quinta-feira, janeiro 29, 2009

"Defiance" - "Resistentes"



Segunda-feira fui ao cinema ver o filme "Resistentes". Desde da sua estreia que estava curioso com este filme. Nos trailers nunca tinha conseguido percebido bem a história, tendo apenas apanhado que se passava na Segunda Guerra Mundial na Europa do Leste. Fiquei um pouco desapontado com o que vi.

O filme começa por mostrar a invasão nazi da Bielo-Rússia. No meio da perseguição aos judeus, quatros irmão perdem toda a família e fogem para a floresta. Aos poucos e poucos começa-se a formar um grupo de refugiados, que acaba por se transformar numa autêntica comunidade.

O resto do filme narra a história deste grupo na floresta, como conseguem sobreviver, as alianças com os partizans comunistas, a fome, o frio, a doenças e, sobretudo, a perseguição alemã.

Pelo meio vai-se desenrolando uma complexa relação entre os irmão Bielski. Por um lado Tuvia, o irmão mais velho, quer não apenas sobreviver, mas sobreviver como homens. A ele não lhe interessa combater os alemães, sobretudo se isso significar combater sobre as ordens dos russos comunistas, com quem se alia mas em quem não confia.

Do outro lado temo Zus, o segundo irmão. Briguento, lutador, ferido por ser sempre segundo em relação ao irmão. Por tudo isto acaba por se juntar a brigada Outubro, constituída por russos comunistas que luta activamente e barbaramente contra os alemães.

É o terceiro irmão o único que de facto me pareceu humano (o quarto é uma criança, que vai aparecendo). Sempre fiel ao irmão mais velho, Asael é aquele que mantém sempre a esperança.

O filme irritou-me um pouco, antes de mais porque se junta a infinitude de obras que a pretexto do Holocausto explica como os judeus são bonzinhos e sempre foram perseguidos. Não pondo em causa os milhões de judeus mortos na 2ªGM ou os progroms na Rússia do principio do século, existem maneiras de contar a história sem a transforma num exercício de vitimização. Ao longo da história os judeus foram perseguido e perseguiram. Por isso não vale a pena estar sempre a insistir de como o mundo os tratou mal.

A segunda coisa que me irritou foi o herói Tuvia. Embora seja o líder da Brigada Bielski e a inspiração daquele povo escondido na floresta, é uma personagem vazia. Ele só sabe que não quer ser como os alemães ou os comunistas (um desejo bastante justo) mas não sabe o que quer ser. Não sabe o que propor.

Impõem regras para a vida da brigada, para que os fortes protejam os fracos, acolhe todos os que chegam, organiza tudo para que possam sobreviver. Quando é preciso lutar é heróico. Mas só pensa em sobreviver e em não ser um animal. Não luta para nada, não vive para nada, a não ser por uma superioridade moral em relação aos Nazis.

Para mim o que salva o filme é Asael. E salva-o por uma razão muito simples e objectiva: conhece uma rapariga na floresta e casa com ela. Por isso não o move uma questão ideológica como a Tuvia, ou uma revolta social e fraternal como seu irmão Zus, a ele move-o o amor aquela mulher, que acaba por ser também amor pelos irmãos e pelas pessoas que têm diante.

Enquanto Tuvia tem uma relação de comandante diante das pessoas que comanda, Asael têm sempre uma preocupação de pai, com cada um dos que se junta à Brigada Bielski.

O filme prometia ser bom, mas acabou por ser mais um para juntar à longa lista de vitimização judaica com um pouco de curso motivacional pelo meio.

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