segunda-feira, novembro 09, 2009

Nos vinte anos da queda do Muro - II.




Faz hoje vinte anos que caiu o Muro de Berlim. Para a minha geração isto quer dizer muito pouco. Mas para a geração acima a queda do Muro é o símbolo da ruína do "Império do Mal".

Para a minha geração, que aprendemos a cartilha história do Marxismo, a União Soviética e o Comunismo são apenas mais um império e mais uma ideologia. Com algumas coisas más, mas também com coisas boas. Os livros de história do ministério preferem falar da resistência contra o nazismo de Estaline em vez das centenas de milhões de mortos que os vários regimes comunistas produziram.

A queda da U.R.S.S. têm vários protagonistas. Mas existem quatro que sobressaem, quanto mais não seja porque à luz dos critérios humanos nunca teriam sido protagonistas de nada.

Primeiro, um electricista dos estaleiros de Gdanks. Lech Walesa fundou o primeiro sindicato não estatal do bloco soviético. Resistindo as ameaças, as perseguições e a violência, seguido filialmente os conselho do grande papa João Paulo II, conseguiu derrubar com o Solidariedade a regime comunista.

Depois uma mulher. A primeira a ser primeiro-ministro de Inglaterra. Pró-América e anti-comunista, numa altura em que a Europa se encontrava dominada por uma dormência pacifista por uma elite cultural marxista. Margaret Tatcher acabou por ocupar o 10 de Downing Street por 12 anos, mais do qualquer outro inquilino.

Depois um velho republicano que chegou a presidente dos Estados Unidos quando, depois do escândalo de Nixom, todos davam o Partido Republicano como acabado. Acabando com tibieza da administração Carter, Ronald Reagan não teve medo de chamar à U.R.S.S. o "Império do Mal" e de combater por todos os meios o comunismo. Num mundo que o odiava (o Partido Comunista Português abandonou a sala quando Reagan falou no nosso parlamento) nunca recuou diante do perigo comunista.

E por fim, talvez aquele que mais fez pelo fim do comunismo soviético, o Servo de Deus João Paulo II. Um papa conservador, numa Igreja cada vez mais progressista e permeável ao marxismo. Um papa do leste, vindo de um país ocupado pelos russos. Com o seu carisma, a sua capacidade política, mas sobretudo com o testemunho da sua santidade foi essencial para o fim da U.R.S.S..

Esta quatro personagens, heróis improváveis da história moderna, apagados dos livros de história, são a prova de que, apesar de todos os planos do homem Cristo é Senhor da História. Pois se a nós nos parece que era evidente a queda do regime soviético, há 30 anos não o era.

Nos vinte anos da queda do Muro.



Discurso de Ronal Reagan na Porta de Bradenburgo, 12 de Junho de 1987.




When I met Pope John Paul II a year ago in Alaska, I thanked him for his life and his apostolate. And I dared to suggest to him the example of men like himself and in the prayers of simple people everywhere, simple people like the children of Fatima, there resides more power than in all the great armies and statesmen of the world.

Discurso de Ronal Reagan na Assembleia da Républica no dia 5 de Maio 1985. Discurso completo aqui.

quinta-feira, novembro 05, 2009

A Igreja Católica: Construtora da Civilização







Par os mais preguiçosos há um documentario feito pelo autor do livro que falei no post anterior chamado "The Catholic Church, Builder of Civilization". São ao todo 13 episódios. Encontrei no YouTube os três primeiro com legendas em brasileiro (embora existam mais episódios disponíveis ainda não tive tempo para pesquisar convenientemente).




Estou a acabar de ler o livro "O Que a Civilização Ocidental deve à Igreja Católica" editado pela Alêtheia (18€). Neste livro Thomas E. Woods Jr. aponta vários facto como prova de que a civilização ocidental é filha da Igreja Católica.

O livro não é muito extenso e o autor raramente se embrenha em teorias. Vai apontado factos, recorrendo ao máximo a citações da época ou de historiadores, para demonstrar a importância da Igreja na construção da civilização europeia.

Dividido em capítulos específicos (que vão desde os mosteiros à economia) Thomas E. Woods Jr. demonstra como foi a fé num só Deus, Criador de todas as coisas, que permitiu explorar a razão. Foram os monges católicos os primeiros a perceber que o universo estava organizado segundo regras imutáveis pois nada a ser Deus existia por si mesmo.

Isto permitiu compreender que o mundo podia ser explicado pela razão. Foi deste uso da razão que nasceram coisas a geologia, a astronomia, os primeiros passos da economia ou o direito internacional.

Destruindo o preconceito de que a Igreja é inimiga da Ciência o livro conta a história de dezenas de padres que foram também cientistas que permitiram o nascimento de diversos ramos da ciência como a geologia (Padre Nicolau Steno) ou dar os primeiros passos em ramos da medicina como a oftalmologia (Pedro Hispano mais tarde Papa João XXI).

Vale muito a pena ler este livro. Porque mesmo tendo a certeza que a fé nunca foi contra a ciência ou contra a razão é sempre bom saber os factos.

A Viela - letra de Guilherme Pereira da Rosa. Música, Fado Cravo, Alfredo Marceneiro



Fui de viela em viela
Numa delas dei com ela
E quedei-me enfeitiçado
Sob a luz dum candeeiro
Estava ali o Fado inteiro
Pois toda ela era fado

Arvorei um ar gingão
Um certo ar fadistão
Que qualquer homem assume
Pois confesso que aguardei,
Quando por ela passei,
O convite do costume

Em vez disso, no entanto,
No seu rosto só vi pranto
Só vi desgosto e descrença
Fui-me embora amargurado
Era fado, mas o fado
Não é sempre o que se pensa

Ainda recordo agora
A visão que ao ir-me embora
Guardei da mulher perdida
A pena que me desgarra
Só me lembra uma guitarra
A chorar penas da vida.



A beleza do fado é que não deixa de fora nada da humanidade. Tudo parece suscitar um espanto, uma pergunta, uma curiosidade. Desde de um namorico no Mercado da Ribeira até a uma prostituta numa rua.

quarta-feira, novembro 04, 2009

Crucifixos nas escolas.

O Estado é e deve ser laico. Ou seja, o Estado não deve impor nem promover nenhuma religião.

O Estado deve assegurar ensino gratuito para as crianças. Isto poder fazer-se através de uma rede de escolas publicas, subsidiando escolas privadas para que recebem crianças gratuitamente ou criando escolas públicas cujo a administração esteja confiada à comunidade escolar.

Os pais devem ter liberdade para escolher como querem educar os filhos. A liberdade de educação só pode existir se os pais poderem de algum modo ou escolher livremente (sem terem que pensar no dinheiro) a escola onde colocam os filhos ou então poderem participar activamente na administração da escola dos filhos.

Serve isto para dizer que, mesmo respeitando o Estado Laico, se os pais querem ou não se importam que os filhos tenham uma cruz na sala de aula então o Estado não tem nada que mandar retira-la. Não cabe ao Estado decidir se os meninos são educados na fé, mas sim aos pais.

Se, entre uma maioria de pais que quer ou é indiferente à cruz na sala, houver algum que se sinta incomodado então o Estado deve assegurar que esse pai pode enviar o filho para outra escola onde não existam crucifixos nas paredes.

Digo isto porque ontem o Tribunal dos Direitos do Homem deu razão a um pai que protestou contra uma cruz que estava na sala de aula do filho. O que TDH não percebe é que o Estado tem que ser laico, as pessoas não.