Domingo de Páscoa fui ao cinema ver o filme "Blind Side". A história do filme é um pouco básica: uma "soccer mum" adopta um miúdo preto enorme que joga futebol americano mas que não consegue aprender nada. A história em si prometia ser mais um dramalhão americano.
Acabei por gostar muito do filme. A maior qualidade para mim é a "secura" do filme. Quase não há momentos dramáticos. O realizador limita-se quase a contar uma história. A família acolhe o miúdo, dá-lhe roupa, a irmã ajuda-o a estudar, o irmão ajuda-o no futebol americano. A mãe e o pai vão tentando educa-los.
Não há ali nenhuma revolução social, nenhum projecto para salvar o mundo, nenhuma teoria sociológica. Apenas uma mulher confrontada com os problemas de um miúdo que acaba por adoptar.
A coisa parece simples, mas não é. O lema dos nossos dias é se alguém te pede um peixe ensina-o a pescar. O filme não funciona assim. Ele tem fome, ela dá-lhe comida; ele não tem cama, ela dá-lhe casa; ele não tem roupa, ela compra-lhe; ele não tem família, ela acaba por lhe dar a dela. Sem teorias ou complicações. Partindo sempre da necessidade daquele miúdo diante dela.
Este filme, que se estreou em Portugal por alturas da Páscoa dá testemunho da caridade cristã tão pouco em voga: amar o próximo como ele precisa de ser amado, não como nós achamos que ele deve ser.
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