"Porém, aquilo que mais me toca e tocará, que mais me afecta e afectará, é o empenho dos excelentes e a miséria dos medíocres"
Lembrei-me desta frase, posta na boca de César no livro "O Primeiro Homem de Roma: as Mulheres de César" por causa da eleições de ontem em Lisboa.
Antes de mais, antes de qualquer conclusão ou explicação, é preciso dizer que perdemos porque tivemos menos votos. Eu sei que este pensamento assim parece apenas uma observação básica e tonta. Mas é preciso não nos esquecermos que acima de qualquer teoria ou ideia ergue-se a realidade. Nas eleições autárquicas ganha quem tem mais um voto. Indiferentemente de quem é melhor Homem, de quem trabalhou mais, de quem é mais competente ou mais honesto, no fim ganha quem o povo escolhe.
Dito isto, existe um facto muito relevante que ditou a derrota de Pedro Santana Lopes ontem à noite. A deslocação maciça de votos do Bloco e do P.C. (a diferença entre os votos para a Assembleia Municipal e os votos para a Câmara deste dois partidos foi de 11.000) para a "açorda" de António Costa foi fatal para a coligação "Lisboa com Sentido". Se a estes votos somarmos todos os monárquicos patetas que se recusaram a votar numa coligação onde estivesse o PPM, os moralistas que fazem gala em não votar PSL em nome de valores morais elevados e alguma dispersão do voto católico pelo MEP (quase dois mil votos), a derrota de ontem parece fácil de explicar.
Contudo, não é verdade que a derrota de ontem seja só por causa destes factos. Tendo estado um mês empenhado na campanha, juntamente com alguns dos meus amigos, percebi que havia muita gente dentro do CDS e do PSD que variavam entre uma indiferença em relação ao resultado e uma clara má-fé para com PSL.
Contra toda uma máquina partidária, fundos infindos e uma comunicação social amigável Santana só dispunha de algumas pessoas do PSD e de um punhado de pessoas de Comunhão e Libertação. Muitas vezes nas campanhas de rua os universtiários do CL foram mais do que os jovens dos partidos.
Durante o último mês vi o empenho pessoal que poucas dezenas de pessoas puseram ao serviço de um projecto e de um homem em que acreditavam. Pessoas que se desdobravam em mil para fazer tudo: telefonemas, panfletagem, organização, arruadas. Com cinco ou seis pessoas assegurou-se uma exposição permanentemente aberta durante dez dias em Belém. Com a disponibilidade de alguns universitários, que entre aulas deram o seu tempo para esta campanha, assegurou-se um autocarro que vez campanha todo o dia durante 21 dias.
Mas perante este entusiasmo de quem luta pelo que acredita esbarramos no pequeno calculo politico-partidário, na mesquinhez de quem está mais interessado no partido do que na cidade, na sofreguidão de quem já se imagina a ser assessor de uma nova direcção do PSD, para a qual dava muito jeito uma derrota em Lisboa.
Perante isto, ou uma pessoa têm claro a razão por que faz as coisas ou desespera face à derrota e à pequenez. De que valeram estes dias de trabalho intenso se no fim fomos derrotados? Serviram para aquilo de que toda a nossa vida deve ser sinal: da presença de Cristo!
Nós, os de Comunhão e Libertação que participaram na campanha, demos testemunho de uma outra forma de fazer política fruto de uma outra forma de viver: certos daquilo que encontramos, desejosos de o anunciar, movidos por uma paixão pelo humano nascida do encontro com Cristo.
Por isso mesmo na tristeza da derrota, na dor da injustiça de ver eleito alguém que nada fez e nada fará por Lisboa, permanecemos certos de que tudo é e será para a nossa felicidade.
Lembrei-me desta frase, posta na boca de César no livro "O Primeiro Homem de Roma: as Mulheres de César" por causa da eleições de ontem em Lisboa.
Antes de mais, antes de qualquer conclusão ou explicação, é preciso dizer que perdemos porque tivemos menos votos. Eu sei que este pensamento assim parece apenas uma observação básica e tonta. Mas é preciso não nos esquecermos que acima de qualquer teoria ou ideia ergue-se a realidade. Nas eleições autárquicas ganha quem tem mais um voto. Indiferentemente de quem é melhor Homem, de quem trabalhou mais, de quem é mais competente ou mais honesto, no fim ganha quem o povo escolhe.
Dito isto, existe um facto muito relevante que ditou a derrota de Pedro Santana Lopes ontem à noite. A deslocação maciça de votos do Bloco e do P.C. (a diferença entre os votos para a Assembleia Municipal e os votos para a Câmara deste dois partidos foi de 11.000) para a "açorda" de António Costa foi fatal para a coligação "Lisboa com Sentido". Se a estes votos somarmos todos os monárquicos patetas que se recusaram a votar numa coligação onde estivesse o PPM, os moralistas que fazem gala em não votar PSL em nome de valores morais elevados e alguma dispersão do voto católico pelo MEP (quase dois mil votos), a derrota de ontem parece fácil de explicar.
Contudo, não é verdade que a derrota de ontem seja só por causa destes factos. Tendo estado um mês empenhado na campanha, juntamente com alguns dos meus amigos, percebi que havia muita gente dentro do CDS e do PSD que variavam entre uma indiferença em relação ao resultado e uma clara má-fé para com PSL.
Contra toda uma máquina partidária, fundos infindos e uma comunicação social amigável Santana só dispunha de algumas pessoas do PSD e de um punhado de pessoas de Comunhão e Libertação. Muitas vezes nas campanhas de rua os universtiários do CL foram mais do que os jovens dos partidos.
Durante o último mês vi o empenho pessoal que poucas dezenas de pessoas puseram ao serviço de um projecto e de um homem em que acreditavam. Pessoas que se desdobravam em mil para fazer tudo: telefonemas, panfletagem, organização, arruadas. Com cinco ou seis pessoas assegurou-se uma exposição permanentemente aberta durante dez dias em Belém. Com a disponibilidade de alguns universitários, que entre aulas deram o seu tempo para esta campanha, assegurou-se um autocarro que vez campanha todo o dia durante 21 dias.
Mas perante este entusiasmo de quem luta pelo que acredita esbarramos no pequeno calculo politico-partidário, na mesquinhez de quem está mais interessado no partido do que na cidade, na sofreguidão de quem já se imagina a ser assessor de uma nova direcção do PSD, para a qual dava muito jeito uma derrota em Lisboa.
Perante isto, ou uma pessoa têm claro a razão por que faz as coisas ou desespera face à derrota e à pequenez. De que valeram estes dias de trabalho intenso se no fim fomos derrotados? Serviram para aquilo de que toda a nossa vida deve ser sinal: da presença de Cristo!
Nós, os de Comunhão e Libertação que participaram na campanha, demos testemunho de uma outra forma de fazer política fruto de uma outra forma de viver: certos daquilo que encontramos, desejosos de o anunciar, movidos por uma paixão pelo humano nascida do encontro com Cristo.
Por isso mesmo na tristeza da derrota, na dor da injustiça de ver eleito alguém que nada fez e nada fará por Lisboa, permanecemos certos de que tudo é e será para a nossa felicidade.
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