"Os padres foram os mais ferozes devastadores da sua cultura, e dos próprios indígenas, cuja evangelização era forçada para os que resistiram à varíola, à fome e à escravatura."
Esta foi a frase com que me deparei há pouco ao passear-me pela blogosfera (hábito pouco saudável e bastante deprimente na sua generalidade).
Além disso, vendo noticias sobre a ida do papa ao Brazil, deparei-me com uma que diz que o papa ignorou o processo sangrento que marcou o inicio da evangelização na américa latina.
E eu, que por acaso estava já com ideias de falar sobre a Idade Média, vi-me forçado a mudar de assunto e tratar do papel das missões católicas portuguesas e espanholas durante a gloriosa época de ouro que foram os descobrimentos.
Ao contrário do que (mais uma vez...) é aceite pela maioria, os bons selvagens pobrezinhos e simpáticos que foram dizimados por nós não eram bons, nem pobrezinhos nem simpáticos. Nem foram dizimados por nós...
Não sei se viram o Apocalypto de Mel Gibson, que aconselho a todos. Aí têm uma pequena ideia da bondade dos civilizados maias, que faziam estas matanças todas cada vez que havia uma epidemia, ou fome, ou outra qualquer chatice... E isso eram os Maias que eram simpáticos. Já os aztecas faziam as mesmas coisas sem ser necessária nenhuma crise, e ainda pior. Um estudioso norte-americano, citado por Messori, conta o seguinte sobre os rituais aztecas: "Quatro sacerdotes prendiam a vitima e lançavam-na para a pedra dos sacrificios. O Grande Sacerdote cravava então a faca debaixo do peito esquerdo e abria a caixa toraxica e depois enfiava lá as mãos até conseguir arrancar o coração ainda palpitante para depositá-lo numa taça e oferecê-lo aos deuses. Depois, os corpos eram lançados pelas escadas da pirâmide. Aí aguardavam outros sacerdotes que faziam incissões nesses corpos para retirar a pele numa só peça. O corpo, já sem pele, era levado por guerreiros para casa, onde os partiam aos bocadinhos e os ofereciam aos amigos, em festas. Uma vez curtidas, as peles eram usadas como vestes pelos sacerdotes" Estes sacrificios não podiam ser interrompidos e só eram usados os jovens de ambos os sexos, de entre os prisioneiros das tribos vizinhas dominadas pelos aztecas. As mulheres que já não fossem virgens eram decapitadas e aos homens eram-lhes arrancados os olhos ainda vivos, antes de os cravarem com setas.
São estes os bons selvagens que gente como Jane Fonda e o que escreveu a frase inicial querem fazer passar por queridos e oprimidos.
Agora alguns números: desde a descoberta da Flórida pelos espanhóis em 1509 e a passagem do estreito Magalhães em 1559, só foram para as Indias Ocidentais 500 espanhóis por ano. foi este punhado de espanhóis que dizimou a civilização Maia, Azteca e Inca! Pelos vistos aprenderam muito com a batalha de Aljubarrota...
Mais, os canhões e arcabuzes não funcionavam em condições devido à extrema humidade, e os cavalos não serviam de muito na selva, porque era impossivel fazer as cargas de cavalaria que eram o seu único trunfo em batalha.
Houve de facto dois factores que contribuiram para a dizimação autóctone das américas: uma foi o surto de virus e bactérias que invadiram os nichos ecológicos dos indígenas e para os quais estes não tinham defesas. Este facto em si foi quase tão mortal como a peste negra europeia. Mas ao mesmo tempo uma míriade de virus americanos provocaram iguais hecatombes nos conquistadores. Simplesmente não podemos culpar nem espanhóis nem portugueses nem indios por factos biológicos impossiveis de controlar na época...
Um segundo factor de peso, de facto o mais importante, foram os aliados que os quinhentos espanhóis anuais receberam. E quem eram estes aliados? Os selvagens realmente simples e oprimidos, mas pelos incas e companhia que os matavam aos milhões. Estes selvagens naturalmente viram com alegria a chegada de novas forças, e conseguiram libertar-se.
Quanto há questão da escravatura é falso no caso dos indios. Hei-de dedicar um post à escravatura em África, que apesar de ter sido um erro, não deixa de ter mal-entendidos. Mas os índios quase nunca foram sujeitos a essa ignomia por duas razões: uma delas é porque eram muito fracos para trabalharem. Mas a principal razão foi que os indios tiveram defensores acérrimos nos padres jesuitas que lá iam evangelizar. No filme A Missão esse facto está muito bem representado. Os missionários não forçavam Cristo a ninguém. Iam às tribos indias, conviviam com eles, ajudavam-nos e como é natural falavam-lhes de Cristo.
