Fui ver o novo filme da Pixar, "Wall-e", há já uns bons quinze dias. Na altura não escrevi nada aqui sobre ele por achar que não era um filme "digno" de uma crítica neste blog. Contudo, com o passar do tempo, dei por mim a disser a toda a gente para o ir ver e pensei "ou é de facto bom e portanto ajuízas, ou não é assim tão bom e não chateias mais as pessoas para o irem ver".
Como acho que o filme é realmente bom (não é propriamente o filme da minha vida, nem sequer um filme essencial, mas vale bem os cinco euros) decidi escrever sobre ele.
A primeira coisa que me ocorre é que num tempo em que os filmes, especialmente os de crianças, são cada vez mais feitos para entreter, sempre com muitos efeitos, diálogos e cenas de acção, alguém que arrisca fazer um filme de desenho animados em que pelo menos meia hora não têm diálogo é porque tem realmente alguma coisa para dizer.
O filme conta a historia do último robot da terra, que se limita a limpar as toneladas de lixo que cobrem o nosso planeta. A Terra está completamente desabitada e restam apenas restos de mega lojas, mega bombas de gasolina e mega bancos. Ou seja, o consumo desenfreado levou a que os humanos tivesse que fugir para o espaço.
Dito assim, parece que o filme vai ser todo sobre a ecologia e a maldade dos homens. Mas não, mais do que uma crítica à poluição, o filme é uma crítica à fuga da realidade. Os humanos que aparecem, vivem rodeados de computadores, telefones, anúncios, sem nunca olhar para os outros, sem nunca terem contacto com os outros. Vivem a consumir desenfreadamene, sem pensa ou olhar para nada. Têm todos os luxos possíveis sem saír da sua cadeira (literalmente). Homens que não olham para nada, por isso não se espantam com nada. Homens que vivem para serem entretidos. Acaba por ser um pouco um "Admirável Mundo Novo" versão para crianças.
No meio deste mundo surreal, montado numa nave do espaço, aparece o pequeno robot, que conseguiu sair da terra, atrás do seu amor, Eva. Wall-e (e aqui está a magia do filme, conseguir que um robot que não fala seja completamente expressivo) é o oposto daqueles humanos. Ele deixa-se espantar por tudo. Ele deixa-se encantar pelo "Hello Dolly" ou diverte-se a brincar com um isqueiro. É literalmente uma criança de olhos escancarados.
Mas quando aparece na terra Eva, ele apaixona-se e deixa tudo para ir atrás do seu amor. Esta sua capacidade de deixar todos os seus tesouros, a sua casa, o mundo que conhece e lançar-se sem medo para encontrar aquilo que mais deseja, há de revolucionar a história.
Não sendo um filme extraordinário, Wall-e é um filme bonito, num tempo onde os filmes já não são suposto serem bonitos. Só por isso, vale a pena ver.
Como acho que o filme é realmente bom (não é propriamente o filme da minha vida, nem sequer um filme essencial, mas vale bem os cinco euros) decidi escrever sobre ele.
A primeira coisa que me ocorre é que num tempo em que os filmes, especialmente os de crianças, são cada vez mais feitos para entreter, sempre com muitos efeitos, diálogos e cenas de acção, alguém que arrisca fazer um filme de desenho animados em que pelo menos meia hora não têm diálogo é porque tem realmente alguma coisa para dizer.
O filme conta a historia do último robot da terra, que se limita a limpar as toneladas de lixo que cobrem o nosso planeta. A Terra está completamente desabitada e restam apenas restos de mega lojas, mega bombas de gasolina e mega bancos. Ou seja, o consumo desenfreado levou a que os humanos tivesse que fugir para o espaço.
Dito assim, parece que o filme vai ser todo sobre a ecologia e a maldade dos homens. Mas não, mais do que uma crítica à poluição, o filme é uma crítica à fuga da realidade. Os humanos que aparecem, vivem rodeados de computadores, telefones, anúncios, sem nunca olhar para os outros, sem nunca terem contacto com os outros. Vivem a consumir desenfreadamene, sem pensa ou olhar para nada. Têm todos os luxos possíveis sem saír da sua cadeira (literalmente). Homens que não olham para nada, por isso não se espantam com nada. Homens que vivem para serem entretidos. Acaba por ser um pouco um "Admirável Mundo Novo" versão para crianças.
No meio deste mundo surreal, montado numa nave do espaço, aparece o pequeno robot, que conseguiu sair da terra, atrás do seu amor, Eva. Wall-e (e aqui está a magia do filme, conseguir que um robot que não fala seja completamente expressivo) é o oposto daqueles humanos. Ele deixa-se espantar por tudo. Ele deixa-se encantar pelo "Hello Dolly" ou diverte-se a brincar com um isqueiro. É literalmente uma criança de olhos escancarados.
Mas quando aparece na terra Eva, ele apaixona-se e deixa tudo para ir atrás do seu amor. Esta sua capacidade de deixar todos os seus tesouros, a sua casa, o mundo que conhece e lançar-se sem medo para encontrar aquilo que mais deseja, há de revolucionar a história.
Não sendo um filme extraordinário, Wall-e é um filme bonito, num tempo onde os filmes já não são suposto serem bonitos. Só por isso, vale a pena ver.
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