Fui, na semana passada, em trabalho a Coimbra. Como o que me levou às margens do Mondego demorou menos tempo do que o previsto aproveitei, até à hora marcada para o regresso de comboio a Lisboa, para conhecer um pouco melhor aquela bonita cidade.
Entrei no Mosteiro de Santa Cruz que apenas conhecia, e mal, dos livros de História. Depois de dar a volta à Igreja entrei na sacristia onde fui convidado a ver o relicário de São Teotónio, a sala do Capitulo e o Claustro. Na bela sala do Capitulo, onde se encontram os restos mortais de São Teotónio, li uma breve biografia do primeiro Santo português.
Tenho alguns livros, por sinal muito bons, sobre os Santos de Portugal que começam, na parte referente à fundação, pela vida de Teotónio mas - talvez pelo nome ser antigo ou por nos separarem 900 anos - sempre avancei umas boas páginas para ler primeiro as vidas de António, Isabel ou Nuno que conheço melhor e já os considero como amigos. Desta vez li a biografia de São Teotónio e fiquei com vontade de voltar a reler os livros que estão lá em casa desde as páginas iniciais.
O texto descreve brevemente as principais virtudes do Santo e conta alguns episódios da sua vida. Relata a sua relação com D. Afonso Henriques, mais ou menos, nos seguintes termos: Teotónio aconselhava Afonso a ser um Rei Bom, Justo e Piedoso. Teotónio rezou e abençoou os cristãos, chefiados por Afonso, antes da conquista de Santarém. Afonso contribuiu com o dinheiro necessário para a construção do Mosteiro de Santa Cruz do qual Teotónio foi eleito o primeiro Prior. Ao saber da morte do seu amigo, o Rei dirigiu-se a Coimbra onde terá dito que a alma de Teotónio tinha chegado ao céu antes que o seu corpo tivesse sido sepultado. Concluindo, o primeiro Santo português foi um grande amigo do primeiro Rei de Portugal, aconselhou-o e rezou por ele antes das batalhas - que não foram poucas - que este teve de travar.
Outro amigo de São Teotónio, Bernardo de Claraval, não se esqueceu dele na velhice e enviou-lhe, de presente, um bordão para o ajudar a caminhar, no qual o português se apoiou até morrer.
Assim, fui conquistado pelo primeiro Santo português que é também um Santo da Amizade. Agradeci ao Senhor por todos os "teotónios" que colocou na minha vida, que me aconselham e rezam por mim antes das batalhas que tenho de travar, e pedi a São Teotónio - apesar do seu nome antigo e dos 900 anos que nos separam - que me ajude a ser verdadeiramente amigo dos ["afonsos"] que me foram dados.
São Teotónio, rogai por nós.
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