E impediam os senhores das terras de o usar como escravos. E muitos foram mortos por isso.
Esta foi a frase com que me deparei há pouco ao passear-me pela blogosfera (hábito pouco saudável e bastante deprimente na sua generalidade).
Além disso, vendo noticias sobre a ida do papa ao Brazil, deparei-me com uma que diz que o papa ignorou o processo sangrento que marcou o inicio da evangelização na américa latina.
E eu, que por acaso estava já com ideias de falar sobre a Idade Média, vi-me forçado a mudar de assunto e tratar do papel das missões católicas portuguesas e espanholas durante a gloriosa época de ouro que foram os descobrimentos.
Ao contrário do que (mais uma vez...) é aceite pela maioria, os bons selvagens pobrezinhos e simpáticos que foram dizimados por nós não eram bons, nem pobrezinhos nem simpáticos. Nem foram dizimados por nós...
Não sei se viram o Apocalypto de Mel Gibson, que aconselho a todos. Aí têm uma pequena ideia da bondade dos civilizados maias, que faziam estas matanças todas cada vez que havia uma epidemia, ou fome, ou outra qualquer chatice... E isso eram os Maias que eram simpáticos. Já os aztecas faziam as mesmas coisas sem ser necessária nenhuma crise, e ainda pior. Um estudioso norte-americano, citado por Messori, conta o seguinte sobre os rituais aztecas: "Quatro sacerdotes prendiam a vitima e lançavam-na para a pedra dos sacrificios. O Grande Sacerdote cravava então a faca debaixo do peito esquerdo e abria a caixa toraxica e depois enfiava lá as mãos até conseguir arrancar o coração ainda palpitante para depositá-lo numa taça e oferecê-lo aos deuses. Depois, os corpos eram lançados pelas escadas da pirâmide. Aí aguardavam outros sacerdotes que faziam incissões nesses corpos para retirar a pele numa só peça. O corpo, já sem pele, era levado por guerreiros para casa, onde os partiam aos bocadinhos e os ofereciam aos amigos, em festas. Uma vez curtidas, as peles eram usadas como vestes pelos sacerdotes" Estes sacrificios não podiam ser interrompidos e só eram usados os jovens de ambos os sexos, de entre os prisioneiros das tribos vizinhas dominadas pelos aztecas. As mulheres que já não fossem virgens eram decapitadas e aos homens eram-lhes arrancados os olhos ainda vivos, antes de os cravarem com setas.
São estes os bons selvagens que gente como Jane Fonda e o que escreveu a frase inicial querem fazer passar por queridos e oprimidos.
Agora alguns números: desde a descoberta da Flórida pelos espanhóis em 1509 e a passagem do estreito Magalhães em 1559, só foram para as Indias Ocidentais 500 espanhóis por ano. foi este punhado de espanhóis que dizimou a civilização Maia, Azteca e Inca! Pelos vistos aprenderam muito com a batalha de Aljubarrota...
Mais, os canhões e arcabuzes não funcionavam em condições devido à extrema humidade, e os cavalos não serviam de muito na selva, porque era impossivel fazer as cargas de cavalaria que eram o seu único trunfo em batalha.
Houve de facto dois factores que contribuiram para a dizimação autóctone das américas: uma foi o surto de virus e bactérias que invadiram os nichos ecológicos dos indígenas e para os quais estes não tinham defesas. Este facto em si foi quase tão mortal como a peste negra europeia. Mas ao mesmo tempo uma míriade de virus americanos provocaram iguais hecatombes nos conquistadores. Simplesmente não podemos culpar nem espanhóis nem portugueses nem indios por factos biológicos impossiveis de controlar na época...
Um segundo factor de peso, de facto o mais importante, foram os aliados que os quinhentos espanhóis anuais receberam. E quem eram estes aliados? Os selvagens realmente simples e oprimidos, mas pelos incas e companhia que os matavam aos milhões. Estes selvagens naturalmente viram com alegria a chegada de novas forças, e conseguiram libertar-se.
Quanto há questão da escravatura é falso no caso dos indios. Hei-de dedicar um post à escravatura em África, que apesar de ter sido um erro, não deixa de ter mal-entendidos. Mas os índios quase nunca foram sujeitos a essa ignomia por duas razões: uma delas é porque eram muito fracos para trabalharem. Mas a principal razão foi que os indios tiveram defensores acérrimos nos padres jesuitas que lá iam evangelizar. No filme A Missão esse facto está muito bem representado. Os missionários não forçavam Cristo a ninguém. Iam às tribos indias, conviviam com eles, ajudavam-nos e como é natural falavam-lhes de Cristo.
E impediam os senhores das terras de o usar como escravos. E muitos foram mortos por isso.
Sem comentários:
Enviar um comentário