição massiva de preservativos não funcionava.
Deu como exemplo a comparação entre o Uganda, onde a SIDA diminuiu graças ao programa ABC, que aposta antes de mais na educação e só por fim no preservativo, contra o exemplo da África do Sul, onde as campanhas de distribuição maciça de preservativo não têm tido qualquer êxito.
Por fim dizia ainda que sobre toda a moral sexual da Igreja as pessoas só falavam do preservativo. De tal modo que já tinha tido um rapaz a confessar-se que tinha tido relações sexuais com a namorada usando preservativo (como se o pecado fosse preservativo e não o ter ido para a cama com uma rapariga sem ser casado com ela).
Ainda sobre a educação falou-se das crianças passarem cada vez mais tempos nas escolas. Embora a Constança Cunha e Sá tenha dito que se tratava de uma resposta ao facto dos pais se demitirem da educação dos filhos, o Padre João argumentou que lhe parecia antes tratar-se de uma tentativa clara de ocupar os quadros do ministério. Ou seja, que o sistema escolar funcionava não para os alunos, mas para os professores. Falou de várias outras soluções para o problema dos pais terem que ter um sitio para deixar os filhos (ATL’s, clubes, actividades).
Outro dos temas que a entrevistadora quis abordar foi a do ecumenismo. Como era possível um dialogo se a Igreja se afirmava como dona da verdade.
A isto o Pare João respondeu que a Igreja não tem a pretensão de ser dona da verdade. Está segura de ser possuída pela Verdade. Só deste amor pela verdade pode nascer um verdadeiro dialogo. Porque se alguém ama a verdade procura o resquício de verdade que há em cada uma das pessoas.
Dialogo em abstracto é uma mera questão de cedências. Duas pessoas usam a mesma palavra, sabendo que cada um quer dizer uma coisa diferente. O dialogo concreto, com pessoas concretas permite uma aproximação concreta a todas as pessoas.
Outras das questões abordadas foi a de a sociedade não compreender a Igreja. Focou-se sobretudo a questão do pecado. Cada vez mais, mesmo dentro da Igreja, as pessoas acham que o mal é o que se faz a si mesmo ou aos outros. Pede-se perdão a si mesmo ou aos outros pelo mal que se fez.
Mas o pecado é, antes de mais nada, uma ofensa a Deus. As leis da Igreja são só para os católicos, mas o Direito Divino, inscrito no coração de cada homem, é para todos. Por isso aqueles que vão contra a lei de Deus ofendem antes de mais a Deus.
Ainda sobre este tema, Constança Cunha e Sá dizia que a Igreja era muito proibitiva, parecia que havia muitos “não”. O Padre João explicou que é o contrário. A Igreja o que quer a felicidade plena de cada homem. Essa felicidade só é possível no encontro com Cristo na sua Igreja.
Por fim veio a relação da Igreja sobre o poder. O Padre João explicou antes de mais que a Igreja não se impõem a ninguém. A Igreja não tem nenhum poder. O que os bispos fazem é, como pastores que são, guiar a consciência dos cristãos na vida pública. E que isto era um direito.
Sobre a relação com o governo actual, o Padre João afirmou que a maioria PS tem dificultado a vida à Igreja. Talvez não propositadamente. Mas o efeito prático é que se tornava cada vez mais difícil a presença pública da Igreja. Falou da lei do aborto (que descreveu como um crime horroroso) e na questão dos ATL’S como exemplo.
Falou-se ainda que o aumento de direitos fundamentais, que não vêm do direito natural, mas que são meramente ideológicos, coloca a Igreja cada vez mais à margem da sociedade e qualquer dia à margem da Lei. Deu como exemplo a Dinamarca, onde já se começa a exigir que as Igrejas celebrem casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
O último assunto foi a democracia. O Padre João explicou que a democracia era uma coisa estranha porque obrigava a reconhecer alguma coisa anterior ao próprio Estado. O limite da democracia não pode ser o voto popular, se não 50% + 1 podiam decidir matar 50% - 1. Mas actualmente os estados não querem reconhecer esse algo que vêm antes, esse limite à própria democracia e que isto iria levar a uma crise nas democracias.
A entrevista terminou com o Padre João a explicar que a Igreja não era uma democracia porque quem a guiava era Cristo que não tinha sido eleito.
O primeiro assunto da entrevista foi a Educação Sexual. Sobre este assunto o Padre João explicou que a educação para os afectos, para o amor, da qual fazia parte a sexualidade, era importante. Contudo, tinha sempre que partir dos pais. O papel das escola neste assunto deveria sempre estar dependente da vontade dos pais. Afirmou-se contra esta educação sexual imposta pelo Estado.
