sexta-feira, abril 17, 2009

Uma presença.

Existe hoje, como aliás já disse neste blog, um novo tipo de ateísmo. Este ateísmo já não é um posição sobre a vida, afirmando que não existe Deus, mas uma posição ideológica contra a religião em geral e contra a Igreja muito em particular.

Embora sejam de facto um número residual na sociedade, muito em especialmente em Portugal, estes novos ateus têm conseguido uma projecção nos media que tem muito pouco a ver com a sua representatividade. Apadrinhados por alguns jornalistas e opinion makers (como a Fernanda Câncio ou o Miguel Vale de Almeida) estes senhores, que até já tem uma associação, têm direito a presença assídua nos jornais sobre todos os assunto religiosos. Não porque sejam especialmente sábios ou especialmente muitos, apenas porque dão especialmente jeito para atacar a Igreja.

Munidos com algumas mentiras históricas típicas (a inquisição, as cruzadas, a suposta conivência com o regime NAZI) e sem qualquer respeito pela verdade esta gente têm conseguido cá e um pouco por todo o mundo tornar-se numa espécie de referência cultural. Veja-se o exemplo de Richard Dawkins, um homem que é suposto ser uma autoridade em ciência e religião mas que teve que "comprar" a sua cátedra em Oxford.

Então como se explica o sucesso desta "seita"? Uma brutal capacidade de estar presente nos media, de serem publicados pelas editoras e uma enormíssima dose de demagogia e manipulação das massas. Basta ver que hoje a maioria das pessoas acredita que a Igreja esconde algo. O quê não sabem muito bem, mas sabem que há "segredos" no Vaticano.

Mas mais do que atacar a credibilidade das pessoas que formam esta corrente (embora de facto não tenham muita) há sobretudo um ponto fraquíssimo na lógica destes ateus que vale a pena referir. É que eles não chegaram ao ateísmo por uma ausência de fé. Não é que tenham procurado de facto alguma coisa que correspondesse ao seu coração e, não tendo encontrado, tenham desistido. Simplesmente partem da posição dogmática de que não é possível Deus existir.

Numa arrogância extrema, clamam para si a sabedoria que ultrapassa milhões de anos de história e consideram que a ciência já encerrou o assunto. Por isso para eles qualquer pessoa que acredite em Deus, mesmo um cientista, está errado. Não porque tenham algum crítica sustentada ao que essa pessoa diz, mas simplesmente porque eles já decidiram que Deus não existe. Por isso diante da realidade arranjam uma nova teoria que sustente a sua ideia. Não partem do objecto (a realidade) para a teoria, mas tentam encaixar à força o objecto na teoria. Um pouco como as crianças pequenas com os brinquedo de formas geométrica que tentam enfiar à força o quadrado no lugar do triângulo.

Por isso é que diante de um milagre ou de um acontecimento extraordinário ou encontram uma explicação que sirva a sua teoria ou então diminuem o facto.

Isto é o contrário da posição cristã. O Cristianismo nasce do embate com uma presença extraordinária. Cristo não é um teoria que nós tenhamos congeminado na nossa cabeça. Aliás que Deus se faça homem como nós é uma coisa que ninguém poderia jamais sonhar, quanto mais inventar.

O Cristianismo nasce quando o homem que procura a Verdade, sem qualquer preconceito ou presunção, se encontra diante de uma presença que realmente lhe corresponde. Por isso é que a história da Igreja é feita de pessoas que são santas. Não é por o Beato Nuno ser um fora de série ou a Madre Teresa ser muito solidária que são santos. Mas porque diante de pessoas assim é impossível ao homem que leve a sua vida a sério não perceber que há algo maior que sustém as suas vidas.

É esta a diferença entre este ateísmo e o cristianismo. Eles falam de uma teoria nós anunciamos uma presença.

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