Fui de viela em viela
Numa delas dei com ela
E quedei-me enfeitiçado
Sob a luz dum candeeiro
Estava ali o Fado inteiro
Pois toda ela era fado
Arvorei um ar gingão
Um certo ar fadistão
Que qualquer homem assume
Pois confesso que aguardei,
Quando por ela passei,
O convite do costume
Em vez disso, no entanto,
No seu rosto só vi pranto
Só vi desgosto e descrença
Fui-me embora amargurado
Era fado, mas o fado
Não é sempre o que se pensa
Ainda recordo agora
A visão que ao ir-me embora
Guardei da mulher perdida
A pena que me desgarra
Só me lembra uma guitarra
A chorar penas da vida.
A beleza do fado é que não deixa de fora nada da humanidade. Tudo parece suscitar um espanto, uma pergunta, uma curiosidade. Desde de um namorico no Mercado da Ribeira até a uma prostituta numa rua.
quinta-feira, novembro 05, 2009
A Viela - letra de Guilherme Pereira da Rosa. Música, Fado Cravo, Alfredo Marceneiro
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