Passei boa parte da noite de hoje a comentar com os meus amigos o filme "Lions for Lambs". Eu tenho um grande problema em relações aos filmes, problema esse bastante habitual, que é a tentação de cair numa divisão entre "bons" e "maus".
Esta tentação não é de todo injustificada. Há de facto filmes que são realmente bons (como por exemplo "Ordret" ou "Apocalypto") e filmes que são maus (como a série American Pie ou "O lado bom da fúria"). Mas existem tambem um grande número de filmes que não encaixam nestas duas classes. Filmes que têm boas estórias, mas maus fins ("Clube dos Poetas Mortos"); filmes que tem más estórias mas momentos de Verdade e de Beleza ("O Libertino") ou mesmo filmes grandes, que levam a sério o drama humano, mas que se mostram incapazes de irem até ao fundo das questões ("Moulin Rouge").
Este filme é um desse filmes: tem momentos que demonstram uma grande humanidade, mas ao mesmo a estória contada de maneira ideológica.
De bom temos o professor Stephen Malley (Roberto Redford) que desafia os seus alunos a olhar o ideal, a não se ficarem pela mediania, a levar até ao fim as suas convicções. Esta é sem dúvida a grande personagem do filme, pois é a imagem do verdadeiro educador: aquele que nos introduz à realidade total, que nos diz "olha está ali o ideal, corre para ele".
Ainda do lado das personagens interessantes temos Ernest Rodriguez (Michael Peña) e Arian Finch (Derek Luke), dois antigos alunos de Redford que, depois de fazerem um trabalho para a aula de Malley, percebem que para salvar o mundo é preciso que cada um se empenhe na circunstância em que se encontra. Por isso voluntariam-se para servir no Afeganistão.
Por outro lado, ao mesmo tempo que o Professor Stephen Malley desafia Todd Hayes (Adrew Garfield), um outro aluno seu, a seguir o empenho dos seus dois ex-pupilos, em vez de se limitar a fazer o suficiente para passar, de maneira a mudar o sistema, o congressista republicano Jesper Irving (Tom Cruise) concede uma entrevista a jornalista Janine Roth (Meryl Streep).
E esta é a parte do filme que eu não gosto. Toda a trama do filme é feita para atacar a politica americana no Afeganistão e no Iraque, ao mesmo tempo que mostra os republicanos como um bando de nacionalista bacocos, que quer mandar os soldados para a morte enquanto ficam na segurança dos seus escritórios, apenas para salvarem a situação politica. Mesmo o professor Malley (que percebemos que é claramente deomocrata) serve de contraponto ao congressista que é, segundo a jornalista Janine Roth, o futuro do partido republicano. O próprio título do filme demonstra esta ideia.
Não querendo desvalorizar a personagem belissima de Redford, não me parece que o professor Malley seja suficiente para salvar o filme da sua ideologia. É um filme bom, engraçado, mas não é um grande filme, porque é feito como um ataque claro aos republicanos. Por isso aquilo que há de grande no filme é amesquinhado num ataque moralista à administração Bush.
É um filme pelo qual vale pena gastar 5€, mas que não merece ser visto mais do que uma vez.
Esta tentação não é de todo injustificada. Há de facto filmes que são realmente bons (como por exemplo "Ordret" ou "Apocalypto") e filmes que são maus (como a série American Pie ou "O lado bom da fúria"). Mas existem tambem um grande número de filmes que não encaixam nestas duas classes. Filmes que têm boas estórias, mas maus fins ("Clube dos Poetas Mortos"); filmes que tem más estórias mas momentos de Verdade e de Beleza ("O Libertino") ou mesmo filmes grandes, que levam a sério o drama humano, mas que se mostram incapazes de irem até ao fundo das questões ("Moulin Rouge").
Este filme é um desse filmes: tem momentos que demonstram uma grande humanidade, mas ao mesmo a estória contada de maneira ideológica.
De bom temos o professor Stephen Malley (Roberto Redford) que desafia os seus alunos a olhar o ideal, a não se ficarem pela mediania, a levar até ao fim as suas convicções. Esta é sem dúvida a grande personagem do filme, pois é a imagem do verdadeiro educador: aquele que nos introduz à realidade total, que nos diz "olha está ali o ideal, corre para ele".
Ainda do lado das personagens interessantes temos Ernest Rodriguez (Michael Peña) e Arian Finch (Derek Luke), dois antigos alunos de Redford que, depois de fazerem um trabalho para a aula de Malley, percebem que para salvar o mundo é preciso que cada um se empenhe na circunstância em que se encontra. Por isso voluntariam-se para servir no Afeganistão.
Por outro lado, ao mesmo tempo que o Professor Stephen Malley desafia Todd Hayes (Adrew Garfield), um outro aluno seu, a seguir o empenho dos seus dois ex-pupilos, em vez de se limitar a fazer o suficiente para passar, de maneira a mudar o sistema, o congressista republicano Jesper Irving (Tom Cruise) concede uma entrevista a jornalista Janine Roth (Meryl Streep).
E esta é a parte do filme que eu não gosto. Toda a trama do filme é feita para atacar a politica americana no Afeganistão e no Iraque, ao mesmo tempo que mostra os republicanos como um bando de nacionalista bacocos, que quer mandar os soldados para a morte enquanto ficam na segurança dos seus escritórios, apenas para salvarem a situação politica. Mesmo o professor Malley (que percebemos que é claramente deomocrata) serve de contraponto ao congressista que é, segundo a jornalista Janine Roth, o futuro do partido republicano. O próprio título do filme demonstra esta ideia.
Não querendo desvalorizar a personagem belissima de Redford, não me parece que o professor Malley seja suficiente para salvar o filme da sua ideologia. É um filme bom, engraçado, mas não é um grande filme, porque é feito como um ataque claro aos republicanos. Por isso aquilo que há de grande no filme é amesquinhado num ataque moralista à administração Bush.
É um filme pelo qual vale pena gastar 5€, mas que não merece ser visto mais do que uma vez.
2 comentários:
Sim também me parece que o filme tem uma mensagem política mas falta uma coisa na análise que o ZMD fez. Se o filme incentiva precisamente o envolvimento político mesmo quando nos exige coisas que vão contra o que desejariamos (o caso dos dois alunos que se alistaram no exército) não seria de considerar o filme como precisamente um exercicio de accção e escolha política? Ou seja o que retira valor ao filme parece ser que o lado escolhido não é o "certo" - quanto ao concreto da acção militar acho que os resultados estão aí para serem vistos por todos.
O meu problema não é com o "lado" que o filme escolhe.
Se o discurso do filme fosse feito para enaltecer os Republicanos ou a administração Bush a minha critica mantinha-se.
Há uma diferença entre um ideal e propaganda.
Neste filme o ideal (o do envolvimento na sociedad~e, o empenho com a realidade) é amesquinhado pela propraganda anti-republicana.
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