Fez ontem 141 anos que morreu Miguel Maria do Patrocínio João Carlos Francisco de Assis Xavier de Paula Pedro de Alcântara António Rafael Gabriel Joaquim José Gonzaga Evaristo de Bragança e Bourbon mais conhecido como D. Miguel I, rei de Portugal.
Há uma certa tendência hoje em dia (tendência essa nada ingénua) de dividir a guerra entre os filhos de D. João VI em Liberais e Absolutistas, dando a entender que os que tomaram o partido de D. Miguel eram aqueles que eram contra um sistema que salvaguardasse o povo contra os poderes do rei. Convém acrescentar que são este mesmo senhores que apontam o Marquês de Pombal, um déspota sanguinário, como um grande homem.
Há que esclarecer que esta divisão é claramente mentira. A questão era bastante mais profunda do que uma mera escolha entre um sistema liberal e um sistema absolutista. O sistema liberal, advogado por Dom Pedro IV (que entretanto tinha declarado a independência do Brasil à revelia do seu próprio pai) era um sistema inspirado nas ideias nascidas da revolução francesa, que punham o Estado claramente acima do individuo e que primavam por uma brutal perseguição à Igreja e a todos aqueles que com eles discordavam.
Por outro lado, Dom Miguel representava 800 anos de história. Dom Miguel era o herdeiro natural daqueles que tinham, contra todas as expectativas, combatido os mouros e os castelhanos e fundado Portugal. Era herdeiro daqueles que, por amor à Cruz, se tinham lançado ao mar e descoberto o mundo. Dom Miguel não era um representante do absolutismo em si, mas sim um opositor de uma ideologia anti-cristã, que claramente violava a essência de Portugal.
O que a vitória de Dom Pedro nos trouxe foi um regime dominado por anti-clericais extremistas, por aduladores profissionais, por politicos caciqueiros que conduziram Portugal até ao pantano que permitiu a instauração da Républica.
Desde de D. Pedro IV que Portugal se contenta (exceptuando o tempo da ditadura salazarista, mas ai o preço foi demasiado alto) em fazer parte da cauda da Europa, desde que possa ser moderno e europeu. Passamos de descobridores do mundo a proxentas da Europa (basta ver o chamado "Tratado de Lisboa").
Relembra a morte de Dom Miguel é relembra um país que dificilmente voltará.
Há uma certa tendência hoje em dia (tendência essa nada ingénua) de dividir a guerra entre os filhos de D. João VI em Liberais e Absolutistas, dando a entender que os que tomaram o partido de D. Miguel eram aqueles que eram contra um sistema que salvaguardasse o povo contra os poderes do rei. Convém acrescentar que são este mesmo senhores que apontam o Marquês de Pombal, um déspota sanguinário, como um grande homem.
Há que esclarecer que esta divisão é claramente mentira. A questão era bastante mais profunda do que uma mera escolha entre um sistema liberal e um sistema absolutista. O sistema liberal, advogado por Dom Pedro IV (que entretanto tinha declarado a independência do Brasil à revelia do seu próprio pai) era um sistema inspirado nas ideias nascidas da revolução francesa, que punham o Estado claramente acima do individuo e que primavam por uma brutal perseguição à Igreja e a todos aqueles que com eles discordavam.
Por outro lado, Dom Miguel representava 800 anos de história. Dom Miguel era o herdeiro natural daqueles que tinham, contra todas as expectativas, combatido os mouros e os castelhanos e fundado Portugal. Era herdeiro daqueles que, por amor à Cruz, se tinham lançado ao mar e descoberto o mundo. Dom Miguel não era um representante do absolutismo em si, mas sim um opositor de uma ideologia anti-cristã, que claramente violava a essência de Portugal.
O que a vitória de Dom Pedro nos trouxe foi um regime dominado por anti-clericais extremistas, por aduladores profissionais, por politicos caciqueiros que conduziram Portugal até ao pantano que permitiu a instauração da Républica.
Desde de D. Pedro IV que Portugal se contenta (exceptuando o tempo da ditadura salazarista, mas ai o preço foi demasiado alto) em fazer parte da cauda da Europa, desde que possa ser moderno e europeu. Passamos de descobridores do mundo a proxentas da Europa (basta ver o chamado "Tratado de Lisboa").
Relembra a morte de Dom Miguel é relembra um país que dificilmente voltará.
P.S.: Aproveito e deixo aqui um link, onde se explica o direito de Dom Miguel ao trono.
3 comentários:
Caro Zé Maria,
Relembro as palavras de Carlos da Maia à baronesa de Alvim, numa «soirée» em casa dos condes de Gouvarinho, que dizem alguma coisa do que tem sido Portugal nos últimos 190 anos:
" - Creio que não há nada de novo em Lisboa, minha senhora, desde a morte do Sr. D. João VI."
Um abraço
Obrigado pelo comentário.
Um abraço
É gratificante ler algo de tão visceralmente anti-revolucionário. Quando vejo "monárquicos" a venerar a democracia, será que não compreendem que foi essa "monarquia" espúria à nossa Nação e que, tal como a república foi imposta à bala, que permitiu o descalabro das nossas ancestrais tradições e intituições? Como pode um parlamento no qual os representantes são previamente escolhidos pelos directórios da partidocracia representar toda a diversidade social? A democracia liberal é um imenso retrocesso civilizacional (que está na génese do fenómeno totalitário) ao atomizar uma sociedade e colocando os cidadãos (como é o nosso caso actualmente) reféns da classe política. Isto já para não falar da perda da Fé, das tradições e do hábito de participar na gestão da res-pública, como era o caso na sã tradição municipalista, tornando as massas propensas ao consumismo.
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