Assisti com algum cepticismo ao aparecimento do fenómeno Kony e do Lord’s Resistance Army’s. Tendo sempre a desconfiar de causas que geram automaticamente um adesão maciça. O defeito é meu, porque nunca é razoável partir do puro preconceito.
Na última sexta-feira, por insistência de alguns liceus de Comunhão e Libertação, lá vi o famoso vídeo do maior criminoso de guerra dos nossos tempos. O filme é um pouco irritante, muito emotivo e com algumas informações pouco exactas (tanto quanto consegui perceber, nenhuma mentira, mas muitas simplificações, como convém a um fenómeno de massas).
Mas, saltando por cima da irritação e do preconceito, permanece um facto: Joseph Kony há quase trinta lidera uma milícia que tem como único fim matar, roubar e pilhar. Um problema não só para o Uganda, mas também para outro países à volta onde ele actua. Prendê-lo, ou mesmo abatê-lo, é de facto uma coisa necessária.
É verdade que não é o maior problema do mundo, nem de África nem sequer do Uganda. Contudo foi o problema com que os autores do filme se embateram e que tentam resolvê-lo. Se havia maneiras mais eficazes de o fazer do que gastar rios de dinheiro em publicidade e viagens ao Uganda? Não sei. Parece-me contudo injusto critica-los do alto do meu comodismo, sentado à frente do computador no centro de Lisboa.
Porém há duas coisas que me ocorreram durante o filme. A primeira é de que eliminar Kony não resolve o problema das crianças soldado. A dor e a destruição que o LRA causou nos últimos trinta anos não vão desaparecer com a sua destruição.
É bom que se pare os criminosos de guerra, mas o problema de fundo não é que existam umas pessoas muito más que fazem coisas muito maldosas. O que falta realmente em África (e na Ásia, e na América e na Europa) é esperança. Não uma ilusão, não sonho, mas esperança. E a esperança não pode nascer da morte de alguém, por muito mau que ele seja.
Neste momento o LRA, segundo as notícias, tem poucos mais de trezentos soldados e está quase inactivo. Parar Joseph Kony fará justiça, mas não vai mudar nada. A mudança nasce da esperança. A esperança nasce do encontro com alguém que tem em si a promessa de algo que nos corresponde.
A segunda coisa que me incomodou no filme foi a ideia de que se perseguirmos e prendermos todos os “maus” então o mundo será um lugar bom. A história já demonstrou mil vezes que por muito que se derrotem os “maus”, outros “maus” aparecem.
Porque o mal habita antes de mais em mim. E o que muda a história não é que os “bons” vençam as guerras (embora seja melhor assim) mas antes de mais a conversão de cada homem. O mal causado pela violência e pela guerra deve ser combatido. Mas só aqu’Ele que tem o pode de converter o coração do homem pode mudar a história.
Na última sexta-feira, por insistência de alguns liceus de Comunhão e Libertação, lá vi o famoso vídeo do maior criminoso de guerra dos nossos tempos. O filme é um pouco irritante, muito emotivo e com algumas informações pouco exactas (tanto quanto consegui perceber, nenhuma mentira, mas muitas simplificações, como convém a um fenómeno de massas).
Mas, saltando por cima da irritação e do preconceito, permanece um facto: Joseph Kony há quase trinta lidera uma milícia que tem como único fim matar, roubar e pilhar. Um problema não só para o Uganda, mas também para outro países à volta onde ele actua. Prendê-lo, ou mesmo abatê-lo, é de facto uma coisa necessária.
É verdade que não é o maior problema do mundo, nem de África nem sequer do Uganda. Contudo foi o problema com que os autores do filme se embateram e que tentam resolvê-lo. Se havia maneiras mais eficazes de o fazer do que gastar rios de dinheiro em publicidade e viagens ao Uganda? Não sei. Parece-me contudo injusto critica-los do alto do meu comodismo, sentado à frente do computador no centro de Lisboa.
Porém há duas coisas que me ocorreram durante o filme. A primeira é de que eliminar Kony não resolve o problema das crianças soldado. A dor e a destruição que o LRA causou nos últimos trinta anos não vão desaparecer com a sua destruição.
É bom que se pare os criminosos de guerra, mas o problema de fundo não é que existam umas pessoas muito más que fazem coisas muito maldosas. O que falta realmente em África (e na Ásia, e na América e na Europa) é esperança. Não uma ilusão, não sonho, mas esperança. E a esperança não pode nascer da morte de alguém, por muito mau que ele seja.
Neste momento o LRA, segundo as notícias, tem poucos mais de trezentos soldados e está quase inactivo. Parar Joseph Kony fará justiça, mas não vai mudar nada. A mudança nasce da esperança. A esperança nasce do encontro com alguém que tem em si a promessa de algo que nos corresponde.
A segunda coisa que me incomodou no filme foi a ideia de que se perseguirmos e prendermos todos os “maus” então o mundo será um lugar bom. A história já demonstrou mil vezes que por muito que se derrotem os “maus”, outros “maus” aparecem.
Porque o mal habita antes de mais em mim. E o que muda a história não é que os “bons” vençam as guerras (embora seja melhor assim) mas antes de mais a conversão de cada homem. O mal causado pela violência e pela guerra deve ser combatido. Mas só aqu’Ele que tem o pode de converter o coração do homem pode mudar a história.
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