sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Uma morte digna.

Foi aprovado no parlamento luxemburguês a despenalização da eutanásia.

Este é um tema chamado "fracturante". Segundo os senhores que defendem a eutanásia deve-se dar aos doentes a oportunidade de morrer de forma digna. Causa estranheza a este senhores, tão condoídos com a dor, alheia a ideia do sofrimento. Parece-lhes que o sofrimento diminuiu, de alguma maneira, a dignidade de uma pessoa.

Já a mim, causa-me estranheza a estranheza destes senhores em relação ao sofrimento. Não consigo perceber porque é que é digno morrer com uma dose cavalar de morfina mas já não o é morrer ao fim de longos anos de uma doença dolorosa.

A minha vida não fui eu que a fiz. O meu destino não sou eu, nem fui eu que o decidi. Percebo que existe um claro desígnio de amor que atravessa a história da humanidade e história de cada Homem, ainda que de maneira misteriosa. Por isso reclamar a vida como sendo propriedade minha, inclusivamente para a destruir, é uma brutal violação da própria humanidade. É contra a nossa natureza, é contra o Eu.

Por isso não há dignidade na eutanásia, por isso não há dignidade no aborto, não há dignidade em matar pela dignidade dessa pessoa. A morte digna é aquela que é aceite com alegria na hora em que o Senhor pensou chamar-nos a Si.

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