Cheguei há dois dias das minhas férias no norte. Depois das férias do CLu no Gerês, fui até a Covas, uma terra perdida no Minho, perto de Vila Nova de Cerveira, passar uns dias com os meus avós paternos.
Foram bons dias: comer bem, ler, dormir e sobretudo ouvir estórias. Nos cinco dias que passei com os meus avós nunca nos demoramos menos de três horas à mesa (ao jantar regra geral eram quatro).
Fiquei a saber como os meus avós se conheceram, estórias de namoros antigos, manias da família. Mas mais importante foi a história que aprendi ou que relembrei.
Durante estes dias fiquei a saber como o meu bisavô, Zé Maria Duque, foi preso três vezes na 1ª Republica, sem nenhuma razão que não fosse ser católico e monárquico. Ouvi descrever a esconça cela onde estava preso, com mais vinte pessoa, onde a noção de saneamento era um buraco no chão, para onde tinham que atirar as montanhas de percevejos que invadiam a cela.
Descobri como num dia ele foi metido numa camioneta com mais uns quantos presos, que foram sumariamente executados, escapando-se ele e mais uma ou dois, que conseguiram fugir. Ouvi contar como ele foi brutalmente espancado pela polícia, com espadas e cacetes, até não conseguir desentrelaçar as mão que tinha juntado para proteger a cabeça.
Também neste dias fiquei a saber como três militares armados de G-3 bateram a casa dos meus avós as 5h30 para levar para interrogatório dois miúdos de 15 e 16 anos, cujo o único delito foi arrancar cartazes do PC após o 25 de Abril.
Impressionou-me ouvir como dois homens sebosos revistaram uma casa à procura de um miúdo de 18 anos que tinha o azar de pertencer a um partido de direita.
Fiquei orgulhos ao ouvir narrar como o povo cristão defendeu o Patriarca.
Ao pensar nisto percebi a razão pela qual este regime tenta acabar com a família. Porque enquanto houver família será impossível branquear a história. Enquanto estas estórias, que no fundo são pedaços da história, forem contadas de geração em geração, será impossível massificar todo o povo.
Por isso escrevo estas linhas, para que todos os que as lerem não se esqueçam de que essas duas grandes datas deste regime (o 5 de Outubro e o 25 Abril) são símbolo de repressão e perseguição política!
Foram bons dias: comer bem, ler, dormir e sobretudo ouvir estórias. Nos cinco dias que passei com os meus avós nunca nos demoramos menos de três horas à mesa (ao jantar regra geral eram quatro).
Fiquei a saber como os meus avós se conheceram, estórias de namoros antigos, manias da família. Mas mais importante foi a história que aprendi ou que relembrei.
Durante estes dias fiquei a saber como o meu bisavô, Zé Maria Duque, foi preso três vezes na 1ª Republica, sem nenhuma razão que não fosse ser católico e monárquico. Ouvi descrever a esconça cela onde estava preso, com mais vinte pessoa, onde a noção de saneamento era um buraco no chão, para onde tinham que atirar as montanhas de percevejos que invadiam a cela.
Descobri como num dia ele foi metido numa camioneta com mais uns quantos presos, que foram sumariamente executados, escapando-se ele e mais uma ou dois, que conseguiram fugir. Ouvi contar como ele foi brutalmente espancado pela polícia, com espadas e cacetes, até não conseguir desentrelaçar as mão que tinha juntado para proteger a cabeça.
Também neste dias fiquei a saber como três militares armados de G-3 bateram a casa dos meus avós as 5h30 para levar para interrogatório dois miúdos de 15 e 16 anos, cujo o único delito foi arrancar cartazes do PC após o 25 de Abril.
Impressionou-me ouvir como dois homens sebosos revistaram uma casa à procura de um miúdo de 18 anos que tinha o azar de pertencer a um partido de direita.
Fiquei orgulhos ao ouvir narrar como o povo cristão defendeu o Patriarca.
Ao pensar nisto percebi a razão pela qual este regime tenta acabar com a família. Porque enquanto houver família será impossível branquear a história. Enquanto estas estórias, que no fundo são pedaços da história, forem contadas de geração em geração, será impossível massificar todo o povo.
Por isso escrevo estas linhas, para que todos os que as lerem não se esqueçam de que essas duas grandes datas deste regime (o 5 de Outubro e o 25 Abril) são símbolo de repressão e perseguição política!
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