quinta-feira, maio 30, 2013

Pai e Mãe, uma Questão Evidente.

Existem factos que são evidentes, ditados pelo senso comum. Por exemplo, que o melhor para uma criança é ter um pai e uma mãe.
Isto não é fruto de uma teoria, mas da experiência. Basta olhar para ver que uma criança necessita de pai e de mãe, não apenas para ter dois adultos que o amem, mas porque homem e mulher são diferentes e complementam-se. Se falta algum deles, isso não é bom.
Por isso é que a ausência de um dos pais é sempre considerada um problema. Mas, mesmo nas situações em que um dos pais está ausente é normal haver uma figura que de alguma maneira preenche a ausência deste: um avô, um tio ou o companheiro da mãe (digo isto, porque na maior parte das famílias monoparentais falta o pai)
Quando não há ninguém que faça esse papel, é sempre um menos para a criança. Claro que isto não impede nenhuma criança de ser feliz, mas é menos bom do que haver um homem e uma mulher que eduquem a criança.
Ora, os defensores da adopção por pessoas do mesmo sexo tem exigido estudos que comprovem estas afirmações.  A frase preferida do lobby LGBT é “não há estudos que provem…”. Para começar isso é mentira, há estudos que demonstram estas afirmações.
Mas sobretudo, não é preciso nenhum estudo para demonstrar uma evidência. Eu não preciso de nenhum estudo para provar que a minha mãe não me envenena a comida, todas as evidências apontam para esse facto.
Por isso, se alguém quiser acusar a minha mãe de envenenar a minha comida, eu não tenho que apresentar nenhum estudo a dizer que isso é mentira. Podia fazê-lo, mas seria absolutamente ridículo. Aliás, se eu chegasse ao pé de alguém e dissesse “a minha mãe não me envenena a comida, porque eu mandei analisar num laboratório dez refeições aleatórias que ela preparou e em nenhuma havia um indício de veneno” essa pessoa diria que eu era louco.
Dizer que não há nenhuma prova de que o melhor para uma criança é ter pai e mãe é tão ridículo como isto. Por isso, quem acha que é indiferente ter pai e mãe, ou ter dois pais, ou ter duas mães é que tem que provar esse facto. E tem que o provar de maneira incontestável. Porque está a negar uma evidência que foi verificada ao longo de milhares de anos.
Para o nosso tempo o bom senso não tem valor. Por isso tentam esconder através da “aura” dessa nova religião que são os “estudos científicos” aquilo que todos nós sabemos: que uma criança nasce sempre da união entre homem e mulher (mesmo que o homem seja um dador anónimo de esperma) e que sem essa complementaridade, imposta pela natureza, não há crianças
Por isso, eu não apresento nenhum estudo que defenda o óbvio (mesmo sabendo que eles existem). Quem quer negar a realidade é que tem que apresentar provas. Se não qualquer dia estou eu a mandar analisar a comida da minha mãe num laboratório…

quarta-feira, maio 29, 2013

O Nosso Tempo: O Tempo da Barbárie!

