Fez ontem 6 anos sobre os atentados as Torres Gémeas. Muitos gostam de dizer que nesse dia o mundo mudou, esquencendo-se que há séculos que o mundo existe e que muitos foram os acontecimentos que, supostamente, "mudaram" o mundo. Não podemos contundo deixar de reconhecer que estes atentandos foram o catalisador para a guerra contra o terrorismo (guerra esse que era inevitável, mais tarde ou mais cedo) e que acabou por originar a guerra no Afeganistão e, sobretudo, a guerra no Iraque.
Deixo aqui o juízo que o movimento Comunhão e Libertação fez quando começou a guerra no Iraque pois é uma ajuda para ajuizar toda a chamada "guerra ao terrorismo":
"Não, assim como não nos tinha convencido Bush pai, assim não nos convence Bush filho. Não conseguimos perceber porque é que Saddam seja o mais malvado de todos, porque é que é o mais perigoso, porque é que o seu aniquilamento é, por isso, indispensável à luta contra o terrorismo. Ou melhor: em relação a outros regimes, a tirania de Saddam aparece mais "moderada". Veja-se como exemplo, a tolerância pelas Igrejas cristãs, que no Iraque existem; e noutros países não.
Somos contra esta guerra; estamos com o Papa, que a vê desproporcionada como método e como objectivo e está a recorrer a todos os meios lícitos para evitá-la: para evitar que os pobres iraquianos, além da opressão humana e política, sejam também expostos aos bem mais mortais bombardeamentos aéreos. E que, nós todos, sejamos expostos às consequências de um conflito inútil.
Nós estamos com o Papa, não só contra a guerra, mas sobretudo a favor da sua obra de reconstrução da paz. O Papa não desligitima a América; não diz que é a sentina de todos os vícios do rico Ocidente; não desbaptiza, nem excomunga os soldados católicos que partiram para o Iraque; mas convida todos a unirem-se a ele na oração ("Só a intervenção do Alto pode fazer esperar num futuro menos obscuro... convido todos a pegar no Terço para invocar a intercessão da Santíssima Virgem"; Angelus de 9 de Fevereiro de 2003) e na procura do modo mais adequado para combater a violência que está sobre nós.
Deste modo mais adequado nós vemos um aspecto irrenunciável: a salvaguarda da liberdade. A liberdade de acreditar, a liberdade de se exprimir, a liberdade de trabalhar por um futuro melhor; a liberdade da Igreja e a liberdade do Estado; a liberdade das instituições e a liberdade da democracia. A América é um exemplo disto; é de tal modo um exemplo disto que se torna quase como um sonho, sobretudo para os deserdados. Por isso ainda que o governo americano, na situação actual, erre, nós à América não renunciamos, até porque na América se pode ser contra a guerra da América. Em muitos países uma liberdade assim nem sequer é sonhada. Nós não queimamos as bandeiras americanas, não perseguimos a utopia da sociedade de tal modo perfeita que seja inútil ser-se bom. Não nos sentimos bem porque fazemos declarações aprovadas pela maioria.
Nós sentimos responsabilidade, amargura e pena pelas contradições que não se conseguem explicar; pela impotência dos organismos internacionais; pelos condicionamentos que, inevitavelmente, ligam as relações entre os Estados. Sabemos que a nossa liberdade deve ser usada para mudar as coisas com fadiga, determinação e civilidade de escolhas.
O verdadeiro movimento pela paz é um movimento de educação, no qual se afirmem como consciência de povo a escolha que o mal - terrivelmente presente também em cada um de nós e não só num inimigo externo (que muda consoante a fileira em que se está) - não vença sobre o bem. De maneira que cada juízo eacção sejam factores de paz, de justiça e de civilidade."
Deixo aqui o juízo que o movimento Comunhão e Libertação fez quando começou a guerra no Iraque pois é uma ajuda para ajuizar toda a chamada "guerra ao terrorismo":
"Não, assim como não nos tinha convencido Bush pai, assim não nos convence Bush filho. Não conseguimos perceber porque é que Saddam seja o mais malvado de todos, porque é que é o mais perigoso, porque é que o seu aniquilamento é, por isso, indispensável à luta contra o terrorismo. Ou melhor: em relação a outros regimes, a tirania de Saddam aparece mais "moderada". Veja-se como exemplo, a tolerância pelas Igrejas cristãs, que no Iraque existem; e noutros países não.
Somos contra esta guerra; estamos com o Papa, que a vê desproporcionada como método e como objectivo e está a recorrer a todos os meios lícitos para evitá-la: para evitar que os pobres iraquianos, além da opressão humana e política, sejam também expostos aos bem mais mortais bombardeamentos aéreos. E que, nós todos, sejamos expostos às consequências de um conflito inútil.
Nós estamos com o Papa, não só contra a guerra, mas sobretudo a favor da sua obra de reconstrução da paz. O Papa não desligitima a América; não diz que é a sentina de todos os vícios do rico Ocidente; não desbaptiza, nem excomunga os soldados católicos que partiram para o Iraque; mas convida todos a unirem-se a ele na oração ("Só a intervenção do Alto pode fazer esperar num futuro menos obscuro... convido todos a pegar no Terço para invocar a intercessão da Santíssima Virgem"; Angelus de 9 de Fevereiro de 2003) e na procura do modo mais adequado para combater a violência que está sobre nós.
Deste modo mais adequado nós vemos um aspecto irrenunciável: a salvaguarda da liberdade. A liberdade de acreditar, a liberdade de se exprimir, a liberdade de trabalhar por um futuro melhor; a liberdade da Igreja e a liberdade do Estado; a liberdade das instituições e a liberdade da democracia. A América é um exemplo disto; é de tal modo um exemplo disto que se torna quase como um sonho, sobretudo para os deserdados. Por isso ainda que o governo americano, na situação actual, erre, nós à América não renunciamos, até porque na América se pode ser contra a guerra da América. Em muitos países uma liberdade assim nem sequer é sonhada. Nós não queimamos as bandeiras americanas, não perseguimos a utopia da sociedade de tal modo perfeita que seja inútil ser-se bom. Não nos sentimos bem porque fazemos declarações aprovadas pela maioria.
Nós sentimos responsabilidade, amargura e pena pelas contradições que não se conseguem explicar; pela impotência dos organismos internacionais; pelos condicionamentos que, inevitavelmente, ligam as relações entre os Estados. Sabemos que a nossa liberdade deve ser usada para mudar as coisas com fadiga, determinação e civilidade de escolhas.
O verdadeiro movimento pela paz é um movimento de educação, no qual se afirmem como consciência de povo a escolha que o mal - terrivelmente presente também em cada um de nós e não só num inimigo externo (que muda consoante a fileira em que se está) - não vença sobre o bem. De maneira que cada juízo eacção sejam factores de paz, de justiça e de civilidade."
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