Ainda no tema da sexualidade, Constança Cunha e Sá puxou o tema da distribuição de preservativos nas escolas. O Padre João disse que um adulto que entrega um preservativo a um adolescente ou a um jovem parte do principio que ele é, fatalmente, sexualmente activo. Ou seja, um agente educativo assumia que era uma assunto sobre o qual ele não podia fazer nada ou então, que não devia fazer nada. Por isso era obviamente contra essa medida.
Ainda neste tema, falou-se das declarações do Papa na viagem a Angola e da posição da Igreja sobre o preservativo. Sobre isto o Padre João relembrou as declarações do Papa e acrescentou que estava à vista que a distribuição massiva de preservativos não funcionava.
Deu como exemplo a comparação entre o Uganda, onde a SIDA diminuiu graças ao programa ABC, que aposta antes de mais na educação e só por fim no preservativo, contra o exemplo da África do Sul, onde as campanhas de distribuição maciça de preservativo não têm tido qualquer êxito.
Por fim dizia ainda que sobre toda a moral sexual da Igreja as pessoas só falavam do preservativo. De tal modo que já tinha tido um rapaz a confessar-se que tinha tido relações sexuais com a namorada usando preservativo (como se o pecado fosse preservativo e não o ter ido para a cama com uma rapariga sem ser casado com ela).
Ainda sobre a educação falou-se das crianças passarem cada vez mais tempos nas escolas. Embora a Constança Cunha e Sá tenha dito que se tratava de uma resposta ao facto dos pais se demitirem da educação dos filhos, o Padre João argumentou que lhe parecia antes tratar-se de uma tentativa clara de ocupar os quadros do ministério. Ou seja, que o sistema escolar funcionava não para os alunos, mas para os professores. Falou de várias outras soluções para o problema dos pais terem que ter um sitio para deixar os filhos (ATL’s, clubes, actividades).
Outro dos temas que a entrevistadora quis abordar foi a do ecumenismo. Como era possível um dialogo se a Igreja se afirmava como dona da verdade.
A isto o Pare João respondeu que a Igreja não tem a pretensão de ser dona da verdade. Está segura de ser possuída pela Verdade. Só deste amor pela verdade pode nascer um verdadeiro dialogo. Porque se alguém ama a verdade procura o resquício de verdade que há em cada uma das pessoas.
Dialogo em abstracto é uma mera questão de cedências. Duas pessoas usam a mesma palavra, sabendo que cada um quer dizer uma coisa diferente. O dialogo concreto, com pessoas concretas permite uma aproximação concreta a todas as pessoas.
Outras das questões abordadas foi a de a sociedade não compreender a Igreja. Focou-se sobretudo a questão do pecado. Cada vez mais, mesmo dentro da Igreja, as pessoas acham que o mal é o que se faz a si mesmo ou aos outros. Pede-se perdão a si mesmo ou aos outros pelo mal que se fez.
Mas o pecado é, antes de mais nada, uma ofensa a Deus. As leis da Igreja são só para os católicos, mas o Direito Divino, inscrito no coração de cada homem, é para todos. Por isso aqueles que vão contra a lei de Deus ofendem antes de mais a Deus.
Ainda sobre este tema, Constança Cunha e Sá dizia que a Igreja era muito proibitiva, parecia que havia muitos “não”. O Padre João explicou que é o contrário. A Igreja o que quer a felicidade plena de cada homem. Essa felicidade só é possível no encontro com Cristo na sua Igreja.
Por fim veio a relação da Igreja sobre o poder. O Padre João explicou antes de mais que a Igreja não se impõem a ninguém. A Igreja não tem nenhum poder. O que os bispos fazem é, como pastores que são, guiar a consciência dos cristãos na vida pública. E que isto era um direito.
Sobre a relação com o governo actual, o Padre João afirmou que a maioria PS tem dificultado a vida à Igreja. Talvez não propositadamente. Mas o efeito prático é que se tornava cada vez mais difícil a presença pública da Igreja. Falou da lei do aborto (que descreveu como um crime horroroso) e na questão dos ATL’S como exemplo.
Falou-se ainda que o aumento de direitos fundamentais, que não vêm do direito natural, mas que são meramente ideológicos, coloca a Igreja cada vez mais à margem da sociedade e qualquer dia à margem da Lei. Deu como exemplo a Dinamarca, onde já se começa a exigir que as Igrejas celebrem casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
O último assunto foi a democracia. O Padre João explicou que a democracia era uma coisa estranha porque obrigava a reconhecer alguma coisa anterior ao próprio Estado. O limite da democracia não pode ser o voto popular, se não 50% + 1 podiam decidir matar 50% - 1. Mas actualmente os estados não querem reconhecer esse algo que vêm antes, esse limite à própria democracia e que isto iria levar a uma crise nas democracias.
A entrevista terminou com o Padre João a explicar que a Igreja não era uma democracia porque quem a guiava era Cristo que não tinha sido eleito.
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