"O pedido [estabelecimento da Inquisição] de El-Rei de Portugal [Dom João III] não podia ser bem recebido na cúria, onde acerca dos judeus havia ideias e normas de tolerância absolutamente diferentes daquelas que geralmente vogavam aquém Pirenéus; e nem facilmente se esqueceria em Roma, que mais de uma vez os papas se viram obrigados a protestar contra os abusos cometidos em Castela à sombra do Santo Ofício.
(...)
Até El-Rei chegava a notícia, transmitida pelos magistrados de que em diversos pontos a cólera popular ameaçava desafogar-se em excessos de violência. (...) Para compreender a resolução de Dom João III, bastará supor-lhe a intenção, aliás bem justificada, de pôr termo aos conflitos entre as justiças seculares e as eclesiásticas, e de desarmar as iras do povo contra os judeus, instituindo uma jurisdição, a do Santo Ofício, a quem exclusivamente ficava pertencendo a competência em matéria de heresia.
(...)
Lourenço Pucci, Cardeal Santiquatro, uma das personagens mais influentes na cúria, a quem Brás Neto deu conhecimento da pretensão para alcançar dele favor em ordem ao deferimento, mostrou grande repugnância em patrocinar semelhante negócio. Entedia que se tratava apenas de espoliar a gente hebreia das suas riquezas, a pretexto de heresia, como em Castela se praticava, segundo voz corrente. Pela sua parte era de opinião que se desse liberdade aos cristãos-novos para voltarem à sua crença antiga, punindo-se rigorosamente os que preferissem ficar no grémio do cristianismo se delinquíssem contra a fé."
cf. FORTUNATO DE ALMEIDA, História de Portugal - Desde os Tempos Pré-Hitóricos a 1580, págs. 388 a 390, BERTRAND EDITORA, 2003, Lisboa.
A Inquisição portuguesa, assim como a Inquisição espanhola, nasceram contra a vontade do Papa, por pressões e ameaças. Desde de sempre foram controladas pelo poder real e usadas por este para atingir os seus fins, que nem sempre coincidiam com os da Igreja.
Nos nossos dias a Inquisição virou um mito e uma arma de arremesso contra a Igreja, totalmente desproporcional aos factos históricos. Ao contrário do que o mito faz acreditar a Inquisição não só era geralmente muito mais branda do que os tribunais civis, como era também um tribunal muito mais competente e honesto.
Claro que houve abusos, muitos dos quais praticado por clérigos. Mas a maior parte destes abusos não se deveu a fanatismos religiosas, mas a inveja e cobiça.
É importante estudar os factos em fez de nos deixarmos cegar pela ideologia.
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Até El-Rei chegava a notícia, transmitida pelos magistrados de que em diversos pontos a cólera popular ameaçava desafogar-se em excessos de violência. (...) Para compreender a resolução de Dom João III, bastará supor-lhe a intenção, aliás bem justificada, de pôr termo aos conflitos entre as justiças seculares e as eclesiásticas, e de desarmar as iras do povo contra os judeus, instituindo uma jurisdição, a do Santo Ofício, a quem exclusivamente ficava pertencendo a competência em matéria de heresia.
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Lourenço Pucci, Cardeal Santiquatro, uma das personagens mais influentes na cúria, a quem Brás Neto deu conhecimento da pretensão para alcançar dele favor em ordem ao deferimento, mostrou grande repugnância em patrocinar semelhante negócio. Entedia que se tratava apenas de espoliar a gente hebreia das suas riquezas, a pretexto de heresia, como em Castela se praticava, segundo voz corrente. Pela sua parte era de opinião que se desse liberdade aos cristãos-novos para voltarem à sua crença antiga, punindo-se rigorosamente os que preferissem ficar no grémio do cristianismo se delinquíssem contra a fé."
cf. FORTUNATO DE ALMEIDA, História de Portugal - Desde os Tempos Pré-Hitóricos a 1580, págs. 388 a 390, BERTRAND EDITORA, 2003, Lisboa.
A Inquisição portuguesa, assim como a Inquisição espanhola, nasceram contra a vontade do Papa, por pressões e ameaças. Desde de sempre foram controladas pelo poder real e usadas por este para atingir os seus fins, que nem sempre coincidiam com os da Igreja.
Nos nossos dias a Inquisição virou um mito e uma arma de arremesso contra a Igreja, totalmente desproporcional aos factos históricos. Ao contrário do que o mito faz acreditar a Inquisição não só era geralmente muito mais branda do que os tribunais civis, como era também um tribunal muito mais competente e honesto.
Claro que houve abusos, muitos dos quais praticado por clérigos. Mas a maior parte destes abusos não se deveu a fanatismos religiosas, mas a inveja e cobiça.
É importante estudar os factos em fez de nos deixarmos cegar pela ideologia.
3 comentários:
Ouso recomendar: http://www.youtube.com/watch?v=oWGIobj24xY
Oh filho, achas que eu deixava escapar uma dessa! Está aí algures nos arquivos do blog ;)
recordar é viver
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