Dia 20 de Agosto de 2011, o Aeroporto de Cuatro Vientos cheio a transbordar. Depois de dias de calor imenso, de caminhadas entre multidões infindáveis, chegava o ponto maior das Jornadas Mundiais da Juventude: a Vigília com o Papa.
Éramos dois milhões de pessoas à espera de ouvir a mensagem que o Santo Padre tinha preparado para nós. Quanto o Papa vai começar a falar levanta-se um enorme temporal: rajadas de vento, chuva, raios e trovões. E nós no meio daquela multidão sem ter para onde fugir.
Uma única pessoa fica serena: um velho de oitenta e quatro e anos, que perante toda fúria da natureza se mantém firme. Enquanto tudo abanava e voava o Papa manteve-se de pé, ignorando os conselhos de prudência, olhando para (e pelo) seu rebanho.
E os jovens mantiveram-se também firmes, gritando por Bento XVI. Durante minutos pareceu um combate: quanto mais chovia, quanto mais o vento uivava mais nós cantávamos.
Até que finalmente a tempestade passou. O Santíssimo é trazido para o altar e ouviu-se um impressionante silêncio. Dois milhões de jovens, liderados por um velho de cabelos brancos, ajoelharam na lama e adoraram a Cristo.
Quem visse estes acontecimentos de passagem corria risco de apenas reparar nos jovens, que testemunharam estarem de facto enraizados em Cristo. Mas a verdade é que só nos mantivemos firmes na tempestade porque fomos confirmados pelo Papa.
A noite de Cuatro Vientos foi uma grande catequese do que é a Igreja: um povo sem medo, edificado sobre a rocha de Pedro, que adora o Seu Senhor.
SEMPER FIDELIS!