Em qualquer discussão que se tenha sobre os chamados temas fracturantes ou sobre religião aparece sempre um argumento que supostamente acaba com a discussão: “já não estamos na Idade Média, estamos no século XXI”. Segundo os defensores desta tese o nosso tempo é um tempo verdadeiramente civilizado e qualquer argumento do “passado” é inaceitável.
Antes de mais gostaria de lembrar que a Idade Média foi um período de mil anos onde aconteceram muita coisa. Só quem nada sabe de história é que ainda pode utilizar o velho argumento da Idade das Trevas. Relembro que a esta suposta fase “negra” da história é o tempo que começa em Santo Agostinho e acaba com Santo Inácio, Santa Teresa de Ávila e São Pedro de Alcântara. Não nos podemos esquecer que a Idade Média é também o tempo de Dante, Giotto e Petrarca. É o tempo da Catedral de Notre Dame, da Catedral de Colónia e da Catedral de Chartres. É na Idade Média que nasce a Universidade: Bolonha, Oxford, Paris. Muitos outros milhares de exemplos podiam ser dados a favor da Idade Média (o tempo do Pobre de Assis e de São Tomás) mas não me parece necessário.
Se por um lado já é disparatado falar da Idade Média como um tempo bárbaro, também não me parece lógico referir o nosso tempo como o tempo da verdadeira civilização.
O século XX, que tantos gostam de elogiar, foi o tempo das maiores barbaridades da história.
Comecemos pela Iª Guerra Mundial. Sem nenhum motivo aparente que não desentendimentos fronteiriços e uma grande dose de testerona os povos da Europa lançaram-se uns contra os outros numa guerra que vitimou pelo menos 16 milhões de soldados.
Em 1917, ainda durante a guerra, os Bolcheviques tomaram o poder na Rússia. A guerra civil que se lhe seguiu matou milhões. Mas não foi só a guerra, a fome e a miséria que o sistema comunista impôs vitimou quase tanto como a guerra.
No seguimento do tratado de Versalhes milhares de pessoas foram desalojadas para satisfazer as potências vencedoras. A Alemanha foi saqueada a uma escala nunca vista até então, mesmo pelos países democráticos como a França.
Em Itália e na Alemanha foram criados regimente totalitários que ainda antes da Segunda Grande Guerra foram responsável por prisões e mortes por motivos meramente políticos.
Os anos 30 foram marcados pela República Espanhola, que perseguiu activamente a Igreja Católica queimando Igrejas e Conventos e matando milhares de Católicos. Nada de novo aliás, se pensarmos nas perseguições que a Igreja era alvo na altura no México. Mas a República Espanhola teve um fim violenta com a Guerra Civil, que acabou com mais uns milhões de mortos e com novo regime ditatorial, que se entreteve a perseguir os vencidos.
Mas o fim da Guerra Civil não trouxe a paz à Europa (ao mundo não seguramente, pois a guerra civil da China entre comunistas e nacionalista continuava a vitimar milhões de pessoas). De facto foi o prelúdio do maior conflito que o mundo já viu.
 A IIª Guerra Mundial foi responsável por milhões de mortos em todo o mundo. E, ao contrário da anterior guerra mundial, as principias vítimas não usavam uniforme. Os tão gabados avanços tecnológicos permitiram arrasar cidades inteiras. Esta guerra foi provavelmente a primeira guerra desde a antiguidade em que o número de civis mortos foi muitíssimo maior do que o de soldados.
E não é possível esquecer a perseguição de que os Judeus foram alvo durante o regime Nazi e que se intensificou com a guerra. De facto Hitler utilizou os métodos mais modernos e as mais recentes tecnologias para exterminar todos os que considerava inimigos da raça ariana.
Mas, ao contrário dos mitos, a violência não acabou com fim da Guerra. Nos últimos 50 anos do século XX as guerras foram tantas que é impossível lembrar todas. Para além das mais famosas, como a Guerra da Coreia ou a do Vietname, tivemos milhares de “pequenas” guerras civis. Um pouco por todo a Ásia e África velhos conflitos étnicos foram vestidos com a roupagem do marxismo para parecem modernas.
Ainda no século XX não nos fiquemos por acontecimento com 40 ou 50 anos. Lembremo-nos que depois da queda do Muro, assistimos aos massacres na Jugoslávia, ao genocídio no Ruanda ou à Guerra do Kosovo (para não falar na primeira guerra do Iraque).
O Século XXI abriu com o 11 de Setembro e os atentados terroristas que se lhe seguiram. A resposta do Ocidente foi clara: Guerra no Afeganistão e no Iraque.
Contudo isto são conflitos menores se pensarmos no genocídio do Darfur, da constante violência na Somália ou no número de assassinatos do narcotráfico no México.
Nos nossos dias os cristãos são perseguidos em boa parte da África, na Arábia Saudita, na Índia, na China, só para dar alguns exemplos. O tráfico de pessoas atinge número nunca vistos.
Mas não é só no mundo que o Ocidente considera pouco civilizado e indigno deste século que reina a barbárie. Nunca é de mais lembrar que quase todos os países que se acham civilizado permitem o aborto livre, a experimentação em embriões e começam a permitir a eutanásia. Na Holanda já existe um partido a favor da Pedofilia!
Por todo o Ocidente o número de nascimentos diminui, os velhos vivem sozinho e milhões de pessoas vivem na rua e na pobreza.
Por tudo isto gostava que me explicassem porque razão é que o nosso tempo reclama uma superioridade moral em relação aos séculos anteriores? A próxima vez que alguém argumentar que certas questões não se colocam no século XXI não poderei deixar de responder que longe de isso ser uma resposta, é exactamente o problema.

sexta-feira, maio 24, 2013

O Papa que veio do fim do mundo.

A falta de tempo e sobretudo, devo confessar, a falta de inspiração tem-me impedido de escrever sobre a eleição do Papa Francisco.
Este dois meses tem sido um espectáculo da Graça. De facto Nosso Senhor tem nos habituado mal. Depois do Beato João Paulo II todos pensámos que era impossível suceder-lhe um Papa tão bom como ele. Mas o Bom Deus enviou-nos Bento XVI: o paladino da Igreja, o defensor da fé! Um mestre, um santo, um pai! O pontificado do nosso querido Papa Emérito foi de facto extraordinário. Só o que fez e disse entre o anúncio da sua renúncia e o começo da Sede Vacante já teria justificado a sua eleição para a Cadeira de Pedro.
E para suceder a estes dois santos o Espirito Santo foi à argentina buscar Giorgio Mario Bergoglio. Um total desconhecido! E que bom tem sido descobrir o Papa Francisco.
Não o Papa Francisco dos media, mas o Papa Francisco que se revela nos seus gestos e nas suas homilias, cheios de amor a Cristo e a Sua Mãe.
De todas as coisas extraordinárias que já aconteceram neste pontificado, desde a Sua primeira homilia (“quem não professa Cristo Crucificado, professa o demónio”) até ao passear-se no meio do povo durante uma hora, houve duas que me tocaram especialmente.
A primeira foi na visita do Papa reinante ao Papa emérito, quando Francisco ofereceu a Bento um ícone com Nossa Senhora da Humildade, dizendo “lembrei-me logo do Seu Pontificado”. Comoveu-me porque durante semanas os media tinham sempre falado da humildade do Papa Francisco como se os seus antecessores, e especialmente Bento XVI, não o fossem. E o Papa Francisco quis demonstrar claramente que para ele a verdadeira humildade era a do Seu antecessor.
A segunda coisa que me impressiona é a sua maneira de falar. Sempre sorridente, sempre simples, mas nunca morno. Fala com clareza da sã doutrina: seguir Cristo, amar Sua Mãe, ser fiel à Igreja, não ceder ao demónio. De maneira inteligente tem usado a Sua lua-de-mel com os media para dizer coisas que eram impossíveis aos seus antecessores. E com simplicidade vai reafirmando muitas das coisas pelas quais Bento XVI, desde que era Perfeito da Congregação para a Doutrina da Fé, tinha sido atacado: Só Cristo salva o homem, só há salvação na Igreja, a necessidade de mais evangelização e menos activismo social.
Eu amo o Papa porque é Pedro. A pedra sobre a qual Cristo constrói a Igreja. Mas também amo Francisco pelo Seu claro amor a Cristo e à Igreja, nossa Mãe e nossa Mestra.
VIVA O PAPA!
Semper fidelis!

sábado, maio 18, 2013

Mãe há só uma!


Ontem foi aprovado na Assembleia da República, no meio da indiferença dos Deputados e do silêncio dos media, a co-adopção de crianças por pessoas do mesmo sexo que vivam legalmente “casadas” ou em união de facto.

Sobre este facto ocorrem-me quatro coisas:

1.       É impressionante o secretismo com que esta lei foi aprovada. Para todos os efeitos ontem o parlamento decidiu alterar, por “decreto”, a noção de família. Os senhores deputados decidiram que legalmente uma criança pode ter dois pais e duas mães. E sobre este assunto não houve debate público, não houve discussão, nada. Ontem à noite milhares de portugueses ligaram a televisão para ver o telejornal e descobriram que, ao contrário do que pensavam, agora as crianças deixaram de ter direito a uma mãe e um pai para passarem a ser um simples objecto a que os adultos têm direito.

 

2.       A displicência dos deputados é tenebrosa. Como é que é possível que 3 deputados do CDS se tenham abstido? Como é que possível ter havido votos favoráveis do PSD? Mas quem é que votou nestes senhores? Os eleitores votaram nos partidos, não nos deputados. Os deputados não possuem legitimidade para contrariar a ideologia dos seus partidos. Ao não impor disciplina de voto o PSD e o CDS violaram a confiança que os portugueses neles depositaram.

 

Se os senhores deputados querem independência então primeiro criem círculos uninominais, acabem com o sistema de Hondt e depois podem fazer o que quiserem. Porque aí sim, forem eleitos, não pelo partido, mas pelos seus constituintes. No actual sistema, onde são os partidos que escolhem os deputados estes não possuem legitimidade para, numa matéria como esta, votaram como lhes apetece. E se no caso do PSD ainda é discutível a disciplina de voto nesta matéria ainda, no CDS é simplesmente um imperativo moral.

      

3.       Na prática esta lei não altera nada de substancial. A única diferença é que nos casos em que duas pessoas do mesmo sexo criavam crianças como se fossem seus filhos, sendo que só um dos adultos é que era pai legalmente, agora os dois vão poder ser “pais”.  Esta lei é um Cavalo de Tróia. Porque se duas pessoas do mesmo sexo se podem casar, se podem adoptar (em algumas circunstâncias) uma criança, então a proibição da adopção plena deixa de ser sustentável.

 

Por isso num ou dois anos será aprovada a adopção plena. O argumento será simples, a discussão será simples. Aliás o objectivo da Deputada Isabel Moreira é claro. Todos nós sabemos que ela é defensora ardente dos “direitos dos gays”.

 

O espectáculo montado ontem foi muito bem feito. O BE e o PEV ameaçaram com a adopção plena e a deputada socialista aparece com a solução sensata da co-adopção. Assim chumba-se a primeira (que causaria muito escândalo) e aprova-se a segunda pela porta do cavalo, apresentado como um meio-termo razoável.

 

 

4.       Ter filhos não é um direito, é um facto. Um facto que gera deveres. O instituto da adopção não foi criado para assegurar um direito da pessoas que não podem ter filhos. As instituições que acolhem crianças não são canis, onde se vai buscar um animal de estimação para ocupar o vazio de uma casa

 

A adopção existe para proporcionar às crianças, que pelas circunstâncias da vida não tem uma família, a possibilidade de terem uma. É um direito das crianças ter uma família, não um direito dos adultos terem um filho. E uma família não é só “afecto”, essa distorção moderna do amor.

 

Uma criança precisa de um pai e de uma mãe. Este facto, assegurado por milhares de anos de experiência, não pode ser negado por teorias ou estudos mal amanhados. Homem e mulher são diferentes e uma criança precisa do exemplo de ambos. Defender a adopção por pessoas do mesmo sexo parte de uma posição ideológica negada pela realidade: que o homem e a mulher são iguais.

 

Por isso permitir que dois homens ou duas mulheres adoptem uma criança, porque tem esse “direito”, é violar os direitos dessa criança. É dizer-lhe: “Tu não tens direito a um pai, a uma mãe, mas a duas mães e a dois pais”. Esta lei cria crianças de primeira e de segunda: as que tem direito a uma família e as que são um objecto para saciar o desejo de igualdade do lobby gay.

 

A lei que ontem foi aprovada no parlamento é uma vergonha e uma ameaça. Vergonha porque demonstra como os nossos deputados se servem a si mesmos e aos seus lobbys e não o povo. Uma ameaça porque é mais um passo na destruição da família.

 

A crise acabará, mais tarde ou mais cedo, com mais ou menos sofrimentos. A questão é saber que país teremos quando a crise tiver